Diário do Alentejo

Torneio de Patinagem Artística de Almodôvar Vila Negra reuniu 160 patinadores de nove clubes

19 de setembro 2025 - 08:00
Formar e educar

O Pavilhão de Desportos de Almodôvar recebeu, ao longo do último fim de semana, a quinta edição do Torneio de Patinagem Artística Almodôvar Vila Negra, competição em patinagem livre, promovida pelo Patinagem Clube Almodôvar.

 

Texto e Foto Firmino Paixão

 

Mais de centena e meia de atletas, de clubes filiados na Associação de Patinagem do Alentejo e Algarve – Moura Desportos Clube, Futebol Clube Castrense, Clube de Patinagem Artística de Cuba, Clube de Patinagem de Beja, Sport Clube Serpa Patinagem Artística, Patinagem Clube de Almodôvar, Escola de Patinagem de Portimão, Clube Desportivo Os Olhanenses – e a Casa do Povo do Concelho de Cadaval, da Associação de Patinagem de Lisboa, cumpriram um programa competitivo nas vertentes de formação, pré-competição e competição, com atletas nas categorias de benjamins a seniores.

Cláudio Rus, de 25 anos, treinador do Patinagem Clube de Almodôvar, disse ao “Diário do Alentejo” que os objetivos da competição passam pela confraternização dos atletas, mas, também, para preparação para as provas oficiais que se avizinham, nomeadamente, os torneios regional e nacional de benjamins.

“Estes torneios são sempre bons para preparamos os atletas para as próximas provas, porque o calendário da patinagem vai sempre de janeiro a dezembro, e temos sempre muitas provas, portanto, estes torneios são sempre bons. O convívio também é importante, mas, acima de tudo, a preparação dos atletas”, precisou o jovem, de nacionalidade romena, que, desde muito pequeno, adotou a vila de Cuba como sua segunda casa.

Cláudio Rus considerou que a participação foi muito positiva, tendo em conta o momento em que a prova se realizou. “É um momento de regresso de férias, nós e os outros clubes fizemos uma pausa de duas semanas, mas, sinceramente, foi uma participação bastante interessante e permitiu que as provas terminassem um bocadinho mais cedo, porque este mundo da patinagem vive-se de manhã até à noite, e só o simples facto de terminarmos um pouco mais cedo também é bom para nós”.

Quanto aos objetivos do clube almodovarense, o treinador, à beira de completar dois anos neste emblema, admitiu: “O clube tem crescido muito rapidamente. Trabalhamos de forma muito correta, gosto também muito de partilhar com os atletas o que foi o meu percurso enquanto atleta, especialmente, com os mais jovens, porque a maior parte dos nossos patinadores e patinadoras são da área de formação, são os mais pequeninos, e acho que essa é a parte fundamental para os incentivar e é também a forma de os educar”. E acrescentou: “Trabalho muito com os mais pequeninos, aliás, gosto muito, e a equipa tem alcançado muito bons resultados. Toda a estrutura, diretores e delegados, estão satisfeitos com o trabalho que estamos realizando e, quero mesmo acreditar, com o meu trabalho. Estou a gostar imenso de estar aqui, quero agradecer a todos terem-me recebido e confiado em mim. Já trabalhava com o Cuba, a quem estou também muito reconhecido, e agora tenho mais este desafio que me deixa muito feliz”.

O foco, como referiu Cláudio, não está na conquista de títulos. “Numa fase inicial a minha filosofia é mais de preparar os jovens, mas não com o intuito de ganhar medalhas, não é esse o objetivo, é prioritário que eles gostem de patinar e que sintam paixão pela patinagem. Eu sempre senti isso, sempre tive, e tenho, uma paixão pela patinagem e, acima de tudo, é isso que quero transmitir aos meus atletas, quero que eles e elas gostem e que sejam felizes. Eles terão de saber, às vezes, ganhar, mas também terão de saber perder, isso é muito importante. Claro que tudo isto dá muito trabalho, como é lógico, e se houver muita dedicação os resultados aparecerão”.

Cláudio Rus, antigo atleta do Clube de Patinagem Artística de Cuba, foi campeão nacional de patinagem livre e individual em 2016, e, nesse mesmo ano, campeão nacional também em pares. Foi à Taça da Europa e conquistou a medalha de bronze. Em 2017 revalidou essa conquista da medalha de bronze na Taça da Europa, foi cinco vezes vice-campeão nacional e foi campeão regional de 2009 até 2022, o seu último ano a competir. Não é coisa pouca, porém, confessou: “A única coisa que gostaria de ter ganho era um mundial. Não foi possível, mas alcancei todos os outros patamares a que me propus. Saí na hora certa, temos de saber fazê-lo e saber aproveitar e abraçar novos projetos”.

Fora de competição, mas habilitado com o curso de treinador, partilha os seus conhecimentos tanto com os patinadores e patinadoras do Patinagem Clube de Almodôvar como do Clube de Patinagem Artística de Cuba. Partilha os ensinamentos e o seu palmarés nacional e internacional. “Sim, partilho. As minhas meninas, inclusive, vão às redes sociais ver os meus vídeos das competições. Acabam por ter uma referência e elas gostam muito”.

Boas razões para se sentir feliz e orgulhoso com o seu percurso e otimista quanto ao futuro. “Isto é a minha vida. Desde muito pequeno que sempre disse que um dia queria ser treinador de patinagem artística. Na altura assistia aos treinos do Edgar Cheira, que foi meu treinador, gostei sempre de ouvir as explicações e os ensinamentos dele e isso despertou-me também para, acabando um dia a minha carreira de patinador, seguir esta área do treino. Estou muito feliz porque estou a trabalhar em algo de que gosto muito, sou um sortudo por o ter conseguido”, concluiu.

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