A Estação Náutica de Moura-Alqueva recebeu a segunda prova do Circuito Nacional de Vela Adaptada, uma prova organizada pela “Vela Solidária” em parceria com a Federação Portuguesa de Vela e com o município de Moura. A competição decorreu com 12 velejadores.
Texto e Fotos | Firmino Paixão
A “Vela Solidária” é um projeto que tem no seu âmbito o “desenvolvimento de competências pessoais e sociais para crianças e jovens em risco e pessoas com deficiência. Promoção da prática da vela, da cultura náutica e da preservação do meio aquático”, revelou Luís Brito, membro da organização do torneio, sublinhando que “existe uma ligação em termos estratégicos entre a ‘Vela Solidária’ e a Federação Portuguesa de Vela e entre a Associação Portuguesa da Classe Hansa, que é também, de certa forma, a entidade que tem a responsabilidade do planeamento anual deste tipo de eventos”.
O primeiro evento aconteceu em Vilamoura, o segundo em Alqueva, inédito em águas interiores, e o circuito terminará em Póvoa do Varzim. Luís Brito deixou claro que foi a primeira vez que a prova veio a águas interiores algo que “está alinhado com uma estratégia que a direção da federação também tem, que é trazer a vela, enquanto desporto para todos, mais para o interior do País, sem qualquer limitação etária nem do grau de incapacidade”.
Além dos velejadores inscritos no circuito, a prova contou com a presença do secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, (na foto, à esquerda, com o presidente da Câmara de Moura, Álvaro Azedo)que, depois de velejar alguns momentos na albufeira, sob a tripulação de Luís Brito, revelou o propósito deste périplo pelo interior da região alentejana. “É uma iniciativa que visa um contacto de proximidade com as realidades do associativismo e das autarquias, que são dois pilares muito importantes no desenvolvimento desportivo do nosso país, e, nomeadamente, nas regiões onde nós temos uma realidade populacional com menos oferta de prática desportiva, no sentido de ajudarmos a identificar um conjunto de situações que, eventualmente, necessitem de uma intervenção”. Por outro lado, acrescentou: “Também para conhecermos as boas práticas que existem, coisas extraordinárias como o torneio de vela adaptada a que assistimos na Estação Náutica de Moura-Alqueva”. O governante deu, ainda, a conhecer o itinerário desta ação inserida no “Programa Portugal Real”: “Ontem (sábado, dia 26 de abril) também estivemos em Reguengos de Monsaraz, em Campo Maior, em Portalegre e em Avis, hoje prosseguimos em Moura, em Beja e, depois, em Évora, porque temos nesta região coisas muito interessantes e outras que precisaremos de ajudar a melhorar”.
Pedro Dias esteve acompanhado pelo presidente do Instituto do Desporto e Juventude, Ricardo Gonçalves, e revelou o sentimento que leva da região: “Levo uma imagem muito positiva”. Questionado sobre se as visitas pressupõem apoios futuros ao associativismo, foi mais vago: “Estamos na fase final de elaboração do Plano de Desenvolvimento Desportivo para o País, para 12 anos, três ciclos olímpicos, com um plano de ação para quatro anos, e tudo o que estamos a recolher, neste contacto de proximidade com os agentes, é no sentido de que o plano cumpra aquilo que são as necessidades do nosso país”.
“Um passo muito sólido” Álvaro Azedo, presidente do município de Moura, recebeu o secretário de Estado na própria Estação Náutica de Moura-Alqueva e disse ao “Diário do Alentejo”: “A vinda do senhor secretário de Estado estava falada desde o início do ano e, para nós, é sempre importante a presença de membros do Governo no nosso território, para perceberam, no terreno, quais são as condições que nós temos e que oferecemos, quais são os nossos constrangimentos, e para que possam assistir, entre nós, a provas de qualidade e com a especificidade desta competição de vela adaptada”.
O autarca lembrou ainda que “o desporto é para todos”, sublinhando que a Câmara Municipal de Moura e a Estação Náutica de Moura-Alqueva “têm de estar capacitadas para acolher qualquer prova desportiva e, neste caso, o Circuito de Vela Adaptada na sua primeira edição em Moura”. Afirmou, ainda, ainda que “é um passo em frente muito sólido”, recordando: “Nós já fazemos vela nesta albufeira de águas interiores desde 2018, na ocasião com a Regata dos Campeões, que trouxe até nós alguns dos melhores praticantes a nível nacional”.
Álvaro Azedo lembrou a introdução da modalidade de vela no Centro Escolar de Moura e as parcerias que tem com as escolas de vela do País, que têm trazido alguns torneios anuais à albufeira de Alqueva, salientando: “Esta prova, muito em particular, terá de ser uma aposta ganha todos os anos. Uma prova marcante do ponto de vista da inclusão e da qualidade da própria competição, que terá de ser para ficar entre nós, para irmos sedimentando esse caminho”.
Um caminho que tem passado pela modernização e valorização das infraestruturas da estação náutica numa altura em que o volume de armazenamento de água na albufeira é inédito, algo que mereceu do autarca a afirmação de que “há coisas que, para nós, não têm discussão. Independentemente da cota a que a albufeira estiver, aqui existem sempre condições para a prática da vela ou de qualquer outro desporto náutico. As margens do rio é que poderão ser um bocadinho diferentes, mas nós sabemos isso desde o início, porque esta albufeira é uma reserva estratégica de água com uma multiplicidade de funções. Mas o que queremos, e estamos a consolidar, é a aptidão desta albufeira para o desporto e para o turismo”.