Diário do Alentejo

Atletismo para todos!

02 de maio 2025 - 19:00
32.º Torneio Nacional Atleta Completo decorreu no Complexo Desportivo Fernando Mamede, em BejaFoto | Firmino Paixão

A Federação Portuguesa de Atletismo trouxe para a pista de atletismo do Complexo Desportivo Fernando Mamede, na cidade de Beja, a final nacional do Torneio Atleta Completo, nas categorias de sub/14 e sub/16, uma prova entre seleções das 20 associações regionais da modalidade.

 

Texto e Foto | Firmino Paixão

 

“Queremos estimular os jovens do Alentejo, nomeadamente, na região de Beja, a ganharem motivação para abraçarem esta modalidade”, avançou o atual presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Domingos Castro, apontando uma das razões para o organismo a que preside há cerca de cinco meses ter escolhido a capital do Baixo Alentejo para a realização do Torneio Nacional Atleta Completo, mas elencou ainda outro motivo: “Outra razão são as condições de excelência que esta pista tem. Não temos tantas pistas de atletismo em Portugal com as condições desta que existe em Beja. Uma pista que proporciona bons resultados”.

Como tal, a equipa técnica federativa achou bem realizar, aqui, esta competição, e, num futuro muito breve, já se anuncia uma outra. Domingos Castro acrescentou: “Cabe-nos deixar uma palavra de gratidão à Câmara Municipal de Beja porque, na verdade, este tem sido um dos municípios amigos da federação e do atletismo. Se os municípios não fossem amigos da modalidade seria impossível a federação sobreviver, porque os custos são elevados”.

O dirigente deu conta de que se realizam cerca de 50 eventos por ano, alguns deles em simultâneo num só fim de semana, pelo que não fossem os apoios do poder local seria de todo impossível manter a atividade. Por essa razão, reiterou: “Fomos aqui recebidos de uma forma muito carinhosa pela autarquia e também pela associação regional, que tem feito um esforço enorme para desenvolver a modalidade num distrito que é enorme, o que justifica que a federação esteja junto deles e os ajude no máximo possível”.

Um dos argumentos chave da sua candidatura foi um mandato de proximidade com os clubes e com as associações da modalidade, por isso, revelou: “Em cinco meses já fiz mais de 30 mil quilómetros por esse país fora, incluindo as ilhas. Já me reuni com 39 presidentes de câmara. Já envolvemos 328 atletas em estágios, é muita gente em tão pouco tempo, e alguns deles estão entre oito e 10 dias a estagiar. Essa proximidade que estamos a ter tem-nos dado muito retorno e, mesmo estando muito cansado, sinto-me motivado para continuar, porque só assim conseguiremos chegar aos resultados que perseguimos. Sou uma pessoa simples, gosto de falar e de estar próximo de toda a gente”.

Outra ideia que transparece da afirmação de Domingos Castros é a constatação da importância do poder local no desenvolvimento desportivo, nomeadamente, do atletismo “Têm existido autarcas que se congratulam por o presidente da federação ter ido ao seu encontro, porque, dizem eles, nos últimos quatro, ou nos últimos oito anos, nunca ninguém lhes apareceu, e isso deixa-me motivado”. E ainda deu exemplos da descentralização e proximidade: “Esta competição, que decorreu em Beja, no próximo ano será nos Açores, onde realizámos a nossa primeira assembleia-geral, o Campeonato Nacional de Corta-mato Curto aconteceu em Marvão e, no final de junho, voltaremos a Beja. Terá de ser assim. O atletismo não pode ser sempre no mesmo sítio e sempre para os mesmos. O interior do País precisa destas competições para motivar os jovens, os dirigentes dos clubes e das associações e até retribuirmos e valorizarmos as entidades que nos apoiam, para que os municípios se sintam também reconhecidos pelos apoios que nos dão”.

Comparando a realidade atual com o atletismo da sua época, em que se revelou um grande campeão, Domingos Castro comentou: “Nós impusemos uma dinâmica muito forte a todos os níveis, estamos a proporcionar todas as condições que os atletas precisam para atingir o patamar mais elevado. Não será por falta de apoio da parte da federação porque abrimos a porta a todos eles e a todas elas para que possam ter as condições necessárias para atingirem esse patamar. Recordo que movimentar 328 atletas em estágio é algo que não era visto há muitos anos. Outra política que adotámos é que nas seleções nacionais todas as equipas vão completas. Tem sido, como calculará, um esforço muito grande. É uma aposta forte para criarmos as melhores condições, no sentido de não lhes faltar nada e para que possam atingir os níveis que tanto desejam, mas que o façam sentindo que tiveram o maior apoio da federação”.

A seleção da Associação de Atletismo de Beja foi composta pelos seguintes atletas: sub/14 – Catarina Caeiro e Rafael Tomás, ambos da Juventude Desportiva das Neves; sub/16 – Constança Ribeiro, da JD Neves, e Nuno Mesquita, da Associação Fit-Salvador, o melhor classificado entre os quatro, com um segundo lugar no pentatlo (4055 pontos).

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