Diário do Alentejo

Associação Cultural e Recreativa Zona Azul incluída no roteiro do “Portugal Real”

27 de abril 2025 - 08:00
Um crescimento notável!

O secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, visitará, no próximo domingo, dia 27, a sede da Associação Cultural e Recreativa Zona Azul, na cidade de Beja. Uma visita inserida no programa “Portugal Real”, que distingue as boas práticas do movimento associativo.

 

Texto e foto Firmino Paixão

 

“É uma visita que nos apanhou um pouco de surpresa”, confessou José Bexiga Fialho, presidente da Zona Azul, reconhecendo: “Tínhamos sido contactados pelo Instituto Português do Desporto e Juventude para transmitirmos um pouco do que era a nossa atividade regular. Num segundo momento houve um contacto da Secretaria de Estado do Desporto comunicando-nos que o senhor secretário de Estado, Pedro Dias, viria fazer uma visita à nossa sede no dia 27 de abril para se inteirar das nossas preocupações e da forma como nós gerimos toda a atividade desportiva”. O dirigente admitiu, contudo: “É importante que isso aconteça, para que tenha uma noção do que é o ‘Portugal Real’, que é o nome do programa da Secretaria de Estado do Desporto, e isso, penso eu, permitirá ao senhor secretário de Estado, embora estejamos em período de eleições e não saibamos o que vai acontecer, mas seja o que for, que fique com a noção do que é este clube, das nossas necessidades e anseios e, fundamentalmente, aquilo que pensamos que, neste momento, é o associativismo”. E alertou: “O movimento associativo está cada vez mais profissional e, quando é assim, terá que ser desenvolvido por profissionais”.

O clube está a percorrer o ano do cinquentenário, um momento histórico, mas Bexiga Fialho revelou: “Tem sido um ano difícil, principalmente, porque a atividade desportiva aumentou significativamente, o que nos trouxe alguns problemas em termos de recursos”. Mas, isso é bom, atalhámos… “Sim, em termos desportivos é muito bom, o problema é conseguirmos dar resposta a todo esse desenvolvimento, e é aí que estamos com algumas dificuldades, mas com a colaboração dos pais tem sido possível ir colmatando algumas lacunas que se têm verificado. Os problemas são o dia a dia de um clube como este. Faz parte. Posso até afirmar que no andebol nunca tivemos tantos praticantes como temos nesta época desportiva, já cerca de 170”.

O dirigente pormenorizou: “As atividades gímnicas também reapareceram com novos grupos, o que foi bastante motivador e significativo para nós e para os professores. Já a área da natação mantém-se num ritmo estável e todo este universo eleva-se a cerca de 550 praticantes, nem todos federados, como é óbvio, mas são pessoas que têm uma prática regular durante todo o ano, numa transversalidade etária entre os dois e os 70 anos. Devo referir, também, que a secção de natação, para fazer a sua preparação para as competições da época de verão, terá de se deslocar, quatro ou cinco vezes, ao Algarve para treinar numa piscina de 50 metros”.

Particularizando o percurso do andebol, a modalidade rainha no clube, adiantou: “Numa ou noutra situação não atingimos aquilo que prevíamos atingir, nomeadamente, com a equipa sénior de andebol. Estamos agora a recuperar atletas que ao longo do ano tiveram lesões muito prolongadas, e algumas delas graves, percalço que nos impediu de estar numa segunda fase do campeonato porque, em condições normais, tínhamos essa capacidade de jogar com equipas de maior valia”. Ainda assim, reafirmou: “Tem sido um ano positivo. Vamos ver se conseguimos dar continuidade a este percurso, porque as coisas estão cada vez mais difíceis e isso cria-nos algumas preocupações”.

Quanto aos eventos previstos para assinalar os 50 anos, o presidente do clube admitiu: “Não tem sido aquilo que eu esperava. Se calhar pensei demasiado alto. Devia ter feito uma análise mais terra-a-terra, são situações que achamos que são exequíveis, mas que se tornam muito difíceis de concretizar. Mas, no final, farei o balanço, porque, na realidade, não tem correspondido ao que nós pretendíamos”.

Uma conversa que teve como pano de fundo o jogo que a equipa sénior de andebol disputou com os bês do Almada e que venceu por 35-25, aliás, o quarto jogo e a quarta vitória nesta fase complementar da época, três pontos que consolidaram o primeiro lugar no grupo 4. Hugo Estanque, o treinador da equipa, disse ao “Diário do Alentejo”: “Estamos a jogar a fase complementar com as equipas que não se qualificaram para a segunda fase do campeonato nacional, uma prova que, em termos competitivos, não tem a mesma importância da competição com que iniciámos a época. É um momento para mantermos a atividade mas, para nós, tem sido relevante, porque temos conseguido um registo que, infelizmente, não conseguimos na primeira fase do campeonato”. Admitiu, porém: “Tivemos muitas dificuldades com a gestão do grupo, por indisponibilidade de alguns jogadores, devido a lesões prolongadas, aos poucos fomos recuperando-os e voltando à nossa identidade, permitindo-nos ter mais opções, conseguirmos terminar bem a primeira fase e darmos continuidade ao bom momento nesta prova complementar”. O técnico sustentou: “Para nós, apesar de estarmos a competir sem qualquer objetivo de apuramento seja para o que for, é uma forma de anteciparmos aquilo que poderá vir a ser a próxima época desportiva. Tem sido importante, porque temos mantido alguma seriedade”.

Esta época está fechada em termos de outros objetivos, contudo, adiantou: “Não desligamos o nosso foco, pois é importante irmos recuperando algum tempo que perdemos com aquela questão dos atletas indisponíveis. Temos um grupo jovem, que precisa de ser trabalhado a vários níveis, precisamos de fortalecer o espírito de grupo e o compromisso, e é por isso que temos levado tão a sério nesta fase complementar”.

Comentários