Diário do Alentejo

Associação de Futebol de Beja prepara participação no Torneio Interassociações Futebol de 9 Feminino

15 de março 2025 - 08:00
Uma geração talentosaFoto | Firmino Paixão

O Torneio Interassociações Futebol de 9 Feminino, fase final, vai disputar-se em Aveiro no próximo mês de abril. Até lá, a equipa que representará a Associação de Futebol de Beja (AFBeja) procura valorizar-se.

 

Texto Firmino Paixão

 

Na fase zonal deste torneio, que decorreu, no passado mês de janeiro, na cidade de Serpa, com organização da Associação de Futebol de Beja, a seleção alentejana perdeu os dois jogos que realizou, primeiro com a sua congénere do Algarve (3-5), depois, com Lisboa (0-8). No jogo que decidiu a vitória no grupo, a equipa lisboeta derrotou as algarvias (5-0) e classificou-se para a disputar a fase final na Liga de Ouro. O Algarve será incluído na Liga de Prata e Beja na Liga de Bronze. É esta participação que o conjunto bejense, treinado por João Duarte, está a ultimar, com o pressuposto de que as 16 atletas que viajarão para Aveiro, em abril próximo, fazem parte de uma das melhores gerações dos últimos anos.

Uma das etapas de formação realizou-se no Campo de Jogos do Bairro da Conceição, em Beja, onde o selecionado distrital defrontou a equipa sub/14 daquele clube. João Duarte, também coordenador técnico da AFBeja, revelou ao “Diário do Alentejo”: “Estamos a cumprir mais uma etapa de formação, no sentido de prepararmos o nosso próximo torneio, que será a fase final do Interassociações Sub/14 Feminino”. O técnico recordou: “A fase zonal decorreu em Serpa, com nossa organização, agora estamos, de novo, a preparar a equipa. Abrimos um bocadinho, novamente, o leque de seleção das atletas para continuarmos a monitorizar algumas das jogadoras que não participaram na fase zonal, e, depois, definiremos a equipa que irá estar no torneio, para, posteriormente, realizarmos mais algumas sessões de treino, definindo aquele que será o modelo de jogo para a Liga Bronze, competição na qual temos uma expectativa bastante elevada”. Um otimismo que João Duarte justificou com a ideia: “Achamos que esta é uma das melhores gerações que tivemos nos últimos tempos”. E admitiu: “Na fase zonal, de facto, tivemos um sorteio um bocado ingrato, pela participação, na nossa série, das equipas do Algarve e de Lisboa, que são extremamente fortes”. Porém, justificou: “Continuo a pensar que o Algarve está ao nosso nível, mas, por alguns detalhes no jogo, acabámos por perder essa partida, e, depois, ficou tudo mais complicado, porque jogámos com Lisboa, uma seleção completamente diferente da nossa”. Com assumido otimismo, o selecionador garantiu: “Agora iremos para a Liga Bronze com expectativas altas, devido a esta geração de atletas, pelo que temos de as preparar o melhor que conseguirmos, tentando fazer um maior número de jogos treino”.

Ainda que o universo de escolha seja bastante limitado, João Duarte revelou que se rodeou das melhores jogadoras: “Neste momento, sim, temos connosco as melhores atletas. Estas jogadoras que estão connosco são aquelas que nós achamos que têm a melhor aptidão para estarem aqui. Convocámo-las para vivenciarem minutos de jogo, momentos que sejam suficientes para fazermos a nossa observação. No próximo treino iremos aumentar esse número, mas procuraremos ir já definindo e decidindo com maior rigor sobre quais as atletas que estarão connosco na fase final”. Ou seja, continuou o treinador: “Temos de tomar decisões em relação a algumas atletas que estão ali na bolha, digamos assim, e também irmos definindo os melhores ‘noves’, ou seja, o ‘nove’ inicial, mas também sobre certas atletas que poderão ser alternativas para ajudarem noutras posições”.

A realidade mostra que o número diminuto de atletas condiciona as escolhas, porém, o treinador garante que a observação foi abrangente. “Tenho a certeza de que conseguimos interagir com todas as atletas, ou, pelo menos, terão sido convocadas todas as atletas. Ressalvo uma ou outra atleta, que poderá não ter comparecido ao treino, mas penso que todas as atletas elegíveis para este processo foram, efetivamente, convocadas num ou noutro momento, por isso, essa dinâmica facilitou-nos o trabalho enquanto selecionador, porque pudemos observar todas as atletas. Um trabalho que é sempre mais difícil de concretizar do que nos masculinos, face à maior quantidade e diversidade de atletas”. Um desafio, considerou João Duarte: “É claramente um desafio, pelo número mais reduzido de opções, dentro daquilo que é a nossa realidade, por isso, afirmo, e volto a afirmar, que esta geração é bastante talentosa, independentemente do reduzido leque de escolhas. Mas esta é a realidade que temos, contudo, é imperioso que se continue a desenvolver o futebol feminino nesta região”. Como? Terá João Duarte a receita para fazer aquilo que ainda não foi feito? “Tentando, por exemplo, que mais clubes abracem este projeto, porque os centros de treino feminino estão em andamento e queremos ainda criar mais, alargando essa perspetiva aos clubes que possam, e queiram, criar esses novos centros, para nos ajudarem. Não só em termos de valorização da seleção, mas também em termos do desenvolvimento que se pretende para o futebol feminino neste distrito”. E assumiu o que será mais importante, mais ainda do que fornecer atletas para a seleção. “O objetivo maior de conseguirmos, no futuro, organizar uma liga de futebol feminino na Associação de Futebol de Beja, independentemente do escalão, mas começando passo a passo. São estes os objetivos estratégicos para o desenvolvimento do futebol feminino na Associação de Futebol de Beja”, concluiu.

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