Diário do Alentejo

Nélson Faísco, capitão da equipa sénior do Clube de Patinagem de Beja, é o novo coordenador técnico do clube

27 de outubro 2024 - 08:00
“Somos um grupo aberto”
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Confiança numa época desportiva positiva, não obstante as dificuldades que foi elencando, foi a tónica da conversa de Nélson Faísco, coordenador técnico do Clube de Patinagem de Beja, com o “Diário do Alentejo”. O clube tem, nesta época, apenas quatro equipas em atividade.

 

Texto Firmino Paixão

 

O Clube de Patinagem de Beja mantém nesta época, em paralelo com a patinagem artística, quatro equipas de hóquei em patins em atividade: seniores, sub/17, escolares e benjamins. As dificuldades no recrutamento, principalmente de jovens para a posição de guarda-redes, associadas à exiguidade de horas na utilização do pavilhão municipal, são algumas das contrariedades que impedem o maior crescimento do clube

 

A direção confiou-lhe essa nova tarefa de coordenador técnico?

Propuseram-me este cargo de coordenação técnica e eu aceitei, confesso, sem ter noção do trabalho que iria fazer, das dificuldades que iria encontrar, e dos atletas que iria ter. Mas tenho tido o apoio de todos os técnicos de todos os escalões e equipas. Somos um grupo aberto e, cada vez que é preciso, falamos uns com os outros. Tem existido entreajuda e as coisas têm estado a correr, se calhar, melhor do que aquilo que inicialmente se pensava.

 

Que escalões têm em competição?

Temos os seniores, os sub/17, escolares e benjamins. Temos uma lacuna que é inexistência de sub/13 e sub/15. Ainda tentámos fazer uma equipa de sub/15, mas seria impossível, porque só tínhamos um guarda-redes. O segundo, que tivemos na época passada, desistiu. Tínhamos quatro atletas sub/15 e outros quatro sub/13 de primeiro ano. Havia uma grande discrepância, além da falta do segundo guarda-redes, e tornou-se inviável organizar a equipa.

 

A equipa sub/17 também perdeu alguns atletas. Limita as saídas para os seniores e obriga-os a ir buscar jogadores aos sub/15…

É uma contrariedade, apesar da equipa sénior ter muitos jogadores. Mas estamos no início da época e não sabemos como é que ela irá decorrer. Para já, temos trabalhado bem, tem havido assiduidade aos treinos e queremos que continue assim, para que não seja necessário ir buscar mais atletas sub/17 para a equipa sénior.

 

Que objetivos trouxeram para a época? Por exemplo, para a equipa de seniores?

Definimos objetivos para a equipa sénior, mas não é nada de muito relevante, nem ambicioso. São objetivos internos para uma equipa que está em construção. Um trabalho que iniciámos neste ano e que levará algum tempo, embora já se note alguma diferença, comparativamente com a época passada. Aos poucos, temos sentido alguma evolução.

 

Mantêm-se quatro clubes alentejanos em atividade…

Estamos a competir com mais três equipas alentejanas, o Vasco da Gama, o Grândola e o Santiago do Cacém, as restantes são equipas de Lisboa (Oeiras, Cascais e Paço de Arcos), de Setúbal (Azeitonense, Fabril, Sesimbra, Criar-T, do Seixal,) e do Algarve (Boliqueime e Portimão) além do Ponta Delgada, dos Açores. Os clubes mais ao sul têm grandes dificuldades, são grandes os encargos com deslocações e alimentação. Ainda assim alguns vão permanecendo.

 

O Ponta Delgada será o próximo adversário da equipa sénior. Uma deslocação difícil?

Os jogos nos Açores são sempre difíceis. Saímos de madrugada, é o tempo de viagem e o cansaço. É sempre difícil. Mas não começámos mal a época, ganhámos ao Azeitonense, perdemos, por um golo em Boliqueime e, depois, o jogo com o Criar-T é que não nos correu bem, mas sabíamos que esta equipa do Seixal é muito forte.

 

Os sub/17 foram campeões regionais em 2023. Têm a ambição de repetir?

Penso que a nossa equipa sub/17 tem muito potencial. Tem sido muito bem acompanhada pelos treinadores André Marques e Filipe Paulino, embora o Filipe, por questões profissionais, nem sempre possa estar presente, mas tem-se visto alguma evolução. Viu-se no último fim de semana, com um grande jogo com o Boliqueime (4-2), o adversário mais direto nesta fase do campeonato. Agora, é pensar na fase seguinte e começar já a planeá-la.

 

Aos outros escalões não se pedem resultados, pede-se gosto pela aprendizagem e dedicação à modalidade?

Claro. Com eles não pensamos em resultados. São escalões para formar atletas, para lhes ensinar o que é modalidade. Mas precisávamos de ter mais tempo de utilização do pavilhão para os formar, mais tempo para formarmos guarda-redes e motivar os miúdos para essa posição, porque é muito difícil ter guarda-redes e mantê-los nessa posição. Experimentam uma vez e acabam por desistir, eventualmente, porque, às vezes, a bola demora muito tempo chegar à baliza e perdem o interesse. Tentaremos dar um bocadinho mais de atenção à captação e ao treino de guarda-redes, para conseguirmos alguns resultados.

 

A área de iniciação à patinagem está com dinâmica?

Não tanto como desejávamos. Continuamos a ir às escolas, fazer umas atividades extracurriculares, com o André Lucas e o Carlos Vão, mas queríamos ter mais miúdos, mas para isso também necessitávamos de mais horas de pavilhão e tem-se revelado difícil. Não conseguimos utilizar mais nenhum espaço para patinar e as horas que nos atribuem são insuficientes para a quantidade de atletas que o clube tem.

 

Tem expectativas positivas quanto ao sucesso da época?

Sim! Estamos a trabalhar para isso. Aos poucos, as equipas vão evoluindo, e isso é sinal de que o trabalho está a ser bem feito. Também sentimos o apoio do público, dão-nos muita força e, sobretudo, galvanizam os jogadores mais novos.

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