O Centro de Cultura Popular de Serpa teve um início de campeonato com elevada exigência. Dois jogos fora de casa, um deles com o Benfica, estreando-se perante o seu público com um empate frente ao Pinhal de Frades.
Texto Firmino Paixão
No primeiro jogo da época no Pavilhão Carlos Pinhão, a equipa sénior do Centro de Cultura Popular de Serpa recebeu a formação do Pinhal de Frades, um clube promovido na última temporada da terceira para a segunda divisão. Um jogo que os serpenses queriam muito vencer. Querem sempre, mas este era o primeiro da época na presença dos seus adeptos. Fizeram por isso, lutaram, chegaram ao último momento da partida na frente do marcador, mas o adversário conseguiu empatar no derradeiro segundo de jogo. Manuel Ramos, treinador da formação serpense, lamentou este infortúnio, mas revelou confiança em que o clube se mantenha neste patamar competitivo. “É sempre ingrato estarmos na frente de um jogo e sofrermos o golo do empate nos momentos finais, mas o jogo foi muito intenso. A vitória podia ter-nos sorrido, porém, permitimos o empate. Faz parte. Os atletas têm de aprender com os erros mas, nesta fase, custa muito perder pontos assim”.
Um início de campeonato muito difícil: dois jogos fora, com o Benfica e com o Benavente, e um Pinhal de Frades muito aguerrido…
Já esperávamos muitas dificuldades no início do campeonato, até porque ainda não temos todos os jogadores disponíveis. Mas o Benfica é sempre uma equipa de grande qualidade, com muitos miúdos da formação, é uma equipa que andará sempre lá por cima na tabela. São os principais candidatos nesta série e neste campeonato. Depois jogámos em Benavente, foram dois jogos fora do nosso pavilhão. Hoje esperávamos uma boa reação da equipa, o que, aliás, aconteceu. Vamos aguardar pelos próximos jogos.
Obviamente que a meta será a manutenção…
Sim, a meta é a manutenção. Não podemos pensar em grandes voos, seria bom conseguirmos a qualificação para a segunda fase, mas será muito difícil porque estamos a competir com equipas com outra qualidade e outro tipo de jogadores que nós ainda não conseguimos acrescentar aqui. Com os atletas que temos na formação e com alguns jogadores aqui da zona vamos tentando alimentar a equipa sénior. Temos vindo a dar boa conta do recado, mas sabemos que este será um ano muito difícil, talvez mais difícil do que a primeira época que competimos nesta divisão e conseguimos a manutenção. Esta é a quarta época consecutiva a este nível, mas as coisas estão a tornar-se cada vez mais difíceis. As equipas cada vez estão mais fortes. Temos de ir adaptando e reagindo para tentarmos fazer o melhor.
O plantel foi reforçado?
O plantel manteve-se praticamente o mesmo. Temos um misto de experiência com jogadores mais jovens, mas o “sete” principal é formado por jogadores que estão connosco há mais tempo. É muito difícil entrar nesta equipa, eles têm já muitos processos assimilados. Quem vem de novo terá de ter um bocado de paciência para aguardar um bocadinho para, aos poucos, ir acrescentando qualidade à equipa.
Mas já existem referências…
Temos o Nuno Silva, o José Vargas – que há duas temporadas foi o melhor marcador da segunda divisão nas três séries –, o Diogo Santos também veio acrescentar qualidade à nossa equipa – veio de Alcobaça mas está a estudar em Beja. Esses três, principalmente, são as referências da equipa, mas o todo, o coletivo, é que faz a qualidade do conjunto.
O próximo jogo será no recinto do 1.º de Dezembro. Será para vencer?
O 1.º de Dezembro é uma equipa do nosso campeonato. Tentaremos deixar uma boa imagem e sair de lá com os três pontos. Todas as equipas são do nosso campeonato, mas aquelas que identifico como nossas concorrentes à permanência são o 1.º de Dezembro e o Pinhal de Frades. À partida serão estas que andarão na luta connosco.
Outra frente competitiva será a Taça de Portugal...
Ficámos isentos nas duas primeiras eliminatórias. Só competiremos na terceira. Tivemos essa sorte. O objetivo será chegarmos o mais longe possível e esperar que nos calhe aqui uma equipa da primeira divisão.
Está confiante numa época bem-sucedida?
Claro. É essa a mensagem que passamos, não obstante as dificuldades que teremos de ir superando. Os jogadores estão aqui todos porque gostam de estar connosco e gostam muito da modalidade. A mensagem é essa, lutarmos até ao fim com as armas que temos, conseguirmos apresentar um bom andebol e fazermos o melhor, e que esse melhor seja a manutenção.
Com a responsabilidade de serem a única equipa do Alentejo neste patamar?
Sim, neste momento, após a desistência do Lagoa, somos a única equipa do Sul do País – Alentejo e Algarve – nesta divisão. Somos os únicos, não há mais ninguém. Somos a única referência a sul. Temos essa responsabilidade. Temos falado com outros treinadores e eles ficam admirados com o que temos conseguido fazer aqui em Serpa. Uma equipa no interior do País que apresenta muita qualidade nos jogos.