O bejense Guilherme Proença, treinador da equipa de basquetebol sub/16 do Sporting Clube de Portugal, trouxe os seus jogadores para um estágio de cinco dias na cidade de Beja, período durante o qual pôde disputar três jogos com o seu antigo emblema, o Beja Basket Clube.
Texto Firmino Paixão
“Cada vez que aqui venho sinto imensas saudades. Um sentimento bonito. A saudade de estar com os amigos, antigos jogadores e treinadores do Beja Basket Clube, de conviver e de trocarmos ideias, porque este clube será sempre a minha casa”. Uma confissão do treinador, nascido em Beja há 24 anos, que se iniciou como basquetebolista no Despertar, e prosseguiu no Beja Basket Clube, antes de iniciar a carreira técnica, primeiro no Benfica, mais tarde no Quinta dos Lombos (Carcavelos) e, desde há três anos, no Sporting Clube de Portugal. “Fomos muito felizes ao longo destes dias que passámos em Beja. Os jovens ficaram muito motivados, os jogos que disputámos foram excelentes, regressamos todos muito reconhecidos”. Com o coração cheio, seria, porventura, o que Guilherme Proença, um filho da terra, quereria dizer. Voltou ao sítio onde foi feliz e não o escondeu. “O sentimento é de enorme alegria e também de gratidão por nos terem recebido tão bem. Uma alegria enorme por regressar a este pavilhão, voltar a este clube e reencontrar as pessoas amigas. Temos que agradecer ao município de Beja por nos ter cedido as instalações que permitiram que trabalhássemos, mas também às empresas privadas que nos proporcionaram o alojamento e a restauração, enfim, todos nos proporcionaram as melhores condições para fazermos este estágio como se estivéssemos em casa. Foi o segundo ano que realizámos esta ação e voltou a correr muito bem”. Guilherme Proença explicou ainda: “O facto de ser natural de Beja e de ter aqui os meus familiares permitiu-me comunicar com os parceiros certos para conseguirmos planear o estágio. Conseguimos as melhores condições e foi realmente um estágio bastante produtivo para a nossa evolução”. Por outro lado, a forte ligação ao clube que já representou como jogador, permitiu reforçar essas parcerias. “Comecei a jogar basquetebol, teria para aí uns 11 anos, ainda no Despertar Sporting Clube, que depois passou a ser o Beja Basket Clube. Joguei com muitos amigos que ainda jogam na equipa sénior deste clube, alguns que ainda se mantém no clube foram meus treinadores, como o Pedro Severino e o Luís Caramba. Deixei aqui muitos amigos, jogadores e árbitros, gente que me ajudou muito a crescer e a chegar até aqui. Esta parceria que fizemos permitiu realizar aqui alguns jogos com o Beja Basket Clube, que foram fenomenais para o nosso desenvolvimento”.
O jovem técnico, a trabalhar profissionalmente na consultoria de gestão de empresas, recordou outros tempos. “O Pedro Severino (técnico do BBC) foi meu treinador durante duas épocas e depois joguei com ele alguns anos, eu ainda era sub/18 mas já jogava na equipa sénior. Ele foi, direi, um segundo pai para mim. O Pedro Severino e o Luís Caramba são, de facto, as minhas grandes referências aqui no Beja Basket Clube. Ajudaram-me a crescer, não só como jogador, mas também como ser humano”.
O seu trajeto desportivo, já aqui assinalado, passou pela transição entre o Despertar e o Beja Basket Clube, cuja camisola vestiu até ingressar no ensino superior. “Quando ingressei na universidade, desloquei-me para Lisboa e, nessa altura, aconteceu a transição de deixar a carreira de jogador e formar-me como treinador. Não jogo basquetebol há cerca de três anos”. E a chegada ao Sporting? “Quando iniciei a minha formação como treinador estive no Sport Lisboa e Benfica durante três épocas, depois fui para o Quinta dos Lombos, em Carcavelos, um clube onde permaneci durante dois anos. Mais adiante surgiu um convite, de uma pessoa muito amiga, para trabalhar no Sporting, clube onde estou pelo terceiro ano consecutivo. Tem sido um percurso muito positivo, não só para os atletas, como para a evolução do clube”. Está bem, está feliz e tem metas bem definidas. “O meu objetivo principal não passa por conquistar títulos, embora todos queiramos ganhar, mas, enquanto treinador de formação, quero é contribuir para que estes miúdos atinjam o rendimento mais elevado. Tenho aqui jovens com muito potencial, que podem chegar bastante longe, mas temos que trabalhar os seus pontos menos fortes, desenvolver as suas características e melhorar a leitura de jogo. A partir daí, eles começam a ter os passos certos para o sucesso e a abrir o caminho que cada um persegue”. Orienta uma boa equipa, um conjunto talentoso e com um grande potencial, assumiu: “Temos vários talentos, já tivemos atletas que estiveram em estágios da seleção nacional, alguns deles com participação em jogos internacionais. Temos uma equipa com características individuais bastante fortes e acreditamos que terão um bom futuro”.
O principal título que persegue é conduzir estes jovens ao topo do basquetebol leonino, apesar de no seu palmarés já estarem registados alguns sucessos, entre outros, o de Campeão Universitário de Lisboa. Antes do regresso a Lisboa, o técnico do Sporting não deixou de mostrar aos jogadores um pouco da cidade onde nasceu. “Os horários foram um bocadinho apertados, mas sim, conseguimos alguns momentos para eles conhecerem a cidade – para os tornar também um pouco alentejanos –, nomeadamente, o castelo de Beja”.