Diário do Alentejo

Clube Cinófilo do Alentejo trouxe os Campeonatos do Mundo de Agility (Agilidade) para a cidade de Beja

14 de setembro 2024 - 08:00
Invulgar até no sucesso
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Muita competição, muitos e entusiásticos aplausos, um grande e fraterno convívio, mas também momentos de silêncio muito profundos, emoções fortes, exemplos de superação e inconformismo, também de inclusão e igualdade. Viu-se um pouco de tudo nestes campeonatos mundiais.

 

Texto Firmino Paixão

 

O Parque de Feiras e Expo-sições Manuel Castro e Brito, na cidade de Beja, recebeu, ao longo de quatro dias, o Campeonato do Mundo de Agility para cães com e sem raça definida e o Campeonato do Mundo de Agility para canídeos acompanhados por pessoas com deficiência. Estiveram presentes cerca de 200 animais, em representação de 13 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Holanda, Inglaterra, Itália, México, Portugal e Suíça.

Os campeonatos foram entregues ao Clube Cinófilo do Alentejo – liderado por Ezequiel Sousa – pelo organismo internacional que tutela a modalidade, explicou o dirigente: “O nosso juiz internacional, Jorge Pires, soube da intenção de organizarem as provas em Portugal e perguntou-me onde poderiam acontecer. Respondi logo que poderiam ser em Beja e no parque de feiras e exposições, um espaço excecional”. Orgulhoso por isso, mas também pela forma como tudo foi acontecendo, Ezequiel Sousa deixou a nota: “Toda a gente adorou a forma como as provas decorreram, principalmente pelo espaço, a sua localização, o parque de campismo e caravanismo que conseguimos disponibilizar. Depois, o ambiente em si, portanto, tudo isso, pelo que nos têm dito, estes campeonatos em Portugal, especificamente em Beja, ficarão para a história, porque foram do melhor que aconteceu nos últimos anos”. No entanto, lamentou: “A única coisa que nos faltou para que tudo isto tivesse um sucesso ainda maior, foi termos as bancadas cheias de público, especialmente as pessoas de Beja”. O promotor reconhece uma lacuna na inexistência de uma maior e mais eficaz publicitação das provas.

No plano desportivo, Portugal conquistou um primeiro e um terceiro lugar, algo que há muito não acontecia e, segundo o dirigente, houve países que se revelaram como maiores potências da modalidade. “Evidenciaram-se a Itália e a Inglaterra, em termos coletivos, e, individualmente, a Alemanha, mas as equipas eram muito homogéneas, destacaram-se realmente aqueles três países, até pelo elevado número de concorrentes que trouxeram”.

Ezequiel Sousa destacou o mérito da modalidade na promoção da inclusão de pessoas com deficiência, mas também a inclusão de canídeos sem raça definida, sublinhando: “Aqui ninguém torce por este ou por aquele, torcemos por todos. Sempre que alguém acabava uma prova gerava-se um ambiente de festa, com muita alegria”. Satisfação, aplausos e silêncios profundos, ensurdecedores. “Sim, alguns concorrentes com deficiência precisam de um silêncio absoluto, comunicam com as animais através de sons e de pequenos gestos, movimentos de pernas ou braços. São sempre momentos com emoções mais fortes”. Na contabilidade dos apoios, ressaltou, claro está, o município de Beja e a ACOS – Associação de Agricultores do Sul, com a cedência do espaço, apoio logístico e financeiro, também de uma empresa local de rações que patrocinou os prémios.

Paulo Arsénio, presidente do município de Beja, acompanhou o evento e disse ao “Diário do Alentejo” que foi “uma prova diferente e com uma importante dimensão que, pela primeira vez, se realizou na nossa cidade. Ficámos muito satisfeitos, na medida em que também ajudámos o Clube Cinófilo do Alentejo naquilo que esteve ao nosso alcance”. Por outro lado, adiantou o autarca: “Esperamos que quando o Clube Cinófilo do Alentejo fizer o balanço destes campeonatos possa concluir que foram atingidos os objetivos pretendidos. O município Beja teve também, naturalmente, a pretensão de que, quando todos os concorrentes que estiveram, ao longo dos quatro dias, na cidade de Beja, regressem aos respetivos países, levem desta cidade uma boa recordação”.

O retorno, a mais-valia retida, será eventualmente avaliado mais adiante. Por ora, Paulo Arsénio alimentou a expetativa de que “os concorrentes, nos tempos livres que tiveram, pudessem ter visitado a cidade e algum do nosso património histórico, desfrutando um pouco da hospitalidade alentejana, que é genuína, que é única, da nossa gastronomia, que é absolutamente extraordinária, dos nossos vinhos, que são reconhecidamente fora do comum. Portanto, o município de Beja, que aqui esteve presente, juntamente com a ACOS, felicitamos o Clube Cinófilo do Alentejo por este evento, que se realizou sem qualquer custo para a organização”, concluiu o líder autárquico.

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