Com um menu de atividades muito diversificado, mas sempre desafiante, cumpriu-se mais uma edição do evento Mértola Radical, uma organização da responsabilidade do município da “Vila Museu”.
Texto e Fotos | Firmino Paixão
Ao mesmo tempo que se revela uma boa oferta turística, o Mértola Radical saúda e acolhe a diáspora que, neste mês quente de agosto, regressa ao seu concelho, e complementa-se com a oferta cultural que, por esta altura, ocorre um pouco por todo aquele território.
“A nossa programação acolhe e dá as boas vindas às pessoas que por esta altura nos visitam ou que regressam às suas terras”, referiu Rosinda Pimenta, vereadora do município de Mértola, responsável pelo pelouro da cultura e do desporto. A autarca completou a afirmação dizendo: “É uma programação festiva, é disso que se trata, já que há muitas pessoas do nosso concelho que estão fora e regressam nesta altura, e que nós acolhemos em clima de festa”. E justificou: “Além de terem coisas para fazer e de criarem boas memórias neste território, levam essa energia acrescida pelo bom acolhimento para os sítios para onde regressam após o período de férias. E é também uma forma de potenciar o investimento da programação cultural, porque ela faz-se com público e, nesta altura, temo-lo connosco”. Contudo, reforçou Rosinda Pimenta, “a programação é não só dirigida aos que regressam mas também aos que cá estão o ano inteiro. Ao longo de todo o ano existe muita oferta cultural e a Mina de São Domingos é exemplo disso, é uma terra de muita cultura e de grande receptividade às propostas que vamos apresentando”.
O Mértola Radical 2024 prolongou-se pelos dias 16, 17 e 18 deste mês, com atividades de canoagem, caminhada noturna, catapulta/slide, bubble football, bungee jump, rappel e stand up paddle, momentos que se repartiram entre o rio Guadiana e a Tapada Grande da Mina de São Domingos. A também vice-presidente do município adiantou que tem sido possível diversificar a oferta. “Vamos sempre inovando, de ano para ano, e vão-se repetindo atividades, correspondendo à expectativa das pessoas de virem repetir as experiências que já aqui tiveram, mas vamos tendo sempre a preocupação de trazer novos desafios para este evento, associando-o, também, a alguma programação cultural que está a acontecer”. Porque, acrescentou Rosinda Pimenta: “As pessoas podem perfeitamente participar nestas atividades e, à noite, usufruírem da programação cultural do concelho e das festas que vão acontecendo aqui um pouco por todo o nosso território. Existe sempre uma interligação entre o programa do Mértola Radical e a oferta cultural, dando também visibilidade a essas iniciativas e dando às pessoas aquela ideia de que se visitarem este concelho terão atividade desde o nascer ao pôr-do-sol e pela madrugada dentro”.
Um território que tem condições naturais e absolutamente fantásticas para este tipo de desafios. “Claro! Para proporcionar, no fundo, um usufruir da natureza, dos recursos naturais e da paisagem que temos e, obviamente, é possível usufruí-los de várias formas, de uma forma mais contemplativa, com aquilo que é também a nossa oferta turística, os passeis de barco os passeios pedestres, etc., mas, depois, também de uma forma mais divertida, impondo-nos a nós novos desafios e limites. A nossa paisagem e os nossos recursos permitem isso, o rio, a praia, depois, também, as caminhadas noturnas, aproveitando outro recurso que temos que é o nosso dark sky, também já certificado, enquanto céu excelente para observação noturna. No fundo, é aproveitarmos os recursos que temos, valorizando-os da melhor forma para gerar produto turístico, para gerar atratividade e para dar às pessoas sempre uma razão para virem a Mértola”.
Depois, o retorno tem sido motivador: “O impacto é muito positivo”, reconheceu Rosinda Pimenta. “Há pessoas que vêm mesmo neste fim de semana sabendo que existem estas atividades, tem-se fidelizado visitantes, o evento já tem muitos anos e o impacto tem sido positivo, lá está, porque, junto com toda a outra programação, dá às pessoas uma razão acrescida para virem até Mértola”. Um exemplo, uma energia, se quisermos, que se refletem nas dinâmicas do movimento associativo local, admitiu a autarca. “O movimento associativo, seja ele cultural ou desportivo, é fundamental nestes territórios. É, muitas das vezes, o ponto de encontro e reencontro para muitas pessoas, neste caso, quando falamos de desporto, são estes clubes que fazem a base da formação desportiva de muitos atletas, que dão ocupação a estes jovens e a outros não tão jovens, quando existem outras dinâmicas, por isso, são fundamentais para aquilo que são as dinâmicas desportivas e culturais, portanto, foi com grande satisfação e com o sentido daquilo que é a responsabilidade de apoiar esse movimento associativo que o município de Mértola tem um programa de apoio, porque eles cumprem uma função de serviço público, substituindo a autarquia em muitos casos, nomeadamente, na promoção da prática do desporto e da atividade física, e são um garante daquilo que é a dinâmica social, desportiva e cultural um pouco por todo o concelho. É salutar vermos que, apesar de todas as dificuldades, o movimento associativo continua vivo”.
Por tudo isso, mas não só, concluiu: “É muito importante podermos contribuir para aquilo que é a base e a raiz cultural destes territórios, numa cultura popular, muito mais próxima das pessoas, e que também ajuda a construir o sentimento de pertença a um lugar e, portanto, é óbvio que temos o interesse e todo o gosto em apoiar estas associações e ver que se mantêm vivas, apesar das dificuldades”.