Diário do Alentejo

Rogério Ricardo, presidente da associação columbófila do distrito

13 de julho 2024 - 08:00
Um ano “muito difícil”
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Como balanço global da campanha desportiva, o presidente da Associação Columbófila do Distrito de Beja admitiu: “Este foi o ano mais difícil que eu tive enquanto dirigente da columbofilia distrital. Não só pela mudança das linhas de voo mas, principalmente, face às adversidades da meteorologia”.

 

Texto e Foto Firmino Paixão

 

“A instabilidade do tempo coincidia, normalmente, com os fins de semana de provas”, revelou Rogério Ricardo, destacando: “Nos 19 anos que tenho de dirigente, foi o ano mais terrível por que passei. Não me lembro de tantas anomalias da meteorologia, provavelmente, por ser um ano bissexto”. O responsável recordou: “Tivemos de suspender três provas, uma em cada especialidade. A minha opinião era cancelá-las, mas o coletivo da direção resolveu, simplesmente, adiá-las. Valeu o êxito da Clássica de Barcelona, em que tivemos cerca de uma dúzia de concorrentes, e que teve três ou quatro pombos a chegarem no próprio dia. Não é vulgar numa prova dessa exigência, com quase 900 quilómetros em linha de voo”.

Quanto ao grau de satisfação dos columbófilos com esta primeira “campanha desportiva” do mandato dos atuais órgãos sociais, o líder associativo precisou: “Quando se faz uma alteração de uma linha de voo existe sempre algum descontentamento. É pena que essa linha não se mantenha por mais um ano ou dois, porque só dessa maneira se saberia se era benéfica, ou não, para os columbófilos do distrito. O que desagradou os nossos columbófilos, pelo que senti na altura, foi quando os pombos baixaram a linha. Nas provas de La Campana e Fernand Nunez, os pombos voaram numa zona que não conheciam e, na primeira vez que lá foram, houve perdas significativas, e de alguns bons atletas. Houve um outro episódio relacionando com um treino na zona sul, com o tempo impecável, mas com muitas perdas. Soubemos depois que, durante a noite, tinham ocorrido alguns sismos na região, que poderão ter afetado o campo magnético de orientação dos pombos”.

Olhando o quadro de vencedores, Rogério Ricardo assegurou: “Quando se muda a linha, há sempre columbófilos que se revelam. Na zona este, as coletividades mais fortes foram o Asas de Beja e a Sociedade Columbófila de Serpa. Na zona oeste houve a supremacia das Asas Verdes, de Castro Verde, e da Sociedade Aljustrelense. São, eventualmente, as coletividades mais centradas pelo tipo de provas que se realizaram neste ano. Terão, porventura, ficado numa linha mais favorável em relação a outras colónias. Mas nada que surpreenda, porque, efetivamente, venceram as coletividades que habitualmente se revelam mais fortes”.

A época fechou no último dia de junho com a realização da Clássica de Barcelona. Uma solta de 4000 aves para todo o território nacional, em que brilhou uma colónia bejense. “O pombo que venceu a clássica, entre os columbófilos do distrito, foi um atleta da colónia Jorge & Gonçalo. Além de ser o primeiro do distrito, teve uma boa classificação a nível nacional. Uma colónia que fez uma excelente época, principalmente, nas provas de fundo, mas também foi muito bem-sucedido na aposta que fez na Clássica de Barcelona”, recordou Rogério Ricardo.

Fechada a campanha desportiva, com todas as incidências a ela associadas, que reflexão se proporá Rogério Ricardo fazer do primeiro ano do seu mandato, décimo nono como dirigente, à frente da associação? “Houve uma altura em que as coisas pareciam não estar a correr muito bem, mas conseguimos contornar todos os obstáculos. Quem está de fora nunca sabe o que se passa cá dentro, mas tivemos muitos problemas ao nível de avaria de transportes, principalmente, o que faz o transporte para as provas de fundo”. E enumerou: “O principal foi logo ter que o ir buscar a Mira. O anterior executivo não teve a hombridade de tentar recuperar o carro. Estava prestes a começar uma campanha e o carro não estava cá. Fui buscá-lo a Santarém, mas existiu outro pormenor que eu jamais esperaria que acontecesse. O carro tem um depósito de água que serve para abeberar os pombos nas provas de fundo e alguém, por engano ou presumível sabotagem, meteu-lhe gasóleo. É algo incrível. Como se vê, foi um ano muito complicado”.

Quanto ao futuro, disse: “Prometemos, e vamos cumprir, auscultar os columbófilos para saber se querem voar na linha norte, que será em Portugal, velocidade e meio-fundo, e o fundo da região de Valência, ou em linha leste, de Espanha, corrigindo o que correu mal nesta época. Faremos, em setembro, a entrega de prémios de 2023 que a antiga direção não fez, e entregaremos, no mesmo dia, os desta campanha de 2024”.

 

Campeões Zona Este

  • Velocidade | Rui Vila Alva (SC Asas de Beja)
  • Meio-fundo | Rui Vila Alva (SC Asas de Beja)
  • Fundo | Carapinha RC Columbófila (SC Serpa)
  • Grande-fundo | Jorge & Gonçalo (SC Asas de Beja)
  • Absolutos | António Lampreia (SC Serpa)

 

Campeões Zona Oeste

  • Velocidade | Irmãos Guiomar (SC Aljustrelense)
  • Meio-fundo | Paulo Bárbara (SC Asas Verdes)
  • Fundo | Manuel Camacho Palma (SC Aljustrelense)
  • Grande-fundo | O Azulão (SC Aljustrelense))
  • Absolutos | Paulo Bárbara (SC Asas Verdes)

 

Campeões Grande Fundo Absolutos

  • Jorge & Gonçalo (SC Asas de Beja)

 

Campeões Yerlings Absolutos

  • Zona este | António Lampreia (SC Serpa)
  • Zona oeste | Irmãos Guiomar (SC Aljustrelense)

 

Campeões Borrachos Absolutos

  • Zona este absolutos | José Dores & António Silva (SC Asas de Beja)
  • Zona oeste absolutos | Ana Capeta (SC Aljustrelense)
Comentários