Diário do Alentejo

Coração do centro histórico de Beja foi palco para 130 bicicletas cumprirem desafios da segunda Beja Bike Race BTT

29 de junho 2024 - 08:00
Porque Beja merece…
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Um pôr-do-sol desafiante! Longe dos trilhos entrelaçados nos campos, agora amarelecidos pela canícula, que tradicionalmente acolhem estas provas desportivas, a Beja Bike Race, organizada pelo Despertar Sporting Clube, foi desenhada num percurso urbano no centro histórico da cidade, edificada num planalto. Ruas estreitas, íngremes, às vezes sinuosas, e em torno do seu mais imponente símbolo: o castelo de Beja.

 

Texto e Foto Firmino Paixão

 

A segunda edição da Beja Bike Race agitou a malha urbana do centro histórico local. Quase 130 participantes deram forma a uma prova desportiva interessante, desta vez bem-sucedida (a primeira edição tinha sido marcada por um acidente) e muito competitiva. Uma prova solidária, sétimo dos 10 eventos pontuáveis para a Taça de Maratonas BTT da Cercibeja.

Cláudio Silva, o rosto mais visível da organização, assumiu: “Refletimos sobre a experiência da primeira edição, em que aconteceram algumas coisas que não desejávamos que tivessem acontecido. Por isso, neste ano, reformulámos o percurso para o tornarmos mais lento, mais técnico e menos perigoso. E fizemos bem, porque registámos apenas algumas, poucas, quedas sem gravidade, também devidas a um ou outro excesso dos atletas”. O percurso, apesar de duro, foi recentrado no coração do centro histórico, admitiu: “As ruas desta cidade são lindíssimas e a história de Beja merece que nós passemos mais vezes por estas artérias”. Mas lamentou: “As dificuldades estão sempre na compreensão e na resistência das pessoas, mas isso, nós compreendemos, só por não terem o carrinho ali à porta de casa umas horas já causa transtorno. Haverá sempre um ou outro aspeto que não conseguimos controlar, mas ultrapassámos isso”.

Quanto à participação, Cláudio Silva recordou: “Conseguimos superar os valores da última edição. Tivemos 130 atletas a correr, divididos pelas três distâncias (meia-maratona, maratona e maratona e-bikes)”. E considerou: “Esta é uma prova para continuarmos a apostar. O município de Beja, neste ano, deu-nos uma ajuda preciosa, fomos apoiados, também, por outras entidades, e conseguimos um evento mais bem desenhado, mais dentro daquilo que Beja merece”. Por tudo isso, o representante da organização assumiu: “Estamos confiantes que este evento, a Beja Bike Race, veio para ficar. Esta edição correu bem melhor do que a anterior e esperamos que ainda seja melhor no futuro”.

Uma prova de resistência, com dois desafios aos participantes, competir durante uma hora e meia ou durante duas horas e meia, algo desafiante, mas também um evento onde a solidariedade está presente, admitiu Cláudio Silva: “Continuamos a integrar a Taça de Maratonas BTT da Cercibeja, portanto, a prova continua a ter um cariz solidário, e também convidámos a delegação de Beja da Liga Portuguesa Contra o Cancro para se juntar a nós. A liga faz um trabalho fantástico e não fazia sentido não estar aqui também representada, embora nós não possamos controlar a adesão, nem o contributo das pessoas”.

A logística é exigente, a organização sabê-lo-ia bem, mas contou com uma elevada componente de voluntariado: “Colocámos 70 pessoas em pontos cruciais da cidade, aqueles onde decidimos que era importante controlar a circulação dos atletas e de eventuais transeuntes. Tivemos uma logística pesada, não exige menos logística do que uma prova no exterior, mas envolve muita gente, muito voluntariado e, sobretudo, muita atenção em todos os momentos de passagem dos atletas. Conseguimos fazê-lo e com segurança para os participantes, que foi o mais importante. A prova cresceu em número de participantes, fez crescer a logística e a dinâmica das equipas, mas, com tudo isso, também valoriza a imagem da cidade e da Beja Bike Race”.

A recente alteração dos órgãos sociais do clube não afetará a aposta que o Despertar faz nesta modalidade, garantiu Cláudio Silva, que cedeu a presidência da secção de BTT ao dirigente Cristiano Carrasco, embora a vertente de estrada esteja a ser equacionada devido aos elevados custos que comporta.

O Despertar Sporting Clube, em geral, Cláudio Silva, em particular, em conjunto com outros clubes amigos, têm alertado insistentemente para a oportunidade de construção da ecopista no ramal de Moura, um projeto com uma importância relevante, até no aspecto turístico, algo que parece já estar a ser considerado. “Já conseguimos tirar o projeto do papel. Já se conseguiu passar à fase da ação, creio que município de Beja e a Comunidade Intermunicipal [do Baixo Alentejo] já trocaram impressões sobre esse projeto e já fizeram reuniões, portanto, acredito que a coisa está a andar. Valeu a pena”, regozijou-se Cláudio Silva, adiantando: “Uma luta com quase 30 anos, a tentar criar a nossa ecopista, a criar não”, corrigiu, “porque ela está lá, é só dar-lhe outra imagem. Julgo que a ideia está a ser trabalhada, espero que, em breve, venha aí algo de bom”.

 

Resultados Beja Bike Race BTT

Absolutos masculinos meia-maratona

  • 1.º Fábio Rosado (Vila Ruiva Bike Team) 1h30’08
  • 2.º João Martins (CC Portimão) 1h30’09
  • 3.º Casimiro Caneiras (BTT Figueirense) 1h30’24

 

Absolutos femininos meia-maratona

  • 1.º Clara Sofia Prazeres (Casa da Eira) 1h36’50
  • 2.º Jacqueline Souza Silva (Piranhas Alqueva) 1h45’31
  • 3.º Rute Teófilo (Amiciclo Grândola) 1h28’46

Absolutos masculinos maratona

  • 1.º Rui Pires (Team Danado/Peçamodôvar) 2h34’23
  • 2.º Filipe Coelho (individual) 2h34’24
  • 3.º Josicler Neves (Despertar Sporting Clube) 2h35’27

Absolutos maratona e-bikes

  • 1.º Júlio Gato (CCA Paio Pires) 2h32’20
  • 2.º Pedro Serra (Casa do Povo da Salvada) 2h45’32
  • 3.º Victor Calvino (CCA Paio Pires) 2h31’39
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