Texto: Firmino Paixão
A serra de São Mamede, principal dificuldade que o pelotão da 41.ª Volta ao Alentejo em Bicicleta “Crédito Agrícola” enfrentava na quarta etapa, cumprida entre Monforte e Castelo de Vide (147,7 quilómetros) provocou uma verdadeira revolução na classificação geral individual da “Alentejana”.
Confirmou-se o epíteto desta incursão pela serra de São Mamede, como “etapa rainha” da prova. Houve movimentações iniciais na cabeça do pelotão, sobretudo, na passagem pelas metas volantes de Arronches e de Portalegre, mas quando a estrada começou a “empinar”, para a primeira contagem de montanha (2.ª categoria) traçada no final da rampa do Cabeço do Mouro, a revolução começou a desenhar-se.
O responsável pela equipa espanhola (Caja Rural/Seguros RGA), Fernández Reviejo, sabia que o português Iúri Leitão, então portador da camisola amarela, é um velocista nato e previa que não teria “fôlego” para as dificuldades da etapa (cinco contagens de montanha nas serras de São Mamede e São Paulo). Tendo diferentes recursos na equipa, lançou o experiente Eduard Prates, 36 anos, catalão, nascido em Alcanar/Tarragona, estratégia que lhe permitiu manter a liderança da geral individual, embora tenha perdido a o primeiro lugar colectivo para a Efapel Cycling.
Mas Prates era, apenas, um do grupo de seis ciclistas que se adiantaram ao pelotão, que foi progressivamente fragmentando-se. No grupo estavam outros candidatos ao triunfo, como o porto-riquenho Abner González (Efapel Cycling) e o venezuelano Francisco Peñuela, ciclista da Rádio Popular/Paredes/Boavista. Mas estava também o odemirense Afonso Silva, que na sexta-feira tinha completado 24 anos e que fez uma excelente etapa, terminando na quarta posição, a três segundos do vencedor, sendo agora o melhor português na geral, a 13 s de Eduard Prades.
A quinta, e última etapa, a mais extensa da competição, irá decorrer neste domingo. Serão 187,9 km para ligar Nisa (partida às 10:00 horas) à praça do Giraldo, na cidade de cidade de Évora, onde serão laureados todos os vencedores desta edição da “Alentejana” (chegada às 15:40 horas). A Caja Rural/Seguros RGA apostará tudo no triunfo de Prades, que sairá de Nisa com uma vantagem de quatro segundos sobre Peñuela (RP/Boavista), seis sobre Abner González (Efapel Cycling), treze sobre o alentejano Afonso Silva (Tavira/SC Farense) e quinze sobre o seu companheiro de equipa Thomas Silva.
Os portadores das diferentes camisolas para a etapa deste domingo serão os seguintes ciclistas: Camisola Amarela “Crédito Agrícola” Geral Individual: Eduard Prades (Caja Rural/Seguros RGA; Camisola Verde “Delta Cafés” Classificação por Pontos: Iúri Leitão (Caja Rural/Seguros RGA), Camisola Azul “Correio da Manhã” Prémio de Montanha: Francisco Guerreiro (Kelly Simoldes/UDO) e Camisola Branca “Turismo do Alentejo” Geral da Juventude: Sergi Darder (Illes Baleares Arabay).