Diário do Alentejo

Grupo Desportivo e Cultural de Baronia afirma-se como grande potência do futsal regional

28 de janeiro 2024 - 08:00
Um bom exemploFoto | Firmino Paixão

O Grupo Desportivo e Cultural de Baronia está, mais uma vez, entre as equipas dos distritos de Beja e Évora que estão a disputar a edição de 2023/2024 do Campeonato Interdistrital de Futsal, em seniores masculinos, uma prova organizada pela Associação de Futebol de Évora.

 

Texto e Foto | Firmino Paixão

 

“Um campeonato com equipas muito equilibradas”. Foi assim que Miguel Carvalho, treinador do Baronia, qualificou a prova em que a equipa ocupa, atualmente, o sexto lugar, a 10 pontos do líder, Mourão, mas apenas a um de distância do quarteto que se qualificará para a fase final do campeonato. O técnico garantiu: “O objetivo, desde o início da época, foi sempre terminar entre os primeiros quatro classificados. O que eu, provavelmente, não contaria é que houvesse tanto equilíbrio entre as equipas. Neste ano apareceu também o Núcleo do Sporting em Portel, um estreante na prova, mas com uma equipa que tem dado cartas e está no terceiro lugar”.

Numa análise mais alargada a outros adversários, Miguel Carvalho confessou ainda: “Esperava um pouco mais da equipa do Sporting Clube de Cuba, tendo em conta a qualidade dos jogadores que tem, a base do plantel que trouxe do ano passado, mas não tem conseguido colocar em campo a valia que tem”. Ainda assim, reforçou a ideia: “O campeonato está muito equilibrado, já praticamente todas as equipas ganharam umas às outras. Nós fomos ganhar ao terreno do Internacional e perdemos com eles em casa. O primeiro e segundo lugar não deverão fugir muito do Mourão e do Juventude de Évora. De resto, qualquer uma das restantes equipas pode ambicionar ocupar o terceiro e quarto lugar e qualificar-se para o play-off final”.

O próximo jogo do Baronia será no reduto do Juventude de Évora, atual segundo classificado, uma partida difícil, mas o foco mantém-se: conseguir um lugar entre os quatro primeiros. O técnico abordou o próximo compromisso: “O Juventude tem um excelente plantel, ficou com a base do ano passado, reforçada com um ou dois jogadores de grande valia. Para mim, é o plantel mais equilibrado do campeonato. Já foram campeões na época passada, têm a ‘obrigação’ de lutar, novamente, pelo título, mas também existem outras boas equipas, nomeadamente, o Mourão, que já conseguiu atingir o primeiro lugar”. Porém, nada está decidido, afirmou Miguel Carvalho. “No play-off tudo será possível. No ano passado aconteceu-nos isso, chegámos ao fim da fase regular sem derrotas e na fase final jogámos com o Mourão, perdemos em casa e fora e em dois jogos estragámos tudo o que tínhamos feito durante a época. Mas é esta imprevisibilidade que dá beleza à modalidade. Todas as equipas estão à altura de vencer as outras e adivinham-se jogos no play-off de grande qualidade. Isso é bom para trazer as pessoas aos pavilhões e verem esta modalidade, que é espetacular”.

Avaliando a qualidade da sua equipa, o técnico recordou: “Oitenta por cento deste plantel veio dos escalões de formação do Baronia. A base, praticamente, é com atletas oriundos da nossa formação e outros que já estão connosco há quatro ou cinco anos. Resolvemos que seria assim, prescindimos de sete ou oito jogadores em relação à época passada e não fomos buscar ninguém de fora”. E deixou ainda claro: “Reforçámo-nos com os recursos que tínhamos, porque os miúdos também precisam desta oportunidade. São jovens que estão connosco desde os escalões de iniciados e juvenis e entendemos que o caminho é este, pegar nos atletas da nossa formação, valorizá-los e trazê-los até aos seniores. Hoje já se veem muitos jovens a abraçar o futsal e a praticá-lo com muita qualidade, por isso, são eles que podem desenvolver e incrementar a modalidade”. E isto é uma evidência não só nas equipas masculinas, mas também femininas do Baronia. “Temos uma equipa de seniores femininos. O futsal feminino custa a vingar aqui no nosso distrito. Já existiram quatro ou cinco equipas, neste momento nós temos a única e temos que competir na Associação de Portalegre para que as miúdas tenham competição”. Mas garantiu: “É o que temos e não regateamos esforços para que elas possam competir. Se existe em Portalegre é lá que vamos. Mas gostaríamos imenso que a modalidade fosse mais praticada no nosso distrito, em vez de andarmos nestas provas interdistritais”.

Miguel Carvalho mostrou-se esperançado no futuro, exemplificando: “O Núcleo do Sporting em Moura já tem benjamins, o Sporting de Cuba já apareceu com uma equipa de juniores, é assim, esperemos que o Baronia, o Cuba e o Moura vão criando equipas de formação. Neste momento, nós temos petizes, traquinas, benjamins, iniciados e estamos cada vez mais a vir buscá-los cá abaixo para eles irem competindo e passando por todos os escalões, para chegarem a seniores cada vez mais competentes e mais conhecedores da modalidade”. Um exemplo que deveria ser seguido por outros clubes, para que o futsal tivesse outra expressão, o que não sucede. “Nós também conhecemos as dificuldades dos clubes. Os patrocínios são cada vez menos, os municípios também vão reduzindo os apoios. Por outro lado, os pavilhões também não abundam e os que existem estão superlotados com outras modalidades. E ainda bem, porque todas as modalidades merecem ter o seu espaço e o seu protagonismo, mas, havendo poucos espaços físicos, o futsal tem essa dificuldade de não encontrar espaço para treinar e jogar e os clubes, às vezes, aparecem num ano e desaparecem no seguinte. Não é fácil. Nós somos uns privilegiados. Temos praticamente só ao nosso dispor o pavilhão de Alvito. Temos todos os nossos escalões a treinar diariamente, entre as 18:00 e as 22:00 horas. Mas, infelizmente, não existem outros exemplos como o nosso”, concluiu.

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