Diário do Alentejo

Voleibol está num patamar de excelência e de grande visibilidade no Sul

25 de agosto 2023 - 12:00
Um invulgar crescimento
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

A Associação de Voleibol do Alentejo e Algarve (AVAL) continua o seu percurso de desenvolvimento e valorização do voleibol no Sul do País. Mais clubes, maior número de atletas federados, mais competições e um intenso trabalho de divulgação da modalidade na comunidade escolar.

 

Texto Firmino Paixão

 

Os números não mentem. O voleibol está em crescente desenvolvimento no Alentejo e no Algarve, regiões tuteladas pela AVAL. Ruben Lança, o coordenador técnico da associação, não esconde a sua satisfação pelos índices de crescimento e de valorização que a modalidade apresenta.

 

“Na AVAL estamos cientes e sabemos quais são os parâmetros em que temos que fazer incidir o nosso trabalho para fazermos crescer o voleibol a sul, como tem acontecido nos últimos anos e, nesta época que findou, não fugimos desse fio condutor”.

 

As estratégias têm sido bem-sucedidas…

Mantivemos as mesmas estratégias do passado, ajustando apenas o que era necessário ajustar, de acordo com as novas exigências, pois num período pós-covid foi necessário adaptar algumas coisas, mas a verdade é que seguimos sempre esse fio condutor. Foi mais um ano de grande crescimento. Temos de felicitar os clubes, porque têm sido incansáveis nesta luta, e a verdade é que posso garantir que mantemos a mesma tendência de crescimento. A curva dessa evolução até se acentuou, o que é realmente fantástico. Como a direção da AVAL também se mantém firme e sabe bem o trabalho que tem de ser feito, os clubes também já deram mais um voto de confiança nesse trabalho, numa recente assembleia-geral.

 

O crescimento tem sido sustentado pelo aumento de clubes e de praticantes?

Sim. Tivemos um crescimento acentuado no número de crianças e alunos de escolas que tiveram contacto com a modalidade, algo em que apostamos muito, que é o projeto “Gira Vólei”. Na época de 2021/2022 tivemos cerca de 12 500 miúdos em contacto com a modalidade. Não são ainda atletas, porque esse é um projeto não federado. Mas nós equipamos as escolas, vamos lá fazer atividades e, nesta última época, crescemos de 12 500 para 16 200 miúdos. Um grande aumento de alunos que tiveram um primeiro contacto com o voleibol, miúdos que, na maioria dos casos, nem conheciam a modalidade, e este trabalho tem sido fantástico, além de que tem vindo a dar bastantes frutos. Em termos de participação de praticantes federados também houve um crescimento muito positivo, subimos de 255 para 600. Dobrámos largamente os números anteriores. Cresceram também os campeonatos: agora temos praticamente todos os escalões com competições regulares e um número muito aceitável de clubes. O número de escolas e de clubes envolvidos também cresceu, passámos de 13 para 16, e irão surgir mais dois ou três na próxima época, por isso, só podemos estar felizes, por termos cumprido, largamente, os objetivos. Mas temos de louvar os professores, os clubes, os dirigentes e quem trabalha diariamente com o voleibol, porque esta é a modalidade que mais tem crescido nos últimos cinco anos.

 

A Federação Portuguesa de Voleibol está a par dessa evolução e tem apoiado e mostrado reconhecimento?

Claro. Na realidade, não podemos deixar de parte a federação, entidade que sabe que o trabalho que está a ser feito no Sul é um trabalho com pés e cabeça. Um esforço que já leva vários anos e que não cairá de um momento para o outro, porque já tem uma base sustentada. A associação começa já a precisar de mais meios, de mais recursos humanos, precisamos já de alguém na área da comunicação, marketing e imagem, porque os que estamos, atualmente, já não temos essa disponibilidade, pois, durante a semana, temos imensas atividades. O nosso território vem do Alto Alentejo ao Algarve e temos um conjunto de projetos entre mãos, por isso, estou certo de que a federação olhará para isso e irá ajudar a que aumentemos o nosso número de colaboradores.

 

A época está fechada, quer em indoor, quer em outdoor?

Sim, a época já se concluiu e devo sublinhar que nos nossos campeonatos na última época bateram-se todos os recordes de participantes. Tivemos atividade entre outubro e maio. Foi a primeira vez que a época teve tantos meses de atividade. Antes tínhamos de arranjar alguns torneios extra para darmos mais competição às equipas e neste momento já não. Organizámos os regionais com uma boa participação, os melhores classificados subiram às provas nacionais e, depois, fizemos uma segunda fase, com um número suficiente e com qualidade, para organizarmos um troféu regional entre os clubes que não subiram aos nacionais, algo impensável há uns anos. A partir de maio, começou a atividade outdoor, na praia, que, neste ano, foi simplesmente fantástica, porque batemos todos os recordes, com etapas de ar livre com 200 duplas, estamos a falar de 400 atletas. Tem sido muito gratificante, até pela presença dos familiares dos atletas. Foi, sem dúvida, o melhor circuito de ar livre que alguma vez tivemos. No nosso circuito “Gira Praia”, o maior a nível nacional, tivemos 200 participantes em cada etapa. Foi mais uma grande organização, portanto, este foi o melhor ano da AVAL ao nível de indoor e dos nossos circuitos de ar livre e “Gira Praia”.

 

Já se olha para a próxima temporada? Teremos novidades?

Nós ouvimos sempre os nossos clubes. Queremos que nos apresentem sempre novas ideias. Tentamos agilizar a nossa atividade, porque os nossos campeonatos são muito voláteis. Por exemplo, podemos ter 12 equipas de iniciados e no ano a seguir só aparecerem cinco. Portanto, temos sempre de apresentar novas ideias, temos de ser criativos para podermos ter todos os escalões em atividade e com boa participação. Já estamos num período de pré-inscrição para sabermos com o que iremos contar. E já estamos muito próximo dos números da época passada, convictos de que os ultrapassaremos. Continuaremos a apostar no mini voleibol, que é a base do nosso crescimento, e essa é a nossa grande vitória. Se fizermos essa massificação, o futuro da modalidade estará garantido. Vamos ter um curso de treinadores em setembro, já temos acima de 40 candidatos. Teremos novidades no ar livre, no voleibol de praia, queremos fazer um circuito em seniores, portanto, já temos a próxima época mais ou menos planeada e, quem sabe, para continuarmos a bater recordes.

Comentários