Diário do Alentejo

Treinador Nuno Pinto (ex-Olímpico do Montijo) é novidade em Serpa

22 de julho 2023 - 11:00
Um momento histórico
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

O Futebol Clube de Serpa já regressou ao trabalho para preparar a sua terceira época consecutiva no Campeonato de Portugal. A principal novidade foi a contratação do treinador Nuno Pinto. O presidente da comissão administrativa, Francisco Picareta, revela bastante confiança.

 

Texto Firmino Paixão

 

"Nós estamos confiantes e empenhados em trabalhar e lutar domingo a domingo. Vamos ver o que acontecerá no final”, garantiu o dirigente, reiterando: “A nossa filosofia foi sempre essa, de trabalharmos durante a semana para estarmos ao melhor nível no fim de semana. Será um campeonato muito difícil, com cinco ou seis equipas com objetivos mais elevados, mas nós manteremos a maior ambição”. A equipa já tem jogos de preparação comprometidos com o Mértola United e o Lusitano de Évora.

 

A equipa já regressou ao trabalho…

Quando terminou a época 2022/23 começámos logo a planear a nova temporada. Sabíamos o trabalho que dá e quão difícil é montar um plantel competitivo para um campeonato de Portugal, sobretudo, neste ano, integrados numa série dificílima, portanto, só tínhamos uma solução: começarmos a trabalhar cedo, para montarmos uma equipa o mais competitiva possível.

 

Uma das novidades foi a eleição de uma comissão administrativa, embora o ex-presidente continue a liderar o projeto?

Foi uma análise que fizemos internamente, após muitas conversas com inúmeros sócios que estão presentes no dia a dia do clube. Não foi um ato surgido de última hora, foi uma opção, nós apresentarmo-nos como comissão administrativa em vez de assumirmos mais dois anos enquanto direção. Mantemos a mesma legitimidade, não existe qualquer diminuição de poder, foi uma mudança natural e uma oportunidade para incluir pessoas novas, acima de tudo, pessoas que começarão a aprender e a apreender o que é o futebol, como funcionam os regulamentos, e acreditamos que muito do futuro do Serpa passará por essas pessoas que entraram de novo.

 

Sente-se orgulhoso deste trajeto como líder de um projeto que mantém o clube há três épocas consecutivas no Campeonato de Portugal?

Sim, qualquer pessoa da cidade de Serpa e adepto do nosso clube deve sentir-se orgulhoso. Vamos para a terceira época consecutiva no Campeonato de Portugal. Tenho 47 anos e é a primeira vez que tenho oportunidade de viver isto enquanto adepto e sócio do Futebol Clube de Serpa. Acho que na história deste clube estivemos uma vez por três ou quatro épocas num campeonato nacional, mas já foi há umas décadas. Em tempos recentes estamos a vivê-lo pela primeira vez, é histórico, é uma viagem de que estamos a desfrutar e a gostar muito.

 

A última época foi muito sofrida, mas isso faz parte da história e não se deseja para o futuro…

O futebol, às vezes, não é como nós pretendemos ou como desejamos. Começámos a época sempre a brigar pelos lugares cimeiros, depois atravessámos uma crise enorme, com lesões que nos criaram alguma instabilidade, mas, entre todos, conseguimos superar e, no fim, conseguimos o mais importante, que era a manutenção. Mais sofrida, se calhar, do que no ano anterior, porque nessa altura só dependíamos de nós e, desta vez, tínhamos de vencer o nosso jogo e estar com os ouvidos em Albufeira. Mas correu bem. E isso é que fica para a história.

 

Outra das novidades foi a chegada de um novo treinador para render João Daniel Rico?

Isso faz parte do futebol. As pessoas de Serpa só terão de estar gratas à equipa técnica do João Daniel, porque entrou no clube numa altura em que, se calhar, mais ninguém entraria, e sempre abraçou o projeto com alma e coração, dando tudo o que tinha e não tinha. Só quem estava na direção sabe o trabalho que ele fez, portanto, estaremos sempre gratos ao João Daniel. Mas mudámos, fomos procurar uma solução e entendemos que a melhor seria alguém novo, também com muita ambição, que é o caso do Nuno Pinto, que foi jogador profissional, mas só tem um ano de carreira enquanto treinador e abraçou o nosso projeto com uma ambição e uma ilusão enormes. É esse tipo de pessoas que queremos ter ao nosso lado: que tenham ambição e que lutem por nós. Seria, eventualmente, mais fácil acomodarmo-nos e contratar um técnico mais experiente, mas não queremos estar acomodados, queríamos alguém que nos espicace e nos faça crescer todos os dias e entendemos que o Nuno seria a pessoa ideal para estar ao nosso lado.

 

Tem um bom palmarés como jogador, mas ainda só treinou o Olímpico do Montijo. Foi um risco assumido?

Tudo na vida tem risco. Só o futuro nos dirá se foi a opção correta. Nós acreditamos que sim, o Nuno também acredita. Vamos fazer tudo para que tenha sido a escolha certa.

 

Será uma equipa mais equilibrada, com mais opções para as diversas posições?

Temos de ter aqui sempre gente nova, porque é difícil atrair jogadores com muita experiência. O modelo que pretendemos para o treinador acaba por ser igual ao que quisemos como jogador. Jogadores novos, ambiciosos, que queiram vir para Serpa mostrar qualidade, para passarem a outros patamares. Vamos manter nove ou 10 atletas da época passada e teremos 11 ou 12 jogadores novos. É uma mudança significativa, mas não tão radical como se poderia pensar. Haverá uma continuidade de 50 por cento do anterior plantel, que permite acolher e ambientar aqueles que vêm de novo.

 

 "É IMPORTANTE MANTERMOS A EQUIPA B"

Os jogadores da terra funcionam como um elo entre a equipa e a massa associativa…

Nós temos um problema que foi originado há uns anos. Quando chegámos ao clube, o Serpa tinha 50 atletas, incluindo a equipa sénior. O que sobrava seria uma equipa e meia de formação. Mas não é em cinco anos que se recupera uma formação, nem se formam jogadores para chegarem à equipa sénior. Temos, atualmente, 204 atletas, cerca de 180 são da formação, neste ano já teremos uma equipa de juniores e, se calhar, daqui a dois ou três anos conseguiremos ter mais atletas de Serpa na equipa sénior. Mas todos os jogadores de Serpa foram convidados a continuar. Os que quiserem terão a porta aberta. Para nós é importante mantermos a equipa B, para quem quiser ter a oportunidade de vestir a camisola do Serpa. É um projeto que mantemos com muito agrado e que traz muita gente ao campo para ver os meninos da terra a jogar à bola.

 

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