O Desportivo de Beja venceu o Torneio de Teqball Mara 2023, prova de avaliação profissional de Mara Guerreiro, finalista do curso de Técnica de Desporto, na Escola Secundária Diogo de Gouveia, na cidade de Beja.
Texto Firmino Paixão
Mara Guerreiro, de 18 anos, jogadora da equipa do Ourique Desportos Clube, qualificada para os quartos-de-final da Taça Nacional Feminina de Promoção, trouxe até ao jardim público de Beja, no passado dia 7, atletas de seis clubes para disputarem o Torneio de Teqball Mara 2023, prova de avaliação profissional do curso de Técnica de Desporto que frequenta, com sucesso, na Escola Secundária Diogo Gouveia, na cidade de Beja.
A jovem aluna, e desportista, conseguiu, também, contar com a presença de Rui Marques Leitão, presidente da Federação Portuguesa de Teqball e membro do conselho técnico da federação internacional da modalidade, e contou ao “Diário do Alentejo” os diferentes passos preparatórios do evento.
“Uma vez consolidada a ideia, o primeiro momento do projeto foi o pedido do espaço ao município, também o convite aos clubes. Depois, uma vez aceites os convites, fiz o planeamento dos jogos. Foi um mini campeonato, todos jogaram contra todos, e venceu quem amealhou mais pontos”. Neste caso, o Desportivo de Beja.
Subjacente a este projeto, ficou também ancorada a intenção de promover a modalidade.
“Não sou praticante assídua, mas, de vez em quando, gosto de fazer um joguinho com o meu pai [Hugo Guerreiro]. É uma modalidade nova em Beja, interessou-me particularmente divulgá-la e espero que as pessoas comecem a aderir, aliás, este torneio pode também dar mais incremento, porque o evento foi divulgado nas redes sociais, no sentido de termos aqui algum público a assistir”.
A este primeiro ato da prova de aptidão, testemunhada pela sua orientadora, a professora Isabel Caçoila, seguir-se-á um segundo momento, teórico, durante o qual apresentará as conclusões do projeto, revelou a aluna, com natural entusiasmo.
A valorizar a organização do torneio esteve o líder da federação que tutela esta modalidade, o escalabitano Rui Marques Leitão, jogador e entusiasta deste desporto nascido, em 2014, na Hungria.
“Estamos sempre a colaborar em tudo o que for feito para divulgar e promover o teqball. Já tínhamos realizado aqui em Beja um torneio solidário, a favor do Gonçalinho, e agora foi-nos proposto este desafio. Quando tive conhecimento de que a Mara queria fazer a sua prova de aptidão profissional com este torneio de teqball, obviamente que acedi, tanto eu, pessoalmente, como a federação e o clube dos Caixeiros de Santarém, que represento”.
O dirigente nacional da modalidade revelou ainda: “É muito importante ter aqui jovens que hoje estão muito direcionados e formatados para o futebol e para o futsal, para que possam ver, também no teqball, um janela de outras oportunidades, porque esta modalidade, ainda que esteja no início do seu crescimento, permite-nos ter aqui um futuro, uma carreira, em que podemos depositar algumas esperanças e algumas expectativas e posso até adiantar que já temos alguns jovens a optarem pelo teqball como desporto principal”.
Rui Leitão anunciou também a organização de uma próxima competição na cidade de Beja, admitindo: “Venho aqui também porque nós estamos, neste momento, a organizar o Circuito Nacional de Teqball Jovem. Já temos um circuito nacional absoluto desde há quatro anos e, neste ano, vamos lançar um circuito jovem direcionado para atletas até aos 18 anos”.
A primeira etapa irá decorrer no dia 20 deste mês, em Santarém, mas, revelou Rui Leitão: “Vamos ter etapas locais, uma das quais será em Beja e, depois, os vencedores dessas etapas irão competir com os vencedores de outras regiões, para apurarmos o primeiro campeão nacional de teqball jovem. Por isso, a minha presença hoje em Beja, para além de dar algum apoio à Mara Guerreiro, será também para contactos, no sentido de termos aqui, em finais de maio, uma etapa deste circuito”.
Sobre a sua experiência enquanto jogador de teqball, o dirigente fez notar: “Apesar dos meus 50 anos, tento ser um exemplo para os mais novos. Dou sempre o meu exemplo quando falo de teqball. Joguei futebol durante 15 anos e jogo teqball há dois.
Com esta modalidade já visitei três continentes, 11 países e 17 cidades, jogo e treino com os melhores do mundo, coisa que o futebol, apesar de ser uma paixão, não me permitiu. Sabemos que o futebol e o futsal têm um filtro em que só lá passa um ou dois entre milhares de jovens e, neste momento, no teqball temos outras possibilidades e oportunidades e, por isso, tento ser esse exemplo para os mais novos, um exemplo de que é possível construir uma carreira nacional e até internacional”.
E acrescenta: “Já fui campeão nacional de teqball por clubes e atingi coisas muito mais rápidas em termos de notoriedade do que no futebol. Não quero dizer que eu seja o melhor, porque não sou, muito longe disso, porque com os tais 50 anos não posso ter nenhuma aspiração a fazer bons resultados, mas quero estar aqui para abrir portas, porque o facto de ser também membro do conselho executivo da Federação Internacional de Teqball é um motivo de orgulho, não só para mim, mas também para Portugal, por ter um português no órgão máximo de uma federação internacional que tutela um desporto em mais de 160 países, e eu tento tirar partido disso e tenho de passar essa mensagem para que o teqball em Portugal se possa desenvolver”.
E, na verdade, está a ganhar alguma expressão, a avaliar pelos dados que o presidente federativo revelou: “Neste momento, já temos 90 clubes filiados, temos mais de 350 atletas federados e é o quarto ano em que temos um circuito nacional, e que no ano passado teve 17 etapas. Tentamos percorrer o País todo, para descentralizar o teqball. Até já realizámos uma etapa numa aldeia com 50 habitantes, na zona de Santarém, e só o pessoal do teqball eram 55, duplicámos a população da aldeia. O teqball não é só um desporto que potencia a prática da atividade física mas, fruto das regras, vai trabalhar muito, também, a parte cognitiva, porque obriga a concentração e a coordenação motora. Portanto, é um desporto mais completo e mais exigente do que parece, quando descrevemos que é apenas um pingue-pongue jogado com os pés”.