Os atletas Marisa Machado (Cocheiros & Cª.), Bruno Silva (Casa do Benfica de Moura) e Estevão Rafael (Clube Atlético Aldenovense) foram os vencedores absolutos do Trail dos Reis, disputado na cidade de Beja.
Texto Firmino Paixão
Marisa, Bruno e Estevão interpretaram bem as personagens de Belchior, Gaspar e Baltazar, os reis Magos que, segundo a tradição cristã, vieram do Oriente até Jerusalém. Aqui, porém, o evangelho da corrida não os descreve como ofertantes de ouro, incenso e mirra, mas como vencedores da 2.ª edição do Trail dos Reis, certame organizado pelo centenário Despertar Sporting Clube, que reuniu cerca de centena e meia de participantes, nas variantes de corrida e caminhada, numa manhã, tipicamente, de inverno.
Uma prova em que a chuva, certamente, retirou participação (as inscrições confirmadas revelavam um número mais elevado), ainda assim, competitiva, com algumas novidades e a prometer consolidar-se no calendário regional.
O programa contemplou um trail médio, de 27 quilómetros (16 concorrentes masculinos), com partida do sítio da “Cabeça de Ferro”, junto ao IP2; e um trail curto de 16 quilómetros (91 concorrentes) e uma caminhada de 12 quilómetros, ambos com partida do Parque da Cidade, um verdadeiro “pulmão” na zona mais ocidental da urbe bejense, também local de chegada para todas as variantes competitivas.
É aqui, aliás, que a organização pretende manter outras iniciativas semelhantes, como nos confidenciou Cláudio Silva, dirigente do Despertar Sporting Clube, dinamizador das modalidades de ciclismo, BTT e atletismo, que comentou a participação neste Trail dos Reis.
“Tivemos cerca de 180 inscrições, a chuva terá feito desistir alguns, mas temos cerca de 160 atletas nos trilhos. Sabemos que este tempo de janeiro é sempre incerto. Quando marcamos um evento para estas datas, temos de contar sempre com esse fator, mas as pessoas aderiram e nós estamos contentes por isso”.
Sobre as melhorias entre este trail e a edição anterior, Cláudio Silva recordou: “Acrescentámos uma novidade ao trail dos 27 quilómetros: colocámos a partida na herdade do Monte da Cabeça de Ferro, uma zona muito bonita, que conheço bastante bem, dada a minha atividade de militar. O Regimento de Infantaria 1 cedeu-nos aquele espaço para nós o podermos utilizar. É uma das zonas mais bonitas e com mais altimetria aqui do concelho. Os atletas do trail médio partiram de lá à mesma hora dos restantes, fizeram um percurso de cerca de 10 quilómetros à volta daquela herdade, depois apanharam o caminho até Santa Clara do Louredo, local de abastecimento, onde se cruzaram todos os percursos”.
Numa planície, com uma quase inexistente orografia, não é fácil desenhar percursos. “Sempre que marcamos um trail mais curto deparamo-nos com zonas muito rápidas que, normalmente, os atletas do trail não gostam muito, porque não correm tanto como os atletas que estão habituados a correr em estrada. Por isso, estas provas pendem sempre para o pessoal que corre mais as distâncias em linha, contudo, é o que temos”.
Um evento que, de resto, é para manter. “Aproveitámos a ideia dos Escoteiros, que faziam esta prova. Nós pegámos nessa ideia e já vamos na 2.ª edição”. Por outro lado, a organização também pretende promover a cidade.
“Temos optado por uma questão didática, que é mostrarmos a cidade de Beja a quem nos visita. Deslocámos este trail para o Parque da Cidade, que é uma zona bonita, aprazível e muito atrativa. A última prova de BTT também já a tínhamos feito no centro histórico da cidade e, em junho de 2023, o Raide de BTT voltará a partir e chegar aqui, no Parque da Cidade”.
O raide, assegurou Cláudio Silva, é um projeto para manter. “Já vamos na 13.ª edição. Tivemos aquele interregno por causa da pandemia, mas é uma prova que queremos manter, fazendo jus ao trabalho das pessoas que nos antecederam e trabalharam em prol desta secção. Temos de pensar que não criámos nada de novo, estamos a prosseguir o caminho que já antes tinha sido iniciado, acrescentando-lhe alguma dinâmica e adaptando-nos aos novos tempos, porque queremos ser, cada vez mais, um elemento de apoio para as nossas autarquias, para a cidade e para o concelho, oferecendo um painel de oportunidades cada vez maior e mais diversificado aos munícipes”.
Afinal, um conjunto de iniciativas com que o Despertar pretende diversificar a sua atividade. “Nós pretendemos que o Despertar Sporting Cube seja, cada vez mais, o mais eclético possível. A secção de BTT tem, neste ano, uma equipa sub/23 a competir na Associação de Ciclismo o Algarve, mantemos a equipa master de ciclismo em estrada e temos um núcleo de atletas de trail que tem vindo a participar em eventos aqui nesta região e também pelo País fora”.
Resultados Absolutos | Trail 16 km Femininos 24
- 1.ª Marisa Machado (Cocheiros e Cª), 1h14’25;
- 2.ª Antónia Fachadas (Cocheiros & Cª), 1h25’05;
- 3.ª Gertrudes França (CB Moura), 1h22’12;
- 4.ª Desneiges Beaudry (Individual), 1h28’46;
- 5.ª Helena Coelho (David Sports), 1h29’45;
Resultados Absolutos | Trail 16 km Masculinos 67
- 1.º Bruno Silva (CB Moura), 58’23;
- 2.º Válter Matos (BTT Salvada), 58’30;
- 3.º Nuno Rocha (Ladrões do Sado), 1h02’30;
- 4.º Eduardo Montinhos (Predimed), 1h02’47;
- 5.º João Rolha (ADN Mértola), 1h03’11;
Resultados Absolutos | Trail 27 km Masculinos 16
- 1.º Estevão Rafael (CA Aldenovense), 1h51’45;
- 2.º João Santos (Irmãos Luzias), 1h59’43;
- 3.º Pedro Lino (CT Cercal), 2h00’11;
- 4.º José Canilhas (ADN Mértola), 2h01’04;
- 5.º César Santos (CSP 43), 2h05’41;