Diário do Alentejo

Morreu o Hilton Targino

16 de dezembro 2022 - 12:30
Antigo futebolista tinha 74 anos
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Texto Firmino Paixão

 

Morreu o Hilton! O desporto alentejano empobreceu. Perdemos uma das figuras mais carismáticas que alguma vez passou pelos clubes de futebol desta região. Um futebolista de eleição, um artista, um artesão de inimagináveis lances, mas também uma pessoa de caráter, humilde e bem formado. Tinha um humor muito fino, era amigo do seu amigo e, além do futebol, tinha também essa nobre arte de conquistar amizades.

 

Hilton Targino dos Santos nasceu, há 74 anos, na cidade brasileira de João Pessoa, território mais oriental do Brasil, terra que, dizia com alguma graça, “é a cidade onde o sol nasce primeiro”.

 

Começou a jogar futebol na praia, areais onde o seu talento foi descoberto e recrutado por um clube amador que rapidamente o cedeu ao Botafogo, primeiro à experiência e pouco depois com contrato profissional.

 

O sonho europeu, algo que todos os futebolistas cariocas possuem, era mais do que legítimo. O Portimonense fê-lo atravessar o Atlântico. Um dirigente algarvio recebeu-o no aeroporto de Lisboa e disse-lhe: “Ponha ali a mala que vamos voar para Faro”.

 

E o Hilton, com a sua habitual boa disposição respondeu: “Não, eu vim para Portugal, não vou para Faro”. Mas foi, e dali para Portimão, onde atuou na, então, 1.ª divisão nacional durante seis temporadas. Pedroto, à época treinador do Boavista, ainda o quis levar para o Bessa fazendo mesmo uma digressão à Venezuela com a camisola axadrezada, mas os clubes não se entenderam.

 

Mais tarde jogaria uma época no Lusitano de Évora e dali partiu para o Olhanense, onde esteve duas épocas até regressar ao Alentejo mas, desta vez, ao Desportivo de Beja, clube que representou durante quatro épocas, antes de rumar a Moura, emblema e cidade onde foi igualmente muito acarinhado.

 

Antes de abandonar a carreira, o que aconteceu na temporada 1989/1990, o pai de Tiago Targino (antigo jogador do Vitória de Guimarães), ainda representou o Alvorada Futebol Clube, de Ervidel, e o Sobralense (Sobral da Adiça/Moura).

 

O “Diário do Alentejo” manifesta a todos os familiares e amigos próximos, com natural emoção, as mais sentidas condolências.

 

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