A Associação de Futebol de Évora venceu a segunda edição do Torneio Base do Futuro em sub/18 masculinos e sub/14 femininos (futebol) e a Associação de Futebol de Setúbal ganhou em sub/15 masculinos (futsal). A competição decorreu em Castro Verde, com organização da Associação de Futebol de Beja e contou com o apoio do município local.
Texto | Firmino Paixão
“Um torneio especialmente pensado para o futsal e para o futebol feminino, em termos da preparação, e ao nível dos sub/18 em futebol masculino, para darmos um contexto de seleção a uma idade em que, por vezes, se perdem muitos atletas. Criámos aqui uma fase diferente, antes de chegarem aos seniores, para terem alguma perceção daquilo que é o trabalho de uma seleção representativa do distrito”.
Assim caracterizou este Torneio Base do Futuro o coordenador técnico da Associação de Futebol de Beja, João Duarte, revelando: “O torneio foi uma ideia das quatro associações regionais – Beja, Algarve, Setúbal e Évora –, que assim criaram uma dinâmica engraçada”.
O técnico deu conta: “O nome de ‘Base’ tem aqui uma dupla vertente, uma delas é que tem as iniciais das quatro associações, um exercício curioso com os nomes, e, depois, também segue a linha de pensamento de quem vai organizar em cada ano. Neste ano calhou- nos a nós, para o ano será o Algarve, depois Setúbal e voltará a Évora.
A ideia surgiu numa conjugação de esforços, ou seja, num trabalho coletivo destas associações, que querem dar maior possibilidade de competição a estas equipas”. Ou seja, uma competição exclusiva das quatro associações regionais de futebol mais ao sul do País, que não tem, para já, paralelo em mais nenhuma zona do País, confirmou João Duarte.
“Esta organização não se repete por esse país fora, é um torneio destas quatro associações. Poderá, eventualmente, ser replicado, ou não, noutros distritos, mas a ‘patente’ está nestas associações do Sul”. Ainda assim, reconhecido e acarinhado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), admitiu, sublinhando: “Desde que aconteceu a mudança da direção da FPF, a coordenação técnica de todas as associações tem estado muito mais próxima daquilo que é a coordenação e a estrutura técnica nacional e daí a presença, aqui em Castro Verde, do diretor técnico nacional, Óscar Tojo, e do coordenador do desenvolvimento regional, Jorge Vicente. Ambos estiveram cá, mas trata-se muito daquilo que é a proximidade que a federação quer criar com todas as associações e, nesse sentido, nós explicámos a nossa dinâmica e viram com muito agrado aquilo que é o desenvolvimento destes torneios, em que as associações depositam muitos dos seus recursos para providenciarem, a todos estes atletas, esta experiência que é muito enriquecedora dentro e fora do campo”.
Mas existem outros benefícios, explicou: “Também para os treinadores, porque possibilita que limem algumas arestas na seleção de jogadores e jogadoras, em termos de identificação e monitorização, para aquilo que serão as fases zonais das sub/14 femininas e o torneio final dos sub/15 de futsal e, relativamente ao nível dos sub/18, a monitorização daquilo que poderá ser o seu futuro na Taça Regiões, já ao nível de seniores”.
Numa avaliação global a estas três vertentes competitivas incluídas no Torneio Base do Futuro, João Duarte comentou: “O torneio foi muito bom, claramente, tivemos uma ou outra dificuldade, ao nível dos tempos que propusemos em termos de calendário de jogos, mas, de resto, correu tudo muito bem, a competitividade foi elevada, com jogos bastante intensos, com associações do nosso nível e com outras que têm outro tipo de capacidades. No feminino vimos uma equipa com bom nível a competir com Setúbal, no futsal ainda estamos num patamar de crescimento e que revela a necessidade de a modalidade alcançar outros níveis no nosso distrito, porque ainda estamos a sofrer de algumas dores de crescimento, mas é um processo em que, antigamente, tínhamos jogadores de futebol a praticar futsal na seleção distrital, algo que, hoje em dia, já não acontece, porque, no masculino, as nossas seleções são de atletas exclusivamente de futsal. Esse é definitivamente o caminho para a promoção da modalidade e para a promoção daquilo que são os jogadores dessa modalidade, e é por aí que queremos seguir”.