Diário do Alentejo

Edmon Kiprgetich (Quénia) e Winfred Yavi (Bahrain) venceram o Mundial de Corta Mato Militar

22 de outubro 2022 - 09:30
Uma aliança afro-asiática
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

Os atletas Edmon Kiprgetich, do Quénia, em masculinos, e Winfred Yavi, do Bahrain, em femininos, foram os vencedores individuais do 58.º Corta Mato Mundial Militar, competição que decorreu na Base Aérea nº 11. Na Estafeta, entre nações, foi, também, o quarteto do Bahrain o vencedor.

 

Texto Firmino Paixão

 

Cerca de 300 atletas, oriundos de 27 países, disputaram, no passado dia 12 de outubro, o 58.º Corta Mato Mundial Militar, uma prova tutelada pelo Conselho Internacional do Desporto Militar (CISM) que, pela primeira vez na sua história, se disputou em Portugal, com organização da Força Aérea Portuguesa e da Comissão de Educação Física e Desporto Militar da Direcção-Geral de Recursos da Defesa Nacional.

 

A prova decorreu num circuito de dois quilómetros traçado no interior da Base Aérea N.º11 (BA11) e foi, quase, totalmente dominada pelos atletas do Bahrain, a quem fugiu, apenas, o título individual em masculinos (prova de 10 km), averbado pelo queniano Edmon Kiprgetich.

 

No setor feminino, domínio absoluto das atletas vindas do Bahrain, conquistando os três lugares do pódio, mas com a vitória a sorrir a Winfred Yavi. Na Estafeta Mista entre nações, com dois atletas masculinos e dois femininos, verificou-se novo triunfo da delegação do Bahrain.

 

Os atletas João Fernandes (31.º) e Joana Gomes (38.ª) foram os melhores classificados da missão portuguesa (22 atletas), na qual se incluía a atleta Patrícia Serafim Marques, até há bem pouco tempo fundista do Beja Atlético Clube, oito vezes vencedora e recordista da Ultra Maratona Atlântica Melides-Tróia.

 

A atleta, agente da Polícia de Segurança Pública, disse, ao “Diário do Alentejo”, que “foi uma prova difícil, não só pela qualidade das adversárias, que eram atletas de alto nível, mas também por estarmos ainda no início da época. Creio que esta data talvez não fosse a mais apropriada”, adiantando que “o momento ideal para esta competição seria no final de novembro, ou início de dezembro, quando os atletas já têm alguns quilómetros nas pernas e já estão um bocadinho mais em forma”.

 

Patrícia Marques revelou, a concluir, que “já tinha competido num campeonato do mundo quando estava no exército”, sendo esta a segunda vez que o fez. “É sempre muito gratificante competirmos a este nível”.

 

A torcer, naturalmente, pelos atletas portugueses, esteve o Coronel Carlos Lourenço, comandante da BA11, que sublinhou: “Foi muito importante para a Base Aérea nº 11, recebermos esta competição, porque são eventos internacionais de grande visibilidade e, para nós, importa tudo aquilo que fizermos em prol desta Unidade, a Base Aérea nº 11, mas também em prol da região”.

 

Justificou depois: “O facto de trazermos as pessoas para este território e promovermos aquilo que esta região oferece, deixa-nos orgulhosos, por isso, será sempre uma honra organizar estes eventos. Normalmente, o nosso foco está mais noutro tipo de operações, mais ligadas à operacionalidade militar mas, obviamente, que este tipo de eventos desportivos, dentro de um contexto militar, também são importantes”.

 

O comandante da BA 11 também deu relevância ao impacto do evento.

 

“Teve muito impacto na região, porque estamos a falar de uma prova internacional. Estavam previstos 32 países, mas tivemos apenas 27, porque se registaram algumas desistências já na última semana, mas, ainda assim, vieram não só os atletas, como também todas as delegações, um elevado conjunto de treinadores e de dirigentes, que acabaram por dispor de algum tempo para descobrirem esta região e tudo aquilo que ela oferece, em termos de turismo, de património, de gastronomia e, especialmente, essa arte de bem receber das pessoas desta região e a forma cordial e harmoniosa como nós gostamos de tratar toda a gente. Portanto, acho que derivam daqui benefícios e vantagens para esta região”.

 

Uma prova com excelente organização, com uma logística que não é fácil, mas que terminou com grande sucesso. O Coronel Carlos Lourenço concordou.

 

“Efetivamente, a logística foi um bocadinho diferente, desde a preparação da pista onde a competição decorreu, deu algum trabalho mas, felizmente, que a estrutura que a Base Aérea possui tem capacidade, é uma estrutura, praticamente, instalada e facilmente nos adaptamos e conseguimos arranjar as sinergias necessárias, também com a colaboração do município de Beja e de várias outras entidades que ajudaram. Quando toda a gente se une em prol do mesmo objetivo, as coisas tornam-se mais fáceis”.

 

Num segundo momento, a Base Aérea nº 11 abriu-se a jovens atletas do Desporto Escolar competindo, também eles, na pista onde evoluíram os fundistas internacionais.

 

“Foi um orgulho reforçado, porque abrimos a competição às escolas, com os seus alunos a competirem, a conviverem com os atletas e sentindo, também eles, o pulsar da competição, porque experimentaram a pista e fizeram também o seu exercício físico”, concluiu o Coronel Carlos Lourenço.

 

 Resultados Masculinos | 10 km:

  • 1.º | Edmon Kiprgetich (Quénia) | 30´36;
  • 2.º | Albert Rop (Bahrain) | 30´39;
  • 3.º | Dawit Adamasu (Bahrain) | 30’40;
  • 4.º | Mustapha Houdadi (Marrocos) | 30´49;
  • 5.º | Birhanu Balew (Bahrain) | 31´12;

 

Resultados Femininos | 8 km:

  • 1.ª | Winfred Yavi (Bahrain) | 27´23
  • 2.ª | Bontu Revitu (Bahrain) | 27´41
  • 3.ª | Violah Kilonzo (Bahrain) | 27´43
  • 4.ª | Purity Momen (Quénia) | 27´46
  • 5.ª | Valentin Chepckech (Quénia) | 28´04

Resultados Estafetas | 8 km:

  • 1.º | Bahrain;
  • 2.º | Quénia;
  • 3.º | Itália;
  • 4.º | Marrocos;
  • 5.º | França.
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