Diário do Alentejo

Faltam duas provas para se concluir a Taça de Maratonas BTT Cercibeja

22 de agosto 2022 - 13:00
Solidariedade em duas rodas
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

A Taça de Maratonas de BTT Cercibeja 2022 é um evento solidário organizado por seis diferentes clubes, ancorados à empresa Beja Bike Store, com o objetivo de apoiar financeiramente a Cooperativa para a Educação, Reabilitação, Capacitação e Inclusão de Beja - Cercibeja.

 

Texto Firmino Paixão

 

Cinco das sete provas programadas para esta edição da Taça, já estão disputadas, ou seja, as maratonas BTT Trigo, a Rota do Mel e do Medronho, o Passeio BTT de Olhas, o Raide Cidade de Beja, os Trilhos da Figueira, faltando executar os Trilhos de Mombeja e a Beja Bike Race. Os eventos estão a decorrer desde março último e prolongam-se até meados de outubro, encerrando com uma gala para distinção dos vencedores. Uma competição bem-sucedida garantiu Mário Mira, um dos gerentes da Beja Bike Store que agrega as diferentes realizações. “As provas têm corrido bastante bem, têm-se realizado com muita gente, sinal de que a Taça está viva, tem dinâmica e, inclusivamente, as equipas que participam na organização das maratonas, também têm estado muito ativas e muito presentes”.

 

Os objetivos têm sido atingidos?

Sim, apesar de as últimas duas provas ainda poderem significar alguma coisa naquilo que irão ser os resultados desportivos finais. Os primeiros seis ou sete classificados de cada escalão, haverão de estar já, mais ou menos, identificados mas, sem dúvida que, após a prova de Mombeja e o circuito em Beja, organizado pelo Despertar, uma prova de recurso porque era suposto ter sido a maratona do Clube Cuba Aventura, uma solução que, certamente, trará resultados diferentes, porque estaremos já numa fase adiantada da época, alguns atletas deixaram de treinar, outros certamente começaram a treinar mais, depois das férias.

 

Quase 700 participantes no global das cinco maratonas…

É uma participação normal dentro do que já eram as provas de BTT aqui da região e da própria Taça. Sendo que achamos que passado todo este tempo, depois da primeira Taça, o número médio de participantes nestas provas, grande parte delas mais amadoras e depois do covid, caiu um bocadinho. As pessoas deixaram de estar tão organizadas, deixaram de estar tão juntas e, hoje em dia, chegamos às localidades procurando um clube organizado e ele, se calhar, dispersou-se um bocado por causa da pandemia. Mas, olhando para as provas que fazem parte desta edição da Taça, vemos que muitos clubes conseguiram vingar, apesar de as coisas estarem mais difíceis. Perderam-se algumas organizações, mas nasceram outras. Dou o exemplo do Despertar, cheio de dinâmica, e também o Santa Clara-a-Nova, em conjunto com a Casa do Benfica de Almodôvar, que fizeram uma prova muito gira.

 

Como se materializa esse apoio à Cercibeja?

Por cada inscrição, o participante doa um euro à Cercibeja e, para além disso, também os clubes organizadores das diferentes maratonas contribuem com uma determinada verba. Esses são os apoios diretos, porque esta iniciativa também desperta outras vontades e alguns patrocinadores que, de uma forma indireta, também apoiam. São valores que valem o que valem, mas que, para instituições desta natureza, todos eles são importantes. Contudo, também é muito importante o convívio com os próprios utentes da instituição, em linha com aquilo que era o histórico da organização com o Centro de Paralisia, que foi uma excelente partilha de vivências e de conhecimentos e que os ajudou a sair do seu próprio espaço, tal como está a acontecer com a Cercibeja, até porque, neste caso, como o grau de incapacidade é menor, eles próprios ajudam e se envolvem nas organizações. É muito gratificante.

 

Tem sido fácil motivar os clubes para aderirem a estas causas, sabendo que também abdicam de alguns proveitos?

Até agora, os clubes que estão nesta Taça de Maratonas nem sequer têm aumentado os preços das inscrições. Mais tarde, com as dificuldades que todos estamos a sentir, teremos um dia que chegar lá. Mas depois existe o reverso da moeda, porque temos participantes que vêm não só pela questão solidária, também pela competitiva, fazem mais uma prova para alcançarem os resultados individuais ou ajudarem a equipa também a consegui-los. O que se paga, por um lado, acaba por se receber por outro. E repare que os inscritos na primeira maratona ficaram automaticamente inscritos para as restantes.

 

O empenhamento da vossa empresa neste processo é um exercício de responsabilidade social?

Nós fizemos a primeira edição da Taça com o Centro de Paralisia Cerebral de Beja, agora, a segunda, com a Cercibeja, mas já tínhamos organizado dois “Granfondos” na cidade de Beja, com a receita a reverter para a Cercibeja. Quisemos estar com estas duas entidades, porque são instituições que, dentro deste âmbito, também, nos podiam dar a outra parte. Não vamos ser hipócritas, nós, enquanto empresa, precisamos que a modalidade mexa, que a cidade seja ativa e que as pessoas andem de bicicleta e, logicamente junta-se o útil ao agradável. É útil ajudar estas entidades, é útil fazer mexer as pessoas e importante que os utilizadores tenham estas oportunidades de se poderem divertir ao fim de semana. É bom para as três partes.

 

A bicicleta tem um papel cada vez mais relevante no quotidiano das pessoas…

Já existe muita sensibilidade para a utilização da bicicleta e não apenas na vertente desportiva, como se possa pensar. Nos primórdios da civilização o desporto nem era a principal utilização da bicicleta, só que depois passámos a ter à nossa disposição outro tipo de veículos e as bicicletas passaram para um plano meramente desportivo mas, agora, voltámos aos velhos hábitos, porque até nos espaços urbanos a bicicleta já é uma importante ferramenta para a mobilidade das pessoas, porque é muito mais económico, mais ecológico, até numa cidade como Beja, e sim, diria que a bicicleta está na moda.

 

 

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