Diário do Alentejo

Campeonatos Nacionais Universitários foram bem acolhidos em Beja

16 de maio 2022 - 10:00
Universidade do Porto renova título de campeã nacional em atletismo de pista ao ar livre
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

A Universidade do Porto renovou o título de campeã nacional no Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja, cidade que recebeu o Campeonato Nacional Universitário em atletismo de pista ao ar livre, com organização conjunta da FADU e do Instituto Politécnico de Beja.

 

Texto  Firmino Paixão

 

Uma dezena de recordes individuais, batidos nas diferentes provas, de velocidade, de meio-fundo e fundo e disciplinas técnicas, também um recorde do Politécnico de Leiria, na prova de estafeta masculina, foram os resultados mais relevantes, a par dos títulos nacionais universitários conquistados, numa reunião que contou com a participação de 250 estudantes-atletas, em representação de 25 clubes universitários.

 

O presidente da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU), André Reis, revelou ao “Diário do Alentejo” que ficou muito agradado com o acolhimento da cidade de Beja para com a competição. “Claramente. Estou muito contente, acho que foi uma aposta inicialmente arriscada, porque fizemos esta competição pela primeira vez na história de Beja e pelo Instituto Politécnico de Beja, mas, depois do balanço destes dois dias de competição, posso afirmar que foi um risco que acabou por se consumar como uma grande conquista para a FADU e para o Politécnico de Beja, pois a prova não ficou nada aquém daquilo que têm sido as organizações que habitualmente recebem esta prova”. Uma ideia que acentuou acrescentando que “costumo dizer e volto a reforçar, a FADU tem que distribuir as suas provas por todo o território nacional. Nasci no interior e gosto de ver estas provas no interior do país. O sistema tem que evoluir como um todo e, fazendo estes eventos nas mesmas cidades, sempre com os mesmos estabelecimentos de ensino superior, não o estamos a conseguir fazer, portanto, fizemos estes campeonatos em Beja e estamos muito contentes, porque acho que vai ficar aqui um legado, em Beja e no Politécnico de Beja, e uma vontade de aumento da prática desportiva no ensino superior e de mais organizações de provas, e nós ficaremos muito contentes com isso”.

 

Abrindo a porta a uma eventual nova candidatura do Instituto Politécnico de Beja, comentou que “isto é só um início, o início de uma longa caminhada, a FADU tem mais de quarenta modalidades no seu calendário desportivo. Já me informei disso e sei que, aqui em Beja será possível fazer outras modalidades desportivas. Após o sucesso destes campeonatos, ficamos à espera de novas candidaturas do Politécnico de Beja, porque não tenho nenhumas dúvidas que serão bastante consideradas num processo de atribuição de provas por parte da FADU”.

 

Sobre a excelente infraestrutura desportiva que acolheu a prova, complexo que tem como patrono Fernando Mamede, André Reis, garantiu “isso ainda tornou este evento mais especial. Estamos num complexo desportivo com o nome de uma das grandes referências do atletismo em Portugal, e eu gostei de ver também os atletas que estiveram a competir nestas provas a comentarem isso, a falarem desse facto nos bastidores. Conversei com várias pessoas sobre isso, e acho que acabou também por ser um estímulo adicional, estarmos perante de uma grande referência do atletismo nacional, ainda vivo, felizmente, e, também isso acabou por ser um elemento motivador acrescido para os atletas que vieram competir neste complexo”.

 

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Questionado sobre o atual estado do desporto universitário em Portugal, sobretudo como percurso complementar ao Desporto Escolar, que nem sempre tem a cobertura desejada, o líder da FADU foi pragmático. “Quando falamos de Desporto Escolar e de Desporto Universitário, temos primeiro que perceber a orgânica desportiva do país, porque, ao contrário, por exemplo, do modelo americano, em Portugal quase todas as terrinhas, todas as freguesias e aldeias, têm um clube federado. Ora, por exemplo, nos Estados Unidos, as coisas foram pensadas para que os clubes fossem os Liceus, no âmbito do Desporto Escolar, ou as Universidades, no âmbito universitário. Quando os atletas têm qualidades sobem para o profissional, têm outros clubes a dar resposta”. Em Portugal, acentuou, a situação é bem distinta porque “os estudantes quase que têm dois clubes, nesta realidade competem pela instituições do ensino superior, instituições que são os seus clubes na realidade do desporto universitário, depois, na realidade do desporto federado, neste caso da Federação de Atletismo de Portugal, eles também têm os seus clubes nas suas terras, ou nos sítios onde estão a estudar, e por aí fora, e isso faz com que seja mais difícil conjugar os calendários desportivos, obriga as federações desportivas a estarem em permanente contacto para que os calendários façam sentido e correspondam às necessidades do atletas, em primeira instância”. Contudo, concluiu o dirigente: “Acho que estamos a evoluir em Portugal, mas estamos, obviamente, ainda muito longe daquilo que são outras grandes potências do desporto ao nível mundial e temos que continuar a cruzar calendários, temos que continuar a conversar e precisamos de mais investimento. O desporto universitário ainda está muito longe de ter o investimento que devia ter, apesar de ter vindo a aumentar ao longo dos últimos anos. E temos que atrair para Portugal eventos internacionais no nosso calendário desportivo universitário, o que é importante”.

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