Diário do Alentejo

O Ginásio Clube de Sines já se qualificou para as meias-finais da Liga

22 de abril 2022 - 15:15
Foto | Firmino PaixãoFoto | Firmino Paixão

O Ginásio Clube de Sines é o líder destacado, e invicto, da Série B da Liga de Futebol de 11 da Fundação Inatel (Beja). Já qualificado para as meias-finais, o clube do litoral alentejano revela uma elevada ambição.

 

Texto Firmino Paixão

 

Os dois empates, um em Vale Figueira, outro em Garvão, e a eliminação da Taça, sofrida no terreno do Louredense, o outro gigante desta Liga que ombreia com o os sineenses, não beliscam minimamente o percurso bem-sucedido do Ginásio Clube de Sines, rumo às meias-finais da competição. Uma caminhada assente no empenho e na ambição do plantel, garantiu o treinador Hélder Martins, que lamentou o afastamento da Taça, assumindo que era um grande objetivo da equipa. O técnico avalia o percurso da equipa mas ainda não pensa na possibilidade de chegar à final a Liga.

 

O Ginásio de Sines tem feito um campeonato muito positivo?

Sim, tem sido um percurso que vai muito além das nossas expectativas. Sabíamos que tínhamos um excelente lote de jogadores e que os objetivos do Ginásio passam sempre pela qualificação para a fase seguinte, mas não esperávamos nada disto. Tem sido um trajeto incrível. Os jogadores têm sido espetaculares, o mérito é todo deles, da maneira como trabalham, da forma como se empenham nos treinos e nos jogos. E apesar de nós termos percebido que estava tudo bem encaminhado para atingirmos as nossas metas, eles nunca perderam a ambição de ganhar todos os fins de semana, basicamente é este o segredo, não temos outros, apenas o trabalho e a ambição.

 

Quando diz que superaram as expectativas, quer dizer que existia ambição mas mais moderada?

Tínhamos a noção de termos reunido um excelente lote de jogadores, atletas com muita experiência até em campeonatos distritais. Só que nunca imaginámos chegar a esta fase apenas com dois empates. Só por isso se justifica que tenhamos superado as expectativas, embora a ambição permaneça sempre nos níveis mais elevados.

 

Que virtude identifica no seu plantel?

Tínhamos uma base muito boa dos anos anteriores, que já nos dava algumas garantias, e depois conseguimos reunir aqui outros jogadores com larga experiência em provas distritais federadas, que são uma mais-valia para estas competições ao nível do Inatel.

 

Que trabalho é possível fazer com estes jogadores ao longo da semana?

Trabalhamos duas vezes por semana, só podemos fazê-lo entre as nove e a meia e as onze horas da noite, só por aí se vê as dificuldades que enfrentamos, porque o horário colide muito com a vida pessoal dos jogadores, que têm que estar disponíveis a horas em que, possivelmente deveriam estar a descansar para os compromissos profissionais que cada um tem. Mas, até nisso, eles têm demonstrado muito espírito de sacrifício e a ambição de quererem sempre mais e melhor, porque não deixam de trabalhar, não deixam de ir aos treinos, e só assim é que nós conseguimos levar esta missão a bom porto.

 

Que espaço ocupa o Ginásio no universo desportivo sineense, sabendo que tem uma concorrência forte do Vasco da Gama?

O Ginásio desempenha um papel importante, fazendo com que muitos jogadores que não tenham lugar no Vasco da Gama possam ter a possibilidade de praticar o seu desporto favorito em Sines e continuarem em casa. Há uns anos, não existia essa possibilidade, não havia clubes no Inatel, nem outro clube em Sines que permitisse que esses jogadores, também com muita qualidade, pudessem praticar a sua modalidade e desde que existimos, há cerca de dez anos, tem sido possível criar margem para existir outra equipa, sem fazermos sequer sombra ao Vasco da Gama, porque a ideia nem é essa, a ideia é exatamente o contrário, usufruirmos também daquilo que o Vasco da Gama nos possa dar, e isso é uma realidade, porque cerca de 90 por cento dos nossos jogadores foram formados naquele clube.

 

Perante esse cenário não está no vosso horizonte competirem no desporto federado?

Não! Neste momento está completamente fora de questão que o Ginásio enverede pelo futebol federado. Para já, ao nível do distrital de Setúbal não temos muitas equipas perto de nós, e isso iria gerar custos financeiros que o clube não conseguiria suportar. Depois, estamos a entrar numa nova fase, não existia, culturalmente, essa génese, esse conceito de família de adeptos do Ginásio. Criámos isto só para permitir que os atletas permaneçam em Sines a jogar futebol.

 

Os dois empates foram duas tardes menos boas da equipa?

Os dois empates são o resultado da forma como as outras equipas começaram a olhar para nós, quando nos viram no topo da tabela. Começaram a jogar mais retraídas e nós, numa ou noutra tarde menos positiva, não conseguimos e foi mesmo isso, não fomos assertivos na finalização e noutros lances que não nos correram bem, porque isso é assim mesmo, não conseguimos vencer, tal como noutros jogos que ganhámos e que podíamos não tê-lo conseguido.

 

A equipa qualificou-se muito prematuramente para as meias-finais…

Claro. Falta-nos o jogo em Cavaleiro, podemos ter algum favoritismo, mas é sempre um jogo muito complicado, perante uma equipa que nos cria sempre muitas dificuldades. Vamos ver… mas o nosso foco já está em prepararmo-nos bem para a meia-final que aí vem. Essa será a próxima grande meta, porque o primeiro lugar está assegurado. Jogaremos contra o segundo classificado da outra série, seja ele qual for, a Trindade ou o Faro do Alentejo, qualquer deles será sempre um adversário muito difícil, num jogo em que tudo poderá acontecer.

 

Foram eliminados da Taça Fundação Inatel no terreno do Louredense, que poderá ser o vosso adversário na final da Liga …

O Louredense tem uma grande equipa. A Taça era realmente um dos nossos objetivos. Foi um verdadeiro soco no estômago, custou-nos muito, porque sentíamos que era uma competição que podíamos vencer. Esse jogo foi uma espécie de final antecipada, alguém teria que cair, calhou-nos a nós, foi um golpe duro. O Louredense lidera a outra série, mas ainda é muito prematuro falar de uma possível final entre nós. Primeiro temos que pensar nas meias-finais. Agora é verdade que estamos confiantes no futuro. Estamos bem e esperamos continuar assim, além da ambição que temos e do trabalho que fazemos, espero que tenhamos também um bocadinho de sorte, para atingirmos as nossas metas.

Comentários