Um fim de semana vitorioso para as duas mais jovens equipas do Beja Basket Clube, os iniciados e os juvenis, conjuntos que têm em comum o facto de serem treinadas por Pedro Severino, e estão na discussão dos respetivos títulos regionais da Associação de Basquetebol do Alentejo.
Texto Firmino Paixão
O jovem treinador bejense, num primeiro momento, conduziu a sua equipa de Sub/14 ao triunfo sobre a equipa bê do Grupo Desportivo da Escola André de Resende (Évora), por 91-34, depois, num segundo jogo, a equipa Sub/16 ganhou ao Núcleo do Sporting Clube de Portugal em Vendas Novas, por expressivos 114-13.
Apesar das vitórias obtidas nesta dupla jornada de sucesso, o treinador Pedro Severino lamentou a pouca competitividade dos campeonatos, assumindo: “Mais importante do que os resultados, nestes escalões, o essencial é a aprendizagem que é proporcionada aos jovens. É isso que valorizamos”. O técnico reconhece que existem “grandes diferenças no valor das equipas, dentro do próprio campeonato”. E explica: “No regional de Sub/16 estamos a disputar o título com a André de Resende, mas as diferenças já são enormes para as outras equipas que estão a participar e os resultados são sempre muito desnivelados, pelo que aproveitamos para rodar os miúdos que jogam menos e dar-lhes essa margem de progressão, para que possam evoluir individual e coletivamente”.
Já no que diz respeito aos Sub/14, diz Pedro Severino: “Até agora não existe nenhuma equipa que consiga acompanhar a nossa, são, normalmente, constituídas por atletas do escalão inferior, porque as outras equipas sobem e, na fase regular, estamos no primeiro lugar”. E confessa: “Também tínhamos interesse em que existissem mais equipas competitivas para que os nossos atletas evoluíssem mais. É esse o objetivo da formação, é ter campeonatos competitivos e não campeonatos muito desniveladas porque a evolução e o crescimento dos jogadores é maior quando defrontam equipas mais fortes”.
Justificando os dois triunfos sucessivos sobre os eborenses, Pedro Severino lembra que os Sub/14 são um escalão “onde não existem muitas equipas competitivas. Jogos a ganhar, ou perder, por um ou dois pontos, são esses jogos que fazem os atletas crescer. Nos jogos com resultados desnivelados, com 30 ou 40 pontos de diferença, a evolução não é tão grande. Mas nós jogamos sempre para ganhar”.
O técnico evidencia ainda a qualidade dos seus atletas: “Temos miúdos com muito potencial, são bons atletas e têm grande disponibilidade. São assíduos nos treinos e são bons alunos na sua vida académica, e esses fatores revelam o compromisso que eles têm com a modalidade. Por isso, a carreira destas equipas tem sido exemplar, não só nos Sub/14, como nos Sub/16. Esta só perdeu dois jogos, um em prolongamento, outro por quatro pontos, mas vamos disputar também o título regional. Foram dois jogos muito competitivos, cheios de emoções”.
Após o triunfo dos Sub/16, sobre a equipa de Vendas Novas, com mais de 100 pontos de diferença, o treinador lembrou: “A nossa equipa vem junta desde os Sub/14. Foi campeã regional nesse escalão, aqui mesmo no nosso pavilhão, depois veio aquele período mais intenso da pandemia e a atividade foi suspensa. Regressaram agora à competição, estão a disputar, de novo, o título regional exatamente com a mesma composição da equipa de há dois anos. É pena, também, que não existam mais equipas competitivas neste escalão”.
O Núcleo do SCP de Vendas Movas, porém, está a iniciar-se na modalidade, daí a fragilidade revelada por uma equipa mista, incapaz de contrariar o grande favoritismo dos bejenses. Quanto às metas propostas, o técnico não tem dúvidas: “O nosso objetivo é vencer todos os jogos e conquistar os títulos regionais. Queremos andar na frente, claro que teremos jogos em que não conseguiremos ganhar, mas só em termos de resultado, porque, competindo, ganhamos sempre outras coisas, como competência, experiência e qualidade individual e coletiva. Temos sempre grande ambição e os olhos permanentemente postos no triunfo, em simultâneo com o crescimento e a valorização dos jogadores”.
Esse é o desígnio da formação, área onde o Beja Basket Clube vai “dando cartas”, conforme se depreende desta imagem deixada por Pedro Severino: “Estas são gerações que já vêm com quatro ou cinco anos de basquetebol. O recrutamento foi feito cedo, aos oito, nove e 10 anos, por isso, temos os escalões bem compostos. Nos Sub/14 e Sub/16 estamos a disputar os títulos regionais, nos Sub/18 também estaremos na final a quatro, vamos ver se conseguimos ser bem sucedidos, mas o que nos interessava era que as equipas fossem mais equilibradas. Relativamente ao número de atletas a praticar, aí sim, vamos na frente, seja em ‘mini basket’, seja em todos escalões de formação, masculinos e femininos, só não temos equipas seniores femininas”.
A finalizar, o técnico realizou: “É importante construir essa base, para termos sempre todos os escalões, mantendo todas as gerações conseguiremos renovar os escalões todos os anos. Por outro lado, estamos a garantir uma base para a equipa sénior, com o senão de não os conseguirmos segurar em Beja, porque são bons alunos e, quando acabam o ensino secundário, vão estudar para fora da cidade. Esse é um dos problemas que temos, não conseguirmos segurar os miúdos, mas é assim, felizmente para o percurso académico deles e para o seu futuro profissional”.