Diário do Alentejo

Piense Sporting Clube já apresentou equipa aos associados

09 de setembro 2021 - 09:00

Pias é uma terra com memória. Uma terra com tradições. Todos ao anos, por altura das festas em honra de São Luís e Santíssimo Sacramento, o Piense Sporting Clube apresenta a sua equipa de futebol aos associados.

 

Texto Firmino Paixão

 

“O nosso povo está muito ligado ao clube, a equipa está também muito identificada com a população”, diz Fernando Moreira, treinador da equipa principal dos alvinegros, sublinhando que “tornou-se tradição todos os anos”, por altura das Festas de Pias, o Piense fazer um jogo de apresentação da equipa aos associados. “Se me perguntar se, do ponto de vista da minha priorização, seria ideal termos este jogo, digo que não era, mas nós temos que perceber estas coisas. Compreendo que seja muito importante para o clube, por isso, olhamos para isto como se fosse mais um treino”, explicou a técnico no final do jogo particular frente ao Desportivo de Almodôvar, que os locais venceram por duas bolas a zero.

 

A equipa deixou boas indicações, mas certamente haverá ainda muitas etapas de preparação?

Sim, muitas etapas ainda. Teremos ainda muito conteúdo de trabalho. Para ter uma ideia, trabalhámos um dia dentro daquilo que são as minhas ideias no aspeto ofensivo e dois dias dentro daquilo que são os processos defensivos. O que posso pedir mais a estes jogadores? No entanto, ficaram boas indicações. No próximo fim de semana vamos ter aqui mais dois jogos, nos quais tentaremos abordar uma situação diferenciada do que fizemos com o Almodôvar. Espero que, quando o campeonato começar, a equipa esteja toda bem, porque tivemos aqui alguns atletas condicionados por esta maldita pandemia, e recebemos indicações do departamento médico para termos algum cuidado durante a sua preparação. Temos ainda quatro semanas, temos muitos jogos marcados e penso que vamos conseguir que eles consigam interpretar aquilo que são as minhas ideias, acreditando que estes atletas têm capacidade para isso… estou muito feliz com o plantel que tenho.

 

Que objetivos definiram para um campeonato que não se adivinha fácil?

Imagino que o próximo campeonato seja, para nós, o mais complicado de sempre. O ideal seria que conseguíssemos ficar no meio dos seis “tubarões”. Seria um objetivo mais do que cumprido, mas vamos ver se o conseguimos. Trabalharemos para isso. Depois, na Taça, o Piense é uma equipa que disputa todos esses jogos sempre com muita motivação e, este ano, não fugiremos à regra. Vamos querer chegar o mais longe possível e, se a conseguirmos vencer, tanto melhor.

 

Mas o Piense, com todo o seu historial, não é ele também um dos candidatos?

Estou há três ou quatro anos ligado a esta estrutura, para tentarmos encontrar um equilíbrio entre a parte financeira e a desportiva, tentando também enquadrar os atletas da nossa formação. Focamo-nos principalmente nestes objetivos e não tanto no aspeto classificativo. Queremos que esta equipa tenha identidade e que os jogadores da terra conheçam essa identidade… esse é o nosso grande objetivo. A direção fez um esforço enorme em infraestruturas, temos um ginásio que não tínhamos, temos mais material de apoio aos treinos, que não possuíamos, vamos criar um posto médico. Temos outros objetivos prioritários.

 

No aspeto competitivo e nos desafios que a equipa vai enfrentar, não chega apenas a identidade. Por isso vieram alguns reforços?

Com certeza. Eu criei esta ideia de jogo e, nessa medida, achei que precisávamos de quatro ou cinco reforços. E foram cirúrgicos. Contratámo-los olhando às lacunas que eu achava que tinha no plantel do ano passado, tentámos suprimi-las – com a vinda destes reforços – e ainda faltam aqui dois ou três atletas que nos virão ajudar, falta-nos também um ponta de lança, que ainda não conseguiu viajar para Portugal, mas que, em breve, estará aqui connosco.

 

Parece evidente que o Piense, esta época, fez um investimento mais robusto?

Sim, existiu um reforço no investimento, mas que não foi forçosamente no ponto de vista financeiro. Repare, a direção tentou manter o investimento dos últimos anos e com a vinda destes jogadores tivemos que abdicar de algumas coisas. Como lhe digo, houve realmente um reforço, mas não do ponto de vista financeiro. Não! De maneira nenhuma. Porque não competimos na época passada e ao nível dos patrocínios e mesmo da contribuição dos próprios sócios… houve valores que não entraram, por isso, não podíamos investir mais.

 

Esta época o “12.º jogador” vai regressar às bancadas …

Esse é o fator mais importante que podemos salientar: o regresso do público aos estádios, sobretudo, porque, no nosso estádio, estamos habituados a que o público seja verdadeiramente o 12.º jogador. São os sócios e os adeptos que nos ajudam, levantando o nosso ânimo quando as pernas já vão faltando.

 

Confessou que está feliz com o plantel que possui, portanto acredita que as metas serão atingíveis?

Acredito que o plantel tem muita capacidade… estão sempre muito atentos ao que lhes transmito. Trabalham de forma dedicada. Portanto, só tenho que acreditar muito nos meus atletas, porque sei que me ouvem, que confiam em mim e acreditam nas minhas ideias. Recordo que, neste clube, se vive um espírito de camaradagem muito grande, um sentimento que se mantém e, mantendo todas estas premissas que fazem parte da mística do Piense, só tenho que acreditar. Confiando naturalmente também nas minhas capacidades, enquanto treinador, porque sempre que posso tenho tentado valorizar-me.

 

Um campeonato com redução de equipas e com duas fases, outra novidade?

Não sou favorável a este modelo. Não vejo necessidade disto. Eu preferia muito mais com 12, 14 ou 16 clubes, um campeonato seguido com uma fase única e quem chegar à frente ganha. Ponto final. Quem chegar em último, desce. Esta é a minha opinião. Temos, este ano, fortes candidatos, equipas muito fortes, com muita qualidade. Onde é que estão as equipas fracas deste campeonato? Naturalmente que não partimos todos em pé de igualdade, mas estamos confiantes, não vamos navegar num mar de rosas, mas acredito que faremos um campeonato tranquilo.

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