Diário do Alentejo

Bruno Ribeiro confiante numa boa época do Moura Atlético Clube

17 de setembro 2020 - 16:00

Quando, no dia 20 de setembro, o Moura Atlético Clube der o pontapé de saída para a edição 2020/2021 do Campeonato de Portugal, frente aos sadinos do Vitória Futebol Clube, esta época relegado para este patamar do futebol português, terá a liderar a equipa o antigo jogador vitoriano Bruno Ribeiro.

 

Texto e Foto Firmino Paixão

 

O setubalense Bruno Ribeiro, 44 anos, chegou a Moura na época 2013/2014. Saiu na temporada seguinte, para trabalhar no clube onde jogou durante duas décadas, o Vitória de Setúbal. Há poucos dias regressou à cidade mourense para “ser mais um” a ajudar o Moura Atlético Clube a atingir patamares mais elevados. Desencantado com o estado atual do futebol, preparava-se para abandonar a carreira quando chegou o convite do Moura, para render Pedro Duarte, o primeiro treinador contratado pelo clube, que renunciou ao lugar que ocupava.

 

Surpreendeu-o o convite que recebeu para regressar ao Moura Atlético Clube?

Não. Tenho falado várias vezes com o presidente desde que saí, temos uma ótima relação, sempre gostei de ajudar o Moura e sabia que um dia teria de voltar para acabar o projeto que comecei. Eu e o Luís Jacob começámos aqui um projeto em conjunto e vamos ter de o acabar, por isso, regressei a Moura com todo o gosto. É um clube com umas condições fantásticas, tomara que muitos clubes, até da II Liga, tivessem estas infraestruturas. Regresso passados seis anos e constato que as instalações estão muito melhores, o que significa que as pessoas estão a acreditar que é possível este clube chegar a patamares superiores. Estou aqui para os ajudar nisso e estarei até que queiram.

 

Um clube ao qual é difícil dizer que não…

Sim, eu saí há seis anos porque ia para o Vitória de Setúbal, na I Liga, e há coisas a que não podemos dizer que não. Surgiu agora esta oportunidade. Sabíamos que, um dia, haveria de acontecer; agora ou mais tarde, porque eu sempre disse que o Moura é um clube que admiro e de que comecei a gostar desde que cá estive na primeira vez. Como disse, a relação com o presidente é boa, estamos empenhados em colocar o clube no lugar que merece, não quer dizer que seja já, mas penso que o clube tem todas as condições para, um dia, subir à II Liga. 

 

Esteve em Olhão na época passada e atualmente estava sem atividade?

Tive vários convites mas não os aceitei, tendo em conta as coisas que se têm passado no futebol. O meu pensamento estava mesmo em deixar o futebol. Só o convite do Moura é que me fez voltar atrás com essa ideia, porque tinha que concluir este projeto. Recusei alguns convites para o Campeonato de Portugal, recusei um desafio muito bom, da Arábia… estava triste com o futebol, mas a vinda para Moura deixou-me de novo muito feliz.

 

Seis anos depois encontrou um clube melhor, mais estruturado, com maior dinâmica?

Sem dúvida, quem entra nestas instalações só pode ficar surpreendido. Temos condições e infraestruturas como não existem em muitos clubes da I Liga, um excelente ginásio, um relvado que é o melhor do Campeonato de Portugal e que muitos clubes da II Liga gostariam de ter. Temos campos sintéticos para treinar, não nos falta nada, as pessoas trabalham e estão todas empenhadas em ajudar o clube. Somos poucos, mas somos bons, e esse é o caminho. Por isso, tenho que felicitar o presidente e a sua equipa, pelo trabalho que têm feito nestes últimos anos.

 

A primeira meta será a manutenção, mas com a III Liga no horizonte?

Na próxima época haverá realmente essa III Liga, patamar onde o Moura tem todas as condições para estar. E tem que estar! Este clube, pelas condições que possui, terá que estar mais acima. Sabemos que o dinheiro não é muito mas, às vezes, isso não é tudo. Basta existir uma boa organização e aqui ela existe. Por isso, estou aqui para integrar esta organização e ajudá-la a ganhar jogos. Sabemos que os treinadores, hoje em dia, vivem de resultados, portanto, temos é que ganhar.

 

O plantel estava formado, mas não estará fechado ao preenchimento de alguma lacuna que o Bruno identificar.

Tenho feito essa avaliação e, até agora, estou satisfeito com o empenho e qualidade que tenho visto nestes jogadores, por isso, vamos com calma, sabendo que temos pouco tempo, porque o campeonato está quase a começar. Mas acredito nestes jogadores e sei que, havendo alguma posição que seja necessário reforçar, o presidente fará esse esforço.

 

O público no estádio seria um fator determinante, sobretudo em Moura, onde os adeptos muito dedicados e fervorosos…

Sabemos que estes adeptos gostam muito de futebol e são muito dedicados ao seu clube. Não existir público será muito mau para nós, porque os adeptos motivam os jogadores, mas este contexto pandémico acabará um dia, vamos ver se surge uma vacina para enchermos de novo os estádios, porque futebol sem adeptos, não é futebol. Penso que em breve poderemos, de novo, contar com a presença do nosso público.

 

Uma série difícil, com o Vitória de Setúbal logo na primeira jornada…

Temos uma série muito difícil, com cinco ou seis equipas muito fortes, Louletano, Olhanense, Vitória de Setúbal, Pinhalnovense… o Amora também se reforçou bem e as equipas aqui do Alentejo, principalmente o Lusitano, são fortes. Será uma série muito difícil, muito equilibrada. Quem estiver mais preparado, mais organizado em termos táticos e psicológicos, vai ganhar. O Moura começou um bocado tarde, e eu mais tarde ainda, porque não estive no início mas, com o pouco tempo que ainda nos resta, vamos preparar a equipa para entrarmos a ganhar logo na primeira jornada, com o Vitória de Setúbal. Estou muito motivado, muito confiante, eu e a equipa que está à minha volta, são excelentes no trabalho diário. Só temos que ter uma atitude no limite, muita ambição e praticarmos bom futebol.

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