Treze anos depois de, pela primeira vez, ter aterrado na cidade de Riad, o treinador bejense Pedro Caixinha regressou à Arábia Saudita, com um novo desafio, como técnico do Al Shabab, agora sétimo classificado da Liga da Arábia Saudita. Vai cumprir um contrato de três épocas.
Texto Firmino Paixão
Uma vitória por três a zero, no terreno do Al-Wehda, de Meca, na retoma do campeonato daquele país, marcou a estreia de Pedro Caixinha, 49 anos, no banco do seu novo emblema, o Al Shabab. Um projeto que tem como base fundamental a reorganização do clube, tornando-o mais competitivo e capaz de, na próxima temporada, disputar um dos quatro lugares de acesso à “champions” asiática.
Regressou a Riad, cidade onde já tinha representado o Al Hilal e também a seleção nacional desse país? A Arábia Saudita é um país que o fascina e onde tem o mercado sempre aberto?
Sim, é verdade que é um país e uma cultura que já conheço, embora, tenham passado 13 anos da primeira experiência e 10 da segunda. Encontrámos uma cidade diferente, ainda mais moderna e evoluída, bem como uma cultura também muito mais aberta. No Médio Oriente, o campeonato saudita é o campeonato mais forte e competitivo e, claro, a ideia é fazer um trabalho ao nível que fizemos no Qatar [venda para o Rangers por 500 mil euros], e ai sim poder “abrir” este mercado.
Geriu bem o seu período de inatividade. Fez análises, comentários, deixou algumas reflexões sobre o atual momento do futebol. Não sentiu saudade do banco, durante esse período?
Sim, um pouco de tudo isso, mas em particular muita reflexão, individual e em grupo, com a equipa técnica, mas também muita partilha de informação. Quisemos que este período de aproximadamente 10 meses (penso que mais alargado também devido à situação da pandemia) se apresentasse, para nós, como um período sabático, para chegarmos melhor preparados ao próximo projeto.
Certamente que recebeu algumas propostas para trabalhar em Portugal ou no estrangeiro… O convite do Al Shabab foi o mais atrativo?
Na realidade, tivemos alguns convites, quer de Portugal, quer do estrangeiro. Curiosamente, os primeiros convites – da Inglaterra e de uma equipa do México – chegaram ainda quando estávamos a tratar da desvinculação do Cruz Azul, no México, mas que, por uma, ou outra, razão, decidimos não aceitar. Tivemos, ainda no decorrer de 2019, um par de entrevistas com equipas e mercados que escolhem as equipas técnicas por este processo. Sem dúvida, que o convite do Al Shabab foi interessante mas, acima de tudo, [contou] a empatia que sentimos pelo presidente do clube, e ele por nós, num par de entrevistas onde apresentámos os projetos para o clube, de parte a parte.