Diário do Alentejo

Clube de Bilhar de Beja quer permanecer na primeira divisão nacional

15 de dezembro 2024 - 08:00
Uma boa aprendizagem
Foto | Fiirmino PaixãoFoto | Fiirmino Paixão

O Clube de Bilhar de Beja recebeu, no início da semana, o Clube Bilharista da Amadora, em jogo relativo à sétima jornada do Campeonato Nacional da 1.ª Divisão Zona Sul na variante carambola.

 

Texto e Foto Firmino Paixão

 

A formação lisboeta é uma equipa de topo da modalidade, qualidade confirmada pelo triunfo por 3-1 (6-2) que conseguiu na cidade de Beja, sobressaindo a exibição do bilharista bejense Aníbal Reis, que fez uma partida de grande nível, averbando o ponto conseguido pelo Clube de Bilhar de Beja. Uma derrota em casa poderia, eventualmente, ser de todo inesperada, pensámos. Porém, o presidente do emblema bejense, Francisco Marreiros, contrariou essa ideia. “Não. Uma derrota de todo esperada porque eles são os favoritos a terminar nos dois primeiros lugares do campeonato”. E sublinhou: “O Clube Bilharista da Amadora tem uma grande equipa”. Ainda assim, referiu Francisco Marreiros, também membro da equipa: “Tentámos tudo por tudo, mas esta é uma daquelas equipas com quem é difícil conseguir pontos. Conseguimos vencer uma partida, porque o Aníbal Reis fez uma média superior a um ponto, fez média de campeão, e isso foi ótimo, porque, muito dificilmente, entre as equipas que podem descer, alguém conseguirá não perder por quatro a zero, tal a grande qualidade dos seus jogadores”. Francisco Marreiros, por exemplo, defrontou o número dois do ranking nacional, que recentemente se classificou em segundo lugar do Open da 1.ª Divisão. O jogador bejense admitiu, contudo: “Fiz um excelente jogo. Podia ter ainda corrido melhor, mas não consegui evitar a derrota”.

O campeonato prosseguirá neste fim de semana, mas o Clube de Bilhar de Beja voltará a “pegar nos tacos” na segunda-feira, dia 16, para receber o Real Sport Clube, de Massamá, quiçá, para retificar o resultado menos conseguido da última jornada. Não parece fácil, depreende-se das cautelas de Francisco Marreiros. “Será novamente muito complicado. Estamos a falar das equipas principais desses clubes, contudo, o Real Massamá não é assim tão forte como o Amadora, o Sporting ou o Benfica, será, eventualmente, uma equipa do quarto ou quinto lugar no ranking da primeira divisão”. Mas não há vitórias, nem derrotas, antecipadas, advertiu. “Tentaremos tudo por tudo. Se o Aníbal Reis fizer um jogo ao nível do que fez com o Amadora, teremos algumas hipóteses. Será difícil, mas daremos tudo por tudo para conseguirmos pontuar, porque será com estes pontos que poderemos assegurar a manutenção”. Por ora, nesse aspeto, existe alguma tranquilidade. “Neste momento, estamos em nono lugar entre 13 equipas, só descerão as duas últimas, mas para mantermos essa posição teremos de amealhar o máximo de pontos com aquelas equipas que, como nós, lutam pela permanência”.

A equipa que se bateu com os amadorenses era formada por Francisco Marreiros, Aníbal Reis, Vital Guerreiro e Roger Freymond, considerados a primeira linha do clube, que conta ainda com os jogadores João Maurício e Manuel Martins.

 

A caminhada ao longo da época

 

Quanto ao percurso já efetuado nesta época de estreia na divisão principal, o líder do clube considera que tem sido um período de aprendizagens. “Todos os dias aprendemos. Todos nós sentimos que estamos a melhorar de dia para dia. Temos notado alguma evolução. Repare que o Aníbal Reis fez um jogo espetacular com o Amadora. A competição com grandes jogadores é algo que nos faz falta, algo que nos faz crescer”. Por isso, lembrou: “Estamos a jogar com os melhores jogadores nacionais e isso, para nós, também é um momento de aprendizagem. Estamos a melhorar o nível e a qualidade do nosso jogo e, simultaneamente, estamos a lutar por nos mantemos na primeira divisão nacional. É o nosso objetivo principal”.

O dirigente do Clube de Bilhar de Beja, recentemente distinguido na Gala do Desporto do município de Beja como tendo a “Equipa sénior do ano”, fez uma retrospetiva da época e assumiu: “O que fizemos até aqui tem superado um pouco o que eram as nossas expetativas”. E insistiu na ideia de que será proibido perder pontos com as equipas do “seu campeonato”, ou seja, das que lutam, igualmente, pela manutenção neste patamar. Confiança não falta, mas é preciso materializar esse sentimento na conquista de vitórias, com o amealhar de pontos, para que o bilhar bejense permaneça na alta-roda nacional da modalidade.

O clube, cuja atividade se desenvolve na Sociedade Filarmónica Capricho Bejense, tem em aberto uma campanha de promoção da modalidade e de recrutamento de novos praticantes, seja de puro lazer, ou virados para a competição, e espera, igualmente, a presença e o carinho do público nos seus jogos. “Todos os dias tentamos fazer do Clube de Bilhar de Beja um clube melhor, um clube maior, estamos a ganhar uma nova dinâmica”, referiu Francisco Marreiros, reconhecendo que, nos últimos tempos, a visibilidade também tem crescido. “Não tenho dúvidas. E em todos os aspetos. Tenho recebido muitas mensagens, muitas felicitações de pessoas ligadas à modalidade e têm-nos agradecido pela visibilidade que temos dado à modalidade. Houve uma altura em que o bilhar e o snooker tinham uma certa tendência em desaparecer, mas agora ganharam uma nova vida, um novo fôlego. Se conseguíssemos organizar aqui alguns torneios, mesmo ao nível local, concelhio ou distrital, seria uma excelente promoção da modalidade”, concluiu.

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