A V Travessia Ricardo Pedroso, na vertente de natação em águas abertas, trouxe até à Tapada Grande da Mina de São Domingos, em Mértola, mais de 130 nadadores de 17 clubes, entre eles, o Club Natación de Huelva, que internacionalizou a organização da Academia Pro Swim.
Texto Firmino Paixão
Pelo quinto ano consecutivo, o antigo nadador do Sport Algés e Dafundo Ricardo Pedroso trouxe ao Alentejo uma prova de natação em águas abertas. Ricardo Pedroso, patrono da competição, esteve em 2000 nos Jogos Olímpicos de Sidney, foi campeão nacional em todas as categorias, tem mais de uma dezena de títulos nacionais individuais e por clubes. Além da sua participação em diversos campeonatos europeus e mundiais, o nadador conseguiu cerca de uma centena de recordes nacionais nas diferentes distâncias. Um invejável palmarés que o leva a admitir: “Devo tudo o que sou à natação. Estou muito grato à modalidade, mas quero agradecer também aos meus pais e à família que somos hoje, a minha mulher e os meus filhos, porque sem eles eu não seria capaz de continuar e a permitir que a natação me desse tudo quanto me dá hoje para a vida”. Sobre os objetivos deste evento que trouxe à Mina de São Domingos, Pedroso considerou: “O grande objetivo foi, desde logo, dinamizar as águas abertas. Dar a conhecer esta disciplina da natação e também dar a conhecer e a melhorar a natação pura, especialmente aquela que se faz no Alentejo, para que a modalidade consiga progredir mais nesta região. São estas as motivações que temos para, anualmente, pormos de pé esta organização”. Mas também confessou: “Quando aqui vim pela primeira vez, à Mina de São Domingos, fiquei surpreendido com este local idílico, com excelentes condições para uma organização desta natureza, e tive a sorte de ser contemplado pelas entidades locais, que também sentiram que seria importante levar a cabo nesta região uma prova desta natureza”.
Comprometido, hoje, com a Academia Pro Swim, reconhece que o Sport Algés e Dafundo foi sempre o seu porto de abrigo. “Foi o meu clube de sempre. Sinto-me muito grato àquele clube que sempre representei enquanto atleta, depois, já como treinador, também tenho de agradecer ao Sporting Clube de Portugal. Fomos campeões nacionais em todas as categorias e conseguimos, também, levar atletas olímpicos a diferentes jogos, mas, como disse, estou muito grato à natação portuguesa por tudo aquilo que me tem dado, espero que continue a dar e eu a retribuir”.
No areal da praia Fluvial da Mina de São Domingos, distinguida pelos World Travel Awards como a melhor da Europa, Ricardo Pedroso sublinhou ainda: “As pessoas desta região, quer a população, quer os representantes da Câmara de Mértola, têm sido excecionais. Tenho de lhes agradecer e manifestar que me sinto muito lisonjeado em ter este evento com o meu nome, nesta região do País”. Um evento, afinal, que ainda tem capacidade para evoluir. “Todos os anos tem crescido em número de participantes, inclusive, já vieram atletas olímpicos nacionais e internacionais, aliás, estão aqui hoje alguns. Depois, neste ano, também já conseguimos internacionalizar a prova, com a presença de nadadores que vieram do país vizinho em representação do Club de Natación de Huelva. Na verdade, aqui ficamos muito próximos de Espanha, no entanto, em edições anteriores não tínhamos conseguido e, neste ano, isso foi possível, algo que nos agradou bastante. Mas depois tivemos nadadores de clubes do norte a sul do País. Está aqui um universo muito alargado da natação nacional e temos todos de estar felizes por isso”.
Concluída a quinta edição, é tempo de refletir sobre os tempos vindouros e avaliar o que pode ser feito para que a prova se valorize e projete ainda mais. Essa é, aliás, a ideia de Ricardo Pedroso. “Penso que podemos crescer ainda muito mais. As águas abertas estão, digamos, ‘na moda’, tem existido uma grande expansão desta disciplina e nós pensamos estar a fazer um percurso correto no sentido de que este evento tenha cada vez mais qualidade, que tenha mais projeção, sendo que a sua divulgação contribuirá de forma determinante para que isso aconteça, dando a conhecer às pessoas da região, não só a organização da prova, como a excelência deste local que, como referi, é um espaço verdadeiramente idílico”.
Quanto à sua academia, o nadador deu a conhecer: “Estamos em dois colégios muito conhecidos em Lisboa, o Colégio Militar e o Colégio São Miguel Arcanjo, onde temos mais de 300 alunos. Dinamizamos a natação pura, através das escolinhas, mas o grande foco é ajudar esses colégios com assessoria técnica. Acho que estamos a fazer um bom trabalho, dando a conhecer a natação e proporcionando que os nossos alunos saibam nadar”.