Diário do Alentejo

Economia/2019: Iniciada construção de hangar da Hi Fly

02 de janeiro 2020 - 00:25

As obras arrancaram em março de 2019 e deverão ficar concluídas a tempo de o hangar começar a funcionar no quarto trimestre de É o investimento de maior dimensão até agora efetuado no aeroporto de Beja. Trata-se de um hangar para manutenção de aviões, projeto da Mesa, empresa do grupo Hi Fly, orçado em 30 milhões de euros e que prevê a criação de 150 postos de trabalho. Segundo foi revelado na altura, o hangar terá uma área total de 9500 metros quadrados e servirá para a manutenção de base da frota de aviões Airbus de várias companhias aéreas e da própria Hi Fly, que já utiliza o aeroporto de Beja para estacionamento e manutenção de linha dos seus aviões.

 

A empresa diz estar a construir um centro técnico com capacidade para aviões de grande porte. Paulo Mirpuri, presidente do grupo, explicou que a escolha de Beja se ficou a dever ao facto de ser o “único” aeroporto português que “pode acomodar todos os tipos de aeronaves que constituem a frota da Hi Fly, incluindo o airbus A380”, o maior avião comercial do mundo, e ter espaço disponível para estacionamento de aeronaves e instalação de hangares. “Com o acréscimo da capacidade” de manutenção, através do novo hangar, a Mesa espera “não só acompanhar o forte crescimento da frota da Hi Fly como captar novos clientes oriundos principalmente da Europa e de África”, acrescentou.

 

Já para a ANA – Aeroportos de Portugal, a quem foi congestionada a gestão do aeroporto de Beja, o projeto “corresponde ao objetivo de desenvolver o aeroporto de Beja e o seu potencial enquanto unidade para atividades a montante ou a jusante da aviação e atividade aeroportuária”. 

 

O avanço desta obra contrasta com a desistência da Aeroneo, que tinha anunciado uma intenção de investimento para Beja e que acabou por “não fechar” o acordo com o Estado, anunciado em 2017, que previa a concessão por 15 anos de um conjunto de hangares abandonado desde 1977 na Base Aérea de Beja. A empresa pretendia desenvolver outras atividades no espaço em causa, designadamente, ao nível da manutenção, modificação e reparação de aeronaves mas a resolução do Conselho de Ministros a autorizar o negócio referia que o arrendamento se destinava “exclusivamente ao desenvolvimento da atividade de desmantelamento de aeronaves e gestão de peças e componentes provenientes dessa atividade”. 

 

OUTROS DESTAQUES

ALENTEJO LIDERA PRODUÇÃO DE AZEITE

Portugal tornou-se num dos maiores exportadores de azeite do mundo, muito por força do investimento na plantação de novos olivais no perímetro de rega de Alqueva. Segundo contas do Eurostat, as exportações de azeite português atingiram os 257 milhões de euros para países fora da União Europeia (com os Estados Unidos, Brasil e Japão a liderarem os mercados de destino) e os 321 milhões de euros dentro da União Europeia. As exportações em 2010 não iam além dos 33 milhões de euros. Este crescimento exponencial ficou a dever se aos novos olivais intensivos e superintensivos instalados no Alentejo, a região que “liderou a atual transformação da olivicultura internacional”, segundo a Olivum, associação que reúne os principais produtores alentejanos, e que aponta para a existência de 55 mil hectares de olival, “mais de 90 por cento moderno”, no perímetro de Alqueva. Além disso, no Alentejo, a média de produção dos olivais é de cerca de três toneladas de azeitona por hectare, mas nos olivais modernos em plena produção conseguem-se médias de 10 a 12 toneladas por hectare. Por isso, segundo a Olivum, espera-se “um crescimento muito acentuado” da produção de azeitona no Alentejo quando os olivais recentemente instalados atingirem a plena produção, sendo que o investimento no setor já ultrapassa os 420 milhões de euros.

 

TURISMO CRESCE NO ALENTEJO E SURGEM NOVOS PROJETOS

O número de dormidas nos concelhos do distrito de Beja já é superior a 570 mil por ano, um crescimento de 73 por cento comparativamente com 2014. Apesar de ainda não existirem dados estatísticos por NUTS III relativos a 2019, os elementos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística continuam a apontar para o aumento de dormidas na região e para um crescimento, ainda superior, a nível de receitas (subida 15,4 por cento nos proveitos totais em outubro). “O Alentejo é a região que mais cresce no território nacional e o turista que hoje nos visita consome mais 30 por cento do que consumia há dois anos”, sublinha António Ceia da Silva, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo. Grândola, Odemira, Beja e Santiago do Cacém são quatro dos cinco concelhos alentejanos mais procurados numa lista liderada pela cidade de Évora. A expansão do setor levou ao surgimento de vários projetos de investimento, entre os quais a ampliação do BejaParque Hotel, dois hotéis de cinco estrelas (um projetado para Ourique, outro para o antigo Convento do Carmo, em Moura) e duas novas unidades da Vila Galé, em Beja, num projeto de 22 milhões de euros. No litoral alentejano, destaque para a reabertura do hotel da Barrosinha (Alcácer do Sal) e para a aprovação de um projeto de 50 milhões de euros, em Troia, da milionária espanhola Sandra Ortega.

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