Diário do Alentejo

Universidade de Évora abre licenciatura em enologia

11 de julho 2019 - 12:05

A Universidade de Évora (UÉ) vai ter uma licenciatura em Enologia no próximo ano letivo, centrada na produção e investigação científica na área da vitivinicultura e na formação em enoturismo. “Temos [UÉ] uma tradição muito grande na área da viticultura e da enologia e, como estamos inseridos numa região potencialmente empregadora de licenciados nesta área, achámos que fazia todo o sentido” avançar com a licenciatura, disse à agência Lusa a coordenadora do novo curso, Maria João Cabrita.

 

A Universidade de Évora, em comunicado divulgado hoje, revelou que a nova licenciatura vai avançar no ano letivo de 2019-2020, ou seja, a partir de setembro. O curso deverá disponibilizar “10 vagas” neste ano de arranque, segundo a coordenadora, e estará, pois, já disponível para as candidaturas dos alunos no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, que começa no dia 17 deste mês. “Estão previstas 10 vagas, mas vamos ver como é que é a procura. Eventualmente, se houver uma grande procura, ainda podemos aumentar as vagas este ano”, admitiu Maria João Cabrita, frisando que, certamente, no ano letivo de 2020-2021, o número de vagas da licenciatura “é para aumentar”.

 

A UÉ realçou que este novo curso se destaca “pelo enfoque no ensino fortemente ligado à produção e à investigação científica na área da vitivinicultura”, áreas em que a academia alentejana sublinhou possuir “condições únicas”. “Mas, evidentemente, esta licenciatura e a formação que os alunos recebem não é exclusiva da viticultura do Alentejo. Há sempre um conhecimento genérico da viticultura, quer nacional, quer mundial, e todas as práticas enológicas que nós aqui utilizamos são também as mesmas que são utilizadas a nível nacional e a nível mundial”, salientou a coordenadora.

 

No centro da formação, que vai combinar as vertentes teóricas e práticas, vai estar também a componente do enoturismo, o que, para Maria João Cabrita, torna esta licenciatura “diferenciadora relativamente a outras formações oferecidas nesta área”.

 

“Um dos aspetos fundamentais é porque nós estamos a tentar incluir nesta formação uma aposta no enoturismo, que é muito importante e que as adegas necessitam”, argumentou. Além disso, é também “diferenciadora” porque “existem duas unidades curriculares com grande peso em número de créditos e que têm um cariz muito prático”.

 

“Nessas unidades, que são as práticas integradas de viticultura e as práticas integradas de enologia, a nossa ideia é que os alunos vão, de facto, trabalhar para uma vinha e trabalhar para uma adega, para verem ‘in loco’ todas as operações que decorrem ao longo do ano”, indicou a coordenadora e professora do departamento de Fitotecnia.

 

A licenciatura de Enologia – a UÉ já oferece há algum tempo um mestrado em Viticultura e Enologia - vai ser ministrada na Escola de Ciências e Tecnologia. Numa região “internacionalmente reconhecida como produtora de vinhos de qualidade” como o Alentejo, a UÉ considerou “fundamental oferecer formação superior na área, possibilitando formar as novas gerações de técnicos, gestores e empresários na área vitivinícola”.

 

Estas são “condições excecionais para o ensino nesta área” argumentou a reitora da universidade, Ana Costa Freitas, considerando que o novo curso “vem fortalecer a aposta” da UÉ “numa diversificação da formação em linha com as especificidades e necessidades da região”.

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