Com o mesmo apelido e sócio nos figos-da-índia, João Oliveira fabrica, com outro amigo, igualmente numa herdade no concelho de Montemor-o-Novo, um gin artesanal apoiado pelo projeto. Aqui, a equipa do REiNOVA criou um copo ‘tiki’ (para ‘cocktails’). A ambição é ajudá-los a dar “o salto” para o Brasil e para Hong-Kong. Quando “se fala de exportação”, surge “o receio” de dar um “passo maior do que a perna”. Neste caso, João está “muito admirado e feliz” porque está a ser desenvolvido o que “faz falta” ao seu produto para que seja “encarado de forma ainda mais profissional quando chega ao mercado externo”.
O copo do Bica Gin e a nova embalagem da Agriofiap são dois dos quatro produtos apoiados no Alentejo pelo REiNOVA, que junta também a região portuguesa do Centro e as espanholas de Castela e Leão e da Extremadura.
Num investimento global de 1,4 milhões de euros, a iniciativa é cofinanciada a 75 por cento pelo Programa de Cooperação Interreg. O principal objetivo é promover a inovação nas micro e pequenas e médias empresas (PME) agroalimentares em mercados externos através da cooperação entre 11 parceiros portugueses e espanhóis, como instituições de ensino superior e associações empresariais, industriais ou comerciais, entre outros.
O projeto “iniciou a sua atividade em 2016” e “estamos a desenvolver no total 36 produtos” de outras tantas empresas que “não tinham capacidade e competência para fazerem o percurso de exportação”, resume à Lusa Filipe Galego, da Agência de Desenvolvimento da Região Alentejo (ADRAL), único parceiro alentejano. As empresas estão a ser ensinadas, “através de uma metodologia comum” que está a ser criada “entre todos os parceiros”, para que ganhem “as capacitações necessárias” para exportarem “para países diferentes”.
O nível de inovação de cada produto depende das competências dos parceiros. No Alentejo, com o “know-how” da ADRAL, a aposta passou pelo “design de produto”.