Diário do Alentejo

Estado procura investidores para convento do Carmo

24 de junho 2019 - 11:20

Texto Luís Godinho

 

Termina a 15 de julho o prazo para apresentação de propostas para a concessão de exploração do convento do Carmo, em Moura. Lançado no âmbito do programa Revive, o concurso prevê um prazo de concessão de 50 anos, obriga ao restauro do edifício e a sua adaptação a estabelecimento hoteleiro ou “outro projeto de vocação turística”. Praticamente abandonado desde que o hospital deixou de funcionar, o convento do Carmo, em Moura, instituído em 1251, no reinado de D. Afonso III, é um edifício classificado como imóvel de interesse público para o qual, ao longo dos anos, já surgiram várias propostas de intervenção, todas elas fracassadas. Esteve para ser adaptado a hotel termal, para servir de sede a um polo universitário, mas as intenções nunca passaram do papel. Agora, o Estado quer concessionar o espaço à atividade turística e abriu um concurso cujo prazo termina dentro de três semanas.

 

“Têm existido demonstrações de interesse junto do Turismo de Portugal, há conversas, reuniões e visitas”, diz ao “Diário do Alentejo” o presidente da Câmara de Moura, Álvaro Azedo, acrescentando que a autarquia está a acompanhar o processo “com muita cautela para não causar expectativas que, por uma razão ou outra, possam não se concretizar”. Segundo o autarca, trata-se de um património “da maior importância” para o concelho, sendo que o concurso aberto no âmbito do programa Revive poderá “impulsionar o investimento necessário ao restauro do imóvel” e ao seu aproveitamento turístico. 

 

Lançado em 2016, o Revive é um programa conjunto dos ministérios da Economia, da Cultura e das Finanças, que “abre o património ao investimento privado para desenvolvimento de projetos turísticos, através da realização de concursos públicos”. Pretende-se, com esta iniciativa, “promover e agilizar os processos de rentabilização e preservação de património público que se encontra devoluto, tornando-o apto para afetação a uma atividade económica com finalidade turística, gerar riqueza e postos de trabalho, promover o reforço da atratividade de destinos regionais, a desconcentração da procura e o desenvolvimento de várias regiões do País”.

 

O convento do Carmo é o único imóvel do Baixo Alentejo integrado no Revive. O convento de São Paulo, em Elvas, e a coudelaria de Alter do Chão já foram concessionados ao grupo Vila Galé. Atualmente encontra-se também aberto concurso para a concessão da Quinta do Paço de Valverde, próximo de Évora.

 

No passado fim de semana foi inaugurado em Elvas o primeiro hotel Revive.

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