Diário do Alentejo

Manuel Camacho: Reflexões sobre Portugal e "o nosso viver coletivo"

10 de maio 2019 - 14:00

Texto José Serrano

 

Formado em Engenharia Eletrotécnica, é mestre em Engenharia do Ambiente. Foi autarca em Beja e em Aljustrel e presidiu à Associação de Municípios do Distrito de Beja e à Associação de Municípios Alentejanos para a Gestão do Ambiente. Atualmente é sócio-gerente de uma empresa de estudos e projetos ambientais. Manuel Camacho apresentou recentemente, em Aljustrel, o seu mais recente livro, intitulado Mundivivências. Uma obra, com prefácio do jornalista e ex-diretor do “Diário do Alentejo” Paulo Barriga, que reúne 40 crónicas publicadas ao longo dos três últimos anos no “DA”, jornal do qual o autor é colaborador.

 

É este conjunto de crónicas um olhar crítico sobre o País? 

Sim, constitui reflexões várias sobre o nosso país e sobre o nosso viver coletivo. Mas é também um olhar sobre outras paragens, pois não estamos isolados de outras realidades, basta pensarmos nas consequências que a globalização impôs a todos os povos do planeta.

 

Considera que tem faltado ao Baixo Alentejo essa mesma reflexão crítica, por parte dos seus protagonistas, capaz de aportar caminhos de solução para os problemas da região?

Existem tentativas sérias, na nossa região, para um debate alargado sobre as mais diversas matérias. Basta constatar a existência de movimentos de opinião com grande originalidade e que, de forma sistemática, vêm apontando caminhos e avançando com contributos realistas para a superação do nosso atraso, relativamente a outras regiões da Europa. A título de exemplo destaco os seguintes: Amalentejo, Beja Merece+, Plataforma Alentejo, Melhor Alentejo. São tentativas, de organizações e de cidadãos individuais, que procuram reivindicar junto dos órgãos de poder as soluções imperiosas que tardam em ser satisfeitas.

 

É colaborador do “Diário do Alentejo” desde há três anos. Qual o retrato que faz da comunicação social, na atualidade, no Baixo Alentejo?

Na minha modesta opinião, a imprensa escrita ainda tem um papel insubstituível na veiculação da informação. Contudo, essa mesma imprensa tem de competir, no bom sentido da palavra, com o florescimento das redes sociais, encontrando formas capazes de chegar a públicos mais abrangentes. Honra seja feita ao “Diário do Alentejo”, que tem sabido trilhar um percurso que muito valoriza a nossa região, bem como aos seus trabalhadores que, semana a semana, explanam de forma profissional um jornalismo sério. Esperemos que o seu trajeto assente numa imprensa independente e séria, liberta de amarras externas.

 

Que objetivo gostaria que este seu livro cumprisse?

Este livro é um exercício de liberdade, despretensioso. No entanto, encerra um conjunto de abordagens que mereceriam um debate mais alargado, não ficando apenas refém de eventuais críticas isoladas e fora de contexto, pois a maior vantagem da difusão de ideias é a possibilidade de as mesmas se poderem sujeitar ao seu contraditório.

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