Diário do Alentejo

Buba Espinho esgota Coliseu dos Recreios

25 de janeiro 2025 - 08:00
“Ver tantas pessoas a gostar do cante e a respeitá-lo é muito emocionante”

Buba Espinho, 29 anos, natural de Beja

 

Está, desde muito novo, ligado ao cante alentejano, tendo participado em grupos como Adiafa, Bubedanas ou Há Lobos Sem Ser Na Serra. Em 2016 foi o vencedor da gala final da III Grande Noite do Fado de Santa Maria Maior. Em agosto de 2023, “Casa”, tema que juntou o artista bejense aos D.AM.A, atingiu pela terceira vez o galardão de disco de platina. Tem dois discos editados: o primeiro em nome próprio (2020) e o segundo, intitulado “Voltar”, editado em setembro de 2023.

 

Buba Espinho estreou-se, com dois espetáculos, no dia 18, em nome próprio, no Coliseu dos recreios, em Lisboa, contando com convidados, entre outros, como António Zambujo, D.A.M.A, Bandidos do Cante, Luís Trigacheiro, Os Bubedanas e o Grupo Coral Infantil de Ourique.

 

Atuar na emblemática sala de espetáculos do País representou o cumprir de um sonho?

Foram muitas as emoções que vivi num só dia. O facto de termos feito duas sessões, de tarde e à noite, e estar todo o dia “ligado à corrente” trouxe uma intensidade ainda maior à causa. Atuar no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, é um projeto pensado durante um ano e não deixa de ser estranho que tudo aquilo com que eu sonhei, projetei e ambicionei, ter culminado, em menos de 24 horas. Comprometo-me a lutar por estes momentos, na minha carreira, chegar a uma sala emblemática e ter 2500 pessoas a acompanharem-me, todas rodeadas de muita energia positiva. Poderia ficar um dia inteiro a falar sobre aquilo que aconteceu – são muitas realizações pessoais e profissionais

 

Emoções a repetir na próxima data agendada para a mesma sala de espetáculos, no dia 8 de março, presumo…

Eu quero sempre reinventar-me e, assim, os dois espetáculos de 8 de março terão um conceito diferente, também, com convidados diferentes. Mas será, igualmente, especial, sendo que a data, coincidente com o Dia Internacional da Mulher, traz um cariz singular a esse concerto. Eu e a minha equipa somos viciados em criar projetos, em idealizar coisas que queremos concluir com sucesso. É para isso que nós vivemos.

 

O cante alentejano fez-se representar em força pelos temas e convidados que acolheu neste espetáculo. Foram estes espetáculos, também, uma celebração do Alentejo, das suas raízes?

O cante alentejano esteve num grande patamar, a um grande nível, numa grande sala. O chão tremeu quando todas aquelas pessoas cantaram juntas. É muito gratificante ter tanta gente a admirar a nossa cultura, o nosso povo. Têm sido muitos anos de luta por uma cultura e ver que há, hoje, tantas pessoas a gostar do cante e a respeitá-lo é muito emocionante. Tentar que as pessoas sintam isso é a minha vida, a minha missão. É uma dimensão enorme e o meu coração e a minha alma ainda não têm o suficiente espaço para guardar tanta emoção.

 

Esgotou os dois espetáculos de dia 18 e tem já uma nova data esgotada, dia 8 de março, no Coliseu dos Recreios (entretanto, foi já anunciado um novo espetáculo para o mesmo dia). Quais as características que manifesta perante o público que originam este seu sucesso?

Quero trazer aos espetáculos cada vez mais emoções, tentando que as pessoas cantem mais canções, positivas. Estou muito virado para a mentalidade de que os concertos são um tempo para as pessoas passarem um bom momento, limpando a sua alma e o seu coração, com os amigos, com os familiares. É isso, acima de tudo, que eu faço da minha profissão, é nisso que se baseia a minha arte.

 

José Serrano

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