O concelho de Moura tem sido o exemplo paradigmático de equilíbrio entre o PS e a CDU no território, chegando ao ponto de a câmara municipal ter sido vencida em três eleições por 97, 22 e três votos de diferença. É com esta característica histórica que Álvaro Azedo (PS) correrá um terceiro mandato, que André Linhas Roxas (CDU) tentará recuperar para os comunistas e que Rui Sousa (AD) e Rui Rodrigues (Chega) tentarão vencer pela primeira vez.
O concelho de Moura fechou o ano de 2024 com 13 331 habitantes, refere o Instituto Nacional de Estatística (INE), um número praticamente idêntico ao de 2021. O ligeiro crescimento de 0,1 por cento em três anos contrasta com a tendência nacional, em que a população subiu 3,2%. A densidade populacional mantém-se baixa, com 14 residentes por quilómetro quadrado. Apesar da estabilidade global, a estrutura etária mostra sinais de mudança: há menos jovens e mais idosos. As estatísticas apontam para 1958 crianças e jovens até aos 14 anos (menos 72 do que em 2021), 7815 pessoas em idade ativa (mais 36) e 3558 idosos com 65 ou mais anos (mais 55). O envelhecimento da população é, assim, uma realidade crescente. Em termos eleitorais, a Comissão Nacional de Eleições fixou os cadernos para o próximo dia 12 com os seguintes eleitores: 11 761 no total, com 11 750 cidadãos nacionais, nove cidadãos da União Europeia não nacionais e dois outros cidadãos estrangeiros.
Nas escolas a tendência é de quebra. No ano letivo 2023/24 estavam matriculados 2228 alunos, distribuídos por 367 na pré-escolar, 1384 no básico e 477 no secundário. Face a 2021, são menos 57 estudantes, resultado de uma descida em todos os ciclos: menos sete no pré-escolar, menos 19 no básico e menos 31 no secundário.
A habitação apresenta outro retrato. Os Censos de 2021 registaram 5311 alojamentos de residência habitual, a que se juntavam 3526 de uso secundário e perto de 1500 casas vagas, entre arrendamento e outros motivos. Ainda assim, entre 2022 e 2024 surgiram 15 novas habitações familiares, mais cinco do que no triénio anterior, sinal de algum dinamismo no setor.
No plano económico, Moura enfrenta desafios significativos. O ganho médio mensal em 2023 foi de 1137,20 euros, abaixo da média nacional (1460,80€) e o terceiro mais baixo entre os municípios vizinhos: Barrancos, 1036,50€; Mourão, 1142,20€; Reguengos de Monsaraz, 1144€; Serpa, 1102,10€; Alandroal, 1171,40€.
Mas há também um dado que reforça a identidade do concelho: Moura é um dos 33 municípios portugueses onde a superfície agrícola utilizada cobre mais de 75 por cento do território, confirmando a agricultura como marca dominante da paisagem e da economia local.