Três Perguntas a Jorge Farinho, enfermeiro coordenador do Núcleo de Enfermagem de Reabilitação da Ulsba
A propósito da organização das primeiras Jornadas do Núcleo de Enfermagem da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba), sob o tema: “Enfermagem de reabilitação na integração
dos cuidados de saúde”, o “Diário do Alentejo” conversou com o enfermeiro coordenador do Núcleo de Enfermagem de Reabilitação da Ulsba, Jorge Farinho, a propósito do encontro e de como a enfermagem de reabilitação está presente no território.
Texto José Serrano
A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) organiza, nos próximos dias 9 e 10, as primeiras Jornadas do Núcleo de Enfermagem, sob o tema: “Enfermagem de reabilitação na integração dos cuidados de saúde”. Quais os objetivos a que esta iniciativa se propõe?As Primeiras Jornadas do Núcleo de Enfermagem da Ulsba têm como objetivo principal partilhar conhecimento científico e boas práticas na área da enfermagem de reabilitação, sublinhando o seu papel essencial no percurso de cuidados de saúde. Pretendem, ainda, fomentar o debate interdisciplinar, valorizar a intervenção do enfermeiro de reabilitação na promoção da autonomia e qualidade de vida, divulgar projetos e experiências e estimular a criação de redes de colaboração entre profissionais, académicos e estudantes.
Como descreveria a atual capacidade do território, no âmbito da Ulsba, em proporcionar enfermagem de reabilitação?O território abrangido pela Ulsba já dispõe de profissionais qualificados e motivados, capazes de assegurar cuidados de reabilitação em diversos contextos clínicos. No entanto, a vasta dimensão geográfica e a dispersão populacional do Baixo Alentejo constituem desafios adicionais à acessibilidade e à equidade na prestação destes cuidados. O trabalho desenvolvido nos cuidados de saúde hospitalares e primários depende, em grande medida, da capacidade de garantir a sua continuidade, de forma a consolidar ganhos em saúde e promover a autonomia dos utentes. Para que tal se concretize, plenamente, torna-se imprescindível reforçar os recursos humanos disponíveis e assegurar tempo dedicado à prestação destes cuidados especializados, garantindo uma resposta adequada às necessidades da população.
O que considera ser necessário para que a capacidade de prestação de cuidados em enfermagem de reabilitação possa ser, no âmbito da Ulsba, potenciada? Apesar do esforço da instituição em atribuir cada vez mais tempo à prestação de cuidados especializados nesta área de competência, o número de profissionais continua a ser insuficiente, tal como o tempo disponível. Esta limitação não permite assegurar, de forma adequada, a continuidade dos cuidados de reabilitação durante o internamento e após a alta hospitalar, bem como na prevenção e gestão da otimização dos processos da pessoa com doença crónica. É urgente investir nesta área, torná-la mais atrativa e captar enfermeiros, para que um número crescente de pessoas possa recuperar autonomia, dignidade e qualidade de vida.