Diário do Alentejo

Incêndios: Câmara de Aljustrel critica falta de apoio do Governo

06 de setembro 2025 - 08:00
Arderam 1400 hectares de pasto, olival e mato no concelho Foto | Ricardo Zambujo

Resolução do Conselho de Ministros apenas contempla danos causados por incêndios que tenham ocorrido entre 26 de julho e 27 de agosto. Incêndios em Aljustrel ocorreram foram dessa janela temporal.

 

A Câmara Municipal de Aljustrel contestou a resolução do Conselho de Ministros sobre os apoios aos territórios afetados pelos incêndios deste verão, por não contemplar os danos no concelho.

 

A resolução, de 28 de agosto, é válida para os danos causados pelos incêndios entre os dias 26 de julho e 27 de agosto, abrangendo 313 freguesias de 73 municípios de Portugal continental.

 

De fora ficou, por exemplo, o concelho de Aljustrel, atingido por dois incêndios de maior dimensão, um ocorrido a 30 de junho e outro a 15 de julho, que consumiram no total cerca de 1400 hectares de pasto, olival e mato.

 

Em comunicado, o município criticou o “critério explicitado para a definição desta ‘janela temporal’”, considerando que este “discrimina negativamente o concelho de Aljustrel, que é um dos territórios do país com mais área ardida em 2025”. “Não conseguimos compreender esta medida”, disse, no início da semana, à agência “Lusa” o presidente da Câmara de Aljustrel, Carlos Teles, classificando como “injusta” a decisão do Governo.

 

O autarca de Aljustrel defende que “não faz qualquer tipo de sentido” que um agricultor “que viu o seu património ser completamente absorvido pelas chamas, por exemplo a 24 de julho, não ter apoio e outro, que foi [afetado por um incêndio] a 26 de julho, já tenha”.“Parece que há produtores e agricultores de primeira e produtores e agricultores de segunda”, apontou, revelando que o município já contestou formalmente, por escrito a decisão do Governo, junto do Ministério da Administração Interna.

 

A Câmara de Aljustrel, em comunicado, disse esperar a revisão da resolução, através do alargamento do seu período de abrangência, “repondo a justiça neste processo que já tanto sofrimento causou aos produtores locais e população do concelho”.

 

Desde julho, Portugal continental foi afetado por múltiplos incêndios rurais de grande dimensão, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

 

Os fogos provocaram quatro mortos, entre eles um bombeiro, e vários feridos e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal. “Lusa” com “DA”

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