Com a mina de Neves-Corvo como figura principal, o Festival Castro Mineiro regressa, novamente, neste ano para “elevar” e “dar visibilidade” à atividade económica que “há 40 anos mudou completamente a vida e a sociedade de Castro Verde”. Com o intuito de afirmar a ligação existente entre “os territórios da mina” e a sua exploração, o certame vem celebrar “tudo aquilo que [a área] tem de bom”.
Texto Ana Filipa Sousa de Sousa
“Nós temos no concelho a operar a mina de Neves-Corvo que não é só a maior mina de Portugal, mas é também uma das maiores minas de cobre e de zinco da Europa e do mundo”. Quem o diz é António José Brito, presidente da Câmara Municipal de Castro Verde, quando questionado pelo “Diário do Alentejo” quanto à importância de mais uma edição do Festival Castro Mineiro.
A influência que a mina tem no território castrense e na região é, segundo o edil, um marco inegável no desenvolvimento económico e social construído “ao longo das últimas quatro décadas”.
O surgimento, em 2021, do Festival Castro Mineiro veio com o propósito de “divulgar”, “elevar” e “dar visibilidade” “a tudo aquilo que [a área mineira] tem de bom” e, consequentemente, à necessidade de preservar a ligação entre os “territórios da mina” e a própria exploração mineira.
Assim, o certame assume-me como um “lugar de encontro entre diferentes expressões artísticas, culturais e sociais” que “convidam a descobrir e a colocar em evidência a inovação tecnológica, cultural e social que se vive num território mineiro por excelência.
Segundo António José Brito, um dos destaques da programação deste ano será o lançamento da Rede de Percursos na Faixa Piritosa Ibérica em Portugal, da responsabilidade da Esdime – Agência para o Desenvolvimento Local no Alentejo Sudoeste, hoje, sexta-feira, às 16:30 horas, no fórum municipal.
O projeto, que conta com o apoio do município, visa potenciar o turismo geomineiro nos territórios de intervenção dos grupos de ação local (GAL) que integram a faixa piritosa ibérica em Portugal – nomeadamente, a Esdime, a Associação de Desenvolvimento do Litoral Alentejano, o Alentejo XXI, a Rota do Guadiana e as Terras do Baixo Guadiana –, e criar as condições para uma rede colaborativa que contribua para a afirmação dos territórios, dos seus recursos e produtos e para a dinamização da economia regional.
“Este conjunto de percurso vai valorizar muito e vai trabalhar e acentuar esta conciliação entre aquilo que é a atividade de minério com uma atividade turística que é também muito interessante”, afirma.
A sessão de lançamento contará com a presença do presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, José Santos.
Mais tarde, às 18:30 horas, o certame é oficialmente inaugurado pela ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, seguindo-se, às 19:00 horas, a inauguração da exposição “Da minha janela vejo a mina: A-do-Corvo e Neves da Graça”, uma mostra fotografia “que retrata a vida e o dia a dia destas duas localidades marcadas pela atividade mineira”.
Ao nível musical o cartaz recebe António Zambujo (hoje), Dillaz (sábado, dia 6) e Átoa (domingo, dia 7), além de espetáculos de cante alentejano, conferências, provas de vinho, animação infantil, tasquinhas, artesanato e demonstrações de iniciativas ligadas ao setor mineiro.
Paralelamente, para amanhã, sábado, está ainda agendada a já habitual visita à mina de Neves-Corvo, ou seja, uma visita guiada à zona exterior da mina. Segundo a câmara municipal, entidade promotora, a iniciativa tem início às 10:30 horas em transporte disponibilizado pela autarquia e uma duração de aproximadamente 90 minutos.
O IV Festival Castro Mineiro é de entrada livre, sendo, durante os três dias do evento, o acesso gratuito ao parque de campismo e às piscinas municipais locais. O certame é organizado pela Câmara Municipal de Castro Verde e conta com o apoio da Boliden – Somincor.