Diário do Alentejo

Entrevista a Maria Valente Pinto

14 de maio 2025 - 08:00
Cabeça de lista do PCTP/MRPP pelo círculo eleitoral de Beja

Reagir Incluir Reciclar (RIR), Bloco de Esquerda (BE), Livre (L), Iniciativa Liberal (IL), Partido Popular Monárquico (PPM), Volt Portugal (VP), Ergue-te (E), Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP), Nova Direita (ND) e Alternativa Demo-crática Nacional (ADN). São estas as designações dos 11 partidos – para além dos quatro que têm ou já tiveram assento parlamentar na Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Beja.

 

O “Diário do Alentejo” quis saber quais as ideias e propostas desses partidos para a região.

 

1 - Quais são as três grandes prioridades do seu partido para o distrito de Beja?

Em primeiro lugar, queremos deixar bem claro que não é através de eleições que os trabalhadores e a população em geral alcançarão a sua emancipação, a qual só será conseguida pela destruição deste modo de produção. Os problemas do distrito de Beja não são muito diferentes dos do resto do país, pelo que o que os candidatos a deputados para a Assembleia da República deverão lutar contra as políticas de exploração e de saque das riquezas da região contra os agentes de especulação imobiliária, da corrupção financeira e contra a participação na guerra inter-imperialista já em curso. A saúde, a habitação, a educação são pilares básicos que deverão estar ao serviço da população e não dos privados. No que se refere à saúde, para além da requalificação do hospital de Beja, defendemos a criação de uma Faculdade de Medicina, que dará resposta não só às necessidades do país, mas também permitirá ultrapassar as gravíssimas necessidades regionais. Os estágios dos médicos em formação poderiam ter lugar nos centros de saúde do distrito e nos hospitais de Beja e do Litoral Alentejano. No que respeita à habitação, não precisamos da aplicação da “Lei dos solos” contra a qual, desde já, nos manifestamos. Há espaços suficientes para a construção de habitação pública, que por sua vez geraria emprego e contribuiria para a fixação da população na região. Neste tópico não podemos deixar de referir a ultra-exploração e as condições indignas a que se tem submetido os imigrantes que vêm para Portugal vender a sua força de trabalho. Propomos ainda a criação, em todas as autarquias, de equipas multidisciplinares para visitas periódicas a idosos que vivam mais isolados, acompanhamento de casos de violência doméstica, jovens com insucesso escolar e grávidas. Proibição da interrupção do fornecimento de eletricidade e água em agregados com crianças/ jovens menores de 16 anos ou com idosos. Redução do IRS para pessoas vivendo em lugares isolados ou até mesmo isenção em caso de existência de crianças.

 

2 - Como “dar peso” à região junto dos poderes de decisão?

Através da implementação de grandes investimentos, como a requalificação do aeroporto, das unidades de saúde e das escolas e a modernização das ligações ferroviárias e viárias. Do incentivo ao desenvolvimento de produção tecnológica e à produção diversificada de alimentos e culturas e uma maior valorização do património cultural.

 

3 - O que será um bom resultado, no círculo de Beja, para o seu partido?

As eleições ganham-se com bons orçamentos, (ver as exorbitâncias gastas pelos partidos do sistema), com apoios financeiros dos que assim irão beneficiar das políticas que estão a apoiar e com a propaganda garantida pelos media que também não são isentos. Um bom resultado seria a eleição de um deputado. Mas qualquer resultado depende, como dissemos, da contínua divulgação das ideias através dos principais órgãos de comunicação, e não apenas durante os períodos eleitorais.

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