Reagir Incluir Reciclar (RIR), Bloco de Esquerda (BE), Livre (L), Iniciativa Liberal (IL), Partido Popular Monárquico (PPM), Volt Portugal (VP), Ergue-te (E), Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP), Nova Direita (ND) e Alternativa Democrática Nacional (ADN). São estas as designações dos 11 partidos – para além dos quatro que têm ou já tiveram assento parlamentar na Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Beja.
O “Diário do Alentejo” quis saber quais as ideias e propostas desses partidos para a região.
1 - Quais são as três grandes prioridades do seu partido para o distrito de Beja?
As três grandes prioridades para o distrito são a habitação, a emergência climática e os transportes e acessibilidades. [Defendemos] a reabilitação de casas devolutas no centro de cidades como Beja e nas nossas vilas e aldeias. As autarquias devem notificar os proprietários e, no caso de estes não terem condições para assumir as obras, lançar mão de programas de financiamento para a reabilitação de casas para arrendamento a custos controlados, cativando as rendas até estas cobrirem o custo das obras. Os períodos de seca extrema e de chuvas torrenciais, com inundações e desmoronamento de terras, vão alternar com cada vez maior violência. As chuvadas do último inverno não podem servir de cortina para o Governo levantar as restrições anunciadas no outono ao uso e abuso da água na agricultura intensiva e no seu desperdício devido ao estado de degradação das redes de distribuição pública de água. O rio de lama que invadiu Ervidel no início do ano é um aviso muito sério: é preciso pôr um travão à agricultura superintensiva dos olivais, amendoais, e ao mar de plástico das estufas no litoral de Odemira. A nossa prioridade é a ferrovia, a eletrificação e modernização da linha do Alentejo de Casa Branca à Funcheira e em todos os ramais: reativar o de Aljustrel para transporte de passageiros e de minério, tal como o que liga Neves-Corvo à estação de Ourique; construir o novo ramal para o aeroporto de Beja, “esquecido” pelos governos PS e PSD e pela Ccdra (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo); reabilitar com nova via e material circulante o ramal de Moura para novas ligações transfronteiriças com a Andaluzia e a Estremadura, passando por Barrancos. Deve-se aproveitar o canal ferroviário com mais de 100 anos, não se desperdiçando os gastos já incorridos com ecopistas que podem ser construídas noutras localizações. É urgente trabalhar este projeto para assegurar financiamento dos fundos europeus.
2 - Como “dar peso” à região junto dos poderes de decisão?
É possível tornar o distrito, do interior ao litoral, atrativo para muitos, mas para isso é preciso reforçar o investimento nos serviços públicos, nos acessos, e nos transportes, em especial, na ferrovia. A Trimbal [rede de transportes intermunicipal] deve ter horários compatíveis com a vida das pessoas, para além do período escolar, e assegurar transportes gratuitos. Os imigrantes têm sido o principal fator de combate à queda demográfica. Para reforçar este impulso positivo é preciso saber acolher, integrar e fixar quem nos procura, combatendo o trabalho escravo, o racismo e todas as formas de discriminação. Quanto ao peso eleitoral da região, a sempre adiada regionalização será o principal fator de mudança. Entretanto, um círculo único do Alentejo, incluindo os quatro concelhos do litoral integrados no distrito de Setúbal, elegeria mais de uma dezena de deputados e asseguraria maior proporcionalidade, aumentando o peso político da região.
3 - O que será um bom resultado, no círculo de Beja, para o seu partido?
Um bom resultado será aumentar a votação do Bloco e combater a extrema--direita, castigando em simultâneo quem nos tem desgovernado e votado o Alentejo ao abandono.