David SimãoPresidente do Nerbe/Aebal – Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral
Foi, recentemente, reeleito presidente do Nerbe/Aebal, para o triénio 2024/2026. Quais as conquistas que conseguiu alcançar no seu primeiro mandato, entre 2021 e 2023?
Destaco três. Conseguirmos executar todos os projetos de apoio às empresas, suspensos no tempo da covid-19, para se conseguir dar ao tecido empresarial regional a oportunidade de entrar em novos mercados internacionais, ajudando-o a recuperar a sua atividade comercial. A conclusão do Centro de Incubação de Base Tecnológica – CIBT Nerbe, dando-lhe um programa de atividades que tornaram este equipamento numa referência regional, viabilizando vários projetos de empresas. Termos dado uma dimensão regional ao Nerbe/Aebal, desmaterializando a visão, de muitos, de que a associação tinha a sua área de atuação apenas na cidade de Beja –podemos constatar que hoje os sócios, de diversas origens da região, olham para o Nerbe/Aebal como uma entidade de abrangência distrital.
Quais os objetivos a que se propõe neste segundo mandato?
Levar a cabo a segunda fase do CIBT Nerbe, pois os empreendedores, ao conhecerem este equipamento, manifestam a vontade de se instalarem na região. A expansão desta infraestrutura possibilitará o alojamento de mais 30/40 empresas e a constituição de uma rede regional de incubadoras, para que nenhuma intenção de investimento fique sem resposta. Vamos, igualmente, avançar para uma valorização do nosso tecido empresarial através de iniciativas de apoio à internacionalização, inovação, formação/capacitação, ao empreendedorismo, networking, e, também, de celebração, através de uma gala que premiará exemplos de sucesso no território. Necessitamos de ajudar os órgãos de governo locais, regionais e nacional a eliminar objeções ao crescimento e desenvolvimento das empresas, através da simplificação das regras de licenciamento, instalação e comunicação, para, verdadeiramente, assumirmos um papel de liderança nas áreas onde temos provas dadas de competência.
Como classifica a capacidade da região se desenvolver empresarialmente e quais os handicaps que têm obstaculizado esse desenvolvimento?
Temos assistido a uma transformação no tecido empresarial da região, nomeadamente, no setor primário, mas, também, no turismo, nas áreas tecnológicas, na aviação. Há que valorizar o que se conseguiu e deixar de ter complexos com o crescimento económico. Compete aos decisores políticos, pelo menos, “não empatar” e, se possível, promover essa constituição de prosperidade. Para isso, têm que ser consequentes nas suas ações, evitando o eternizar do diagnóstico, e – através do investimento público nas acessibilidades, na educação, na saúde e na habitação – tornar viáveis as intenções de investimento, que trarão novas populações para o território. Temos que ter, entre o poder autárquico, a academia e as empresas, a proximidade necessária para pressionar, quem de direito, a executar o que se necessita, para que continuemos a crescer na cadeia de valor.
Texto | José Serrano