Diário do Alentejo

“Criámos paisagens sonoras com influências na world music”

09 de março 2024 - 08:00
“Danças”, o novo álbum de Malino
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Malino, Beja

 

Alexandre Catarino e Luís Ildefonso formam os Malino. Dupla de guitarristas que, acompanhada de uma secção rítmica acústica, interpreta temas originais, “serpenteando melodias e ritmos, de forma ímpar”. Os concertos de Malino, a duas guitarras, “são fontes vivas de energia num ambiente de autêntica festa, mas que convidam a uma contemplação interior”. Nesta comemoração, “repleta de momentos inesperados, as cordas recebem choques de percussão, num convite à dança e à libertação”. 

 

O palco da Sala Estúdio do Pax Julia Teatro Municipal de Beja recebe hoje, dia 8, às 21:00 horas, o duo bejense Malino, que apresentará, pela primeira vez ao vivo, o seu novo álbum, “Danças”.

Cinco anos depois do vosso primeiro álbum, homónimo, eis que surge, “Danças”. Felizes?  Estamos muito felizes com o resultado final deste álbum, muito mais arrojado do que o primeiro. Neste “Danças” explorámos novas sonoridades, novos instrumentos e criámos paisagens sonoras com fortes influências na world music, onde o nosso Alentejo está, inevitavelmente, presente. Um trabalho resultante de uma maturidade musical consequente de dezenas de espetáculos e milhares de quilómetros de estrada, nestes anos de palcos, por todo o País. Tivemos, também, a preocupação de realizar um trabalho visualmente diferente, resultado da parceria com o incrível artista plástico Flávio Horta, que criou ilustrações fantásticas, valorizando o álbum e criando uma espécie de arte musical em movimento. 

Sugere o título deste trabalho a necessidade de o dançar festivamente, de transformar as salas de espetáculos, onde o irão tocar, em espontâneos salões de baile? O álbum, composto por oito músicas, traduz oito danças diferentes, conceito este que surgiu de forma natural, pois em grande parte dos nossos concertos o público dança, espontaneamente. Ao vivo, a nossa música transporta o público para diferentes imaginários da dança, fazendo sentido o título, pela alegria e energia das músicas e dos movimentos que geram no público.   

Dançar é urgente? É isso que é preciso que se saiba? Acreditamos que sim, que a dança, conjugada com o som dos Malino, acaba por traduzir-se em movimentos de serenidade, felicidade, mas, também, de introspeção.   

Lançada há cerca de uma semana, “Luz”, com indiscutíveis sonoridades que nos transportam até Marrocos, é a música de apresentação deste vosso novo álbum. Consideram que a proximidade geográfica acompanha a proximidade das culturas musicais entre o Alentejo e o Norte de África?  A música e vídeo de “Luz” são indiscutivelmente o reflexo das nossas amplas influências musicais, que se traduz numa sonoridade de timbres islâmicos, desconstruindo a ideia de que o Alentejo e o Norte de África são completamente diferentes musicalmente. Não são, e esta música é o reflexo disso mesmo, presente no próprio videoclipe, composto por imagens de Beja, do Alentejo, mas também de África, numa simbiose de sons, de culturas e de relações, espelhando igualmente uma forte proximidade. 

 

O que mais anseiam que as vossas “Danças”, na sua estreia ao vivo, possam proporcionar, hoje, ao público? Na expetativa, natural, de perceber qual será a reação do público, vamos hoje apresentar um novo espetáculo, repleto de músicas novas e de outras dinâmicas. Estamos confiantes que o público irá gostar das novidades que lhe preparámos.   José Serrano

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