Três Perguntas a António Caria de Sousa, presidente da Ordem dos Engenheiros – Região Sul
A propósito da recente inauguração, no passado dia 27 de fevereiro, da Ordem dos Engenheiros – Região Sul (OERS), uma delegação em Beja que servirá o distrito, o “Diário do Alentejo” conversou com o presidente da OERS, António Caria de Sousa, sobre o que traduz esta nova delegação da Ordem, os benefícios que esta trará, pela proximidade, aos engenheiros que exercem na região e que significado terá esta nova valência no distrito para os seus associados e enquanto ganho para o território e em especial para a cidade de Beja.
Texto | José Serrano
A Ordem dos Engenheiros – Região Sul (OERS) inaugurou, no dia 27 de fevereiro, uma delegação em Beja, que servirá todo o distrito. O que traduz esta nova delegação da Ordem?É nosso objetivo e obrigação estar próximo dos nossos membros. A abertura de uma delegação distrital em Beja é um desígnio do nosso atual mandato, alargando a presença a todo o Alentejo, zona do País com pouca densidade populacional, mas com um contributo social e económico cada vez mais importante. Destaco os setores agrícola, florestal, mineiro, ambiental, aquífero, que empregam muitos associados, para os quais necessitamos de encurtar distâncias nas várias oportunidades de intervenções social e técnica. A Ordem dos Engenheiros e, em particular, a região sul, está nisso empenhada.
Quais os benefícios que a delegação de Beja, pela proximidade, poderá trazer aos engenheiros que exercem na região?É muito diferente residir em Lisboa ou no Alentejo. Pretendemos proporcionar a quem vive no distrito de Beja as mesmas oportunidades que estão disponíveis para quem vive em grandes metrópoles: formação presencial dirigida às necessidades locais; tertúlias; sessões técnicas; partilha de conhecimento; envolvimento entre os profissionais, os estudantes e a academia; envolvimento das empresas com os técnicos e com os jovens formados em engenharia. São estes alguns dos nossos objetivos.
Considera que esta nova valência do distrito poderá vir a significar, para além dos benefícios inerentes aos seus associados, ganhos para a cidade de Beja, para o território? A Ordem dos Engenheiros tem como missão reconhecer as competências dos seus membros, mas, também, ser um braço técnico do País, sempre disponível para participar na resolução dos desafios que a sociedade civil enfrenta. A Bolsa de Engenheiros, iniciativa da região sul da Ordem dos Engenheiros, tem como objetivo disponibilizar e aproximar os nossos técnicos das necessidades dos municípios e dos munícipes. Foi criada para responder a uma necessidade do município de Évora e, agora, pretendemos estendê-la a todos os municípios da região sul. Estamos certos que, começando por Beja, podemos estender esta disponibilidade dos nossos engenheiros especialistas a todo o distrito, permitindo ajudar na implementação das iniciativas e dos programas que o interior do País pretende, para os quais tem grandes dificuldades de envolvimento e recrutamento de técnicos. Esta é uma forma de estarmos perto das populações e contribuirmos para ajudar ao desenvolvimento de Portugal. A engenharia facilita e simplifica a nossa vida, e nós, engenheiros, somos os atores e os construtores do desenvolvimento.