A greve de duas horas no início de cada turno foi convocada para exigir “um aumento salarial nunca inferior a 100 euros com retroativos a janeiro de 2023” para os trabalhadores da empresa.
Em causa estava o facto de a empresa concessionária das minas alentejanas, detida pela multinacional Lundin Mining, ter concedido neste ano “um aumento de apenas dois por cento ou 36 euros” aos trabalhadores.
Segundo o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), Albino Pereira, a paralisação permitiu “chegar a uma grande maioria dos trabalhadores e passar a informação pretendida”. Questionado sobre os números da adesão à greve, o coordenador do STIM disse não ter “dados concretos”.
“Não andávamos à procura de números, mas, sim, falar com as pessoas, até porque não queríamos ferir a empresa em termos de prejuízo”, sublinhou.
Contactada pela “Lusa”, fonte oficial da Somincor revelou que, “nos dois dias, a adesão [à greve] variou entre 2,0 e 2,6 por cento”.
Desde 2017 que não se registava uma greve nas minas de Neves-Corvo, mas agora o coordenador do STIM admitiu que a luta pode vir a “endurecer”. “Admitimos fazer uma paralisação geral”, afirmou Albino Pereira, considerando que os trabalhadores da empresa concessionária têm sido “desrespeitados”.
“Há empresas dentro da mina que deram aumentos de 300 ou 125 euros [aos seus colaboradores] e na Somincor os trabalhadores receberam apenas um aumento de 36 euros”, justificou.