Diário do Alentejo

Turismo do Alentejo investe em posto turístico no aeroporto de Beja

14 de dezembro 2025 - 08:00
Espaço entrará em funcionamento no “final do primeiro semestre” do próximo ano
Foto | Ricardo ZambujoFoto | Ricardo Zambujo

Dar visibilidade à região e melhorar as condições de hospitalidade para quem aterra no Alentejo são as razões que estão na origem da implementação de um posto de turismo no aeroporto de Beja. Em declarações ao “Diário do Alentejo”, o presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo assume que o serviço dará “visibilidade e notoriedade ao destino”.

 

Texto Ana Filipa Sousa de Sousa

 

 

No “final do primeiro semestre” do próximo ano, mais especificamente em “junho de 2026”, o aeroporto de Beja terá em funcionamento o seu primeiro posto de turismo da responsabilidade da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo, em parceria com o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).O objetivo do espaço, conforme explica ao “Diário do Alentejo” (“DA”) o presidente da ERT do Alentejo, José Manuel Santos, passará por, através de estratégias e ações de marketing, construir, gerir e fortalecer a perceção da marca “Alentejo” perante a comunidade turística e, consequentemente, dar visibilidade à região e melhorar as condições de hospitalidade para atrair novos públicos.“O espaço já existia, mas não estava devidamente regularizado e agora já está. Existe um acordo escrito e um contrato que firma a possibilidade da sua utilização. E, a nossa ideia, é ‘brandizar’ aquele espaço com a imagem ‘Alentejo’, [ao mesmo tempo que] fazer com que as pessoas [que aterram em Beja] se sintam bem recebidas”, justifica.O serviço será assegurado por uma equipa de atendimento, da responsabilidade do IPBeja, que, numa primeira fase, funcionará “nos dias de chegada de aviões de passageiros” e que “receberá esses visitantes e lhes entregará um kit de boas-vindas”. “Temos uma ideia clara de que a infraestrutura vai começar a ser mais utilizada por visitantes, [ou seja], passageiros que desembarcam por lazer, seja turismo residencial ou cinegético, e, portanto, há essa preocupação de termos um bom atendimento e uma política de hospitalidade”, assume. Acrescentando de seguida que “temos passageiros que desembarcam no aeroporto de Beja e, muitos deles, não sabem que estão no Alentejo”.Para contrariar essa visão, José Manuel Santos acredita que a “atualização da imagem” da região e a aposta “nesta equipa” dará “visibilidade e notoriedade ao destino” e, dessa maneira, uma maior afirmação e operacionalidade do setor turístico e do aeroporto de Beja. Segundo o responsável, para trabalhar “essa missão que é vender o nosso destino e a nossa região” o projeto prevê, também, “pequenas ações e iniciativas” de formação e capacitação para os profissionais que laboram no referido aeroporto, nomeadamente, agentes da Polícia de Segurança Publica (PSP) e da Autoridade Tributária.“Pensamos também que esses funcionários, que lidam diariamente com os visitantes, que têm um papel muito importante nas suas funções e que são imprescindíveis para o funcionamento do aeroporto, devem estar sensibilizados para receber [e] acolher bem, tendo uma função supletiva”, assegura. Paralelamente, será inscrito no site “VisitAlentejo”, da ERT do Alentejo, “informação sobre o aeroporto”, uma vez que, atualmente, “não existe”.

 

“Só fará sentido começarmos a trabalhar na atração de rotas aéreas daqui a cinco anos”

 

Questionado pelo “DA” quanto à potencialidade da infraestrutura aeroportuária de Beja, José Manuel Santos é perentório e garante que continua “convicto de que o aeroporto de Beja será, no futuro, muito importante para o turismo da região” e terá “um papel no sistema aeroportuário nacional”, mas que, para já, há um caminho a percorrer. “Recordo-me que quando se construiu o aeroporto havia uma ideia um bocadinho mirífica que, de repente, iriam aparecer milhares de camas, quer na zona litoral, quer na zona do Alqueva. Nós estávamos em 2007/2008 e depois vieram várias crises e outro tipo de problemas [e] o turismo no Alentejo não se desenvolveu a essa velocidade”, relembra.Ainda assim, segundo o presidente da ERT do Alentejo, o setor, neste momento, está a desenvolver-se “mais depressa do que há cinco ou 10 anos”, sendo, por isso, expectável que a “previsão realista” aponte para uma atração de rotas aéreas daqui a cinco anos.“É preciso que muitos projetos que estão licenciados, na costa e no interior, sejam desenvolvidos, entrem em operação comercial, comecem a trabalhar os seus circuitos de comercialização e se organizem em termos de destino para promover ações de captação de rotas e companhias aéreas”, afirma.Em declarações à “TSF”, José Manuel Santos confirmou que o aeroporto de Beja tem capacidade para receber “até 1,5 milhões de passageiros por ano”, sendo que em 2024 registou 600 movimentos de aviação executiva e 30 charters não regulares. “Já temos vários turistas que aterram em Beja e que vão para o litoral, maioritariamente, jogar golfe ou passar alguns dias. Estamos a falar de um perfil de aviação executiva ou de táxis aéreos, temos pouco charters, mas é um processo que se vai desenvolvendo”, justifica ao “DA”. Ainda assim, José Manuel Santos afirma que, paralelamente, a esta atração turística, quer de passageiros, quer de companhias aéreas, é necessário “dotar de melhores infraestruturas e acessos o aeroporto” para que “tudo possa fazer sentido”.

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