Diário do Alentejo

Mais negócios prontos a descolar no aeroporto de Beja

11 de novembro 2022 - 09:30
Conselho Consultivo voltou a reunir três anos depois
Foto | José Ferrolho/ArquivoFoto | José Ferrolho/Arquivo

Em 2020, o aeroporto de Beja recebeu cerca de 2500 passageiros, mas, apesar da aviação executiva ser um segmento com futuro, é na manutenção, na logística e na carga que a Vinci aposta as fichas todas no curto e médio prazo.

 

Texto Aníbal Fernandes

 

Neste momento trabalham no Aeroporto de Beja 110 pessoas, mas esse número pode aumentar exponencialmente, concretizando-se a instalação de mais dois negócios nas áreas da indústria, manutenção, logística e carga que estão, neste momento, a ser negociados.

 

A última reunião do Conselho Consultivo daquela infraestrutura aeronáutica – que estava inativo desde o primeiro semestre de 2019 – serviu para fazer o balanço da atividade nos últimos dois anos e perspetivar o futuro.

 

Paulo Arsénio, presidente da Câmara Municipal de Beja, mas presente no encontro em representação da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal), disse à comunicação social que, apesar de se ter assistido a um aumento no volume de passageiros no segmento da aviação executiva, a aposta de curto e médio prazo, passa por captar negócios nas áreas da indústria, manutenção, logística e carga.

 

O autarca revelou que “estão bem encaminhadas as negociações para a instalação de dois negócios com investimentos de algum volume” nesta infraestrutura alentejana, nos lotes de terreno ainda disponíveis.

 

Aníbal Reis Costa, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, também esteve na reunião e referiu, nas suas redes sociais, que a ANA – Aeroportos de Portugal prevê, no próximo ano, “iniciar a reabilitação do taxiway e aumentar a capacidade [de aprovisionamento] de jet fuel, isto em parceria com a Base Aérea n.º11. Está igualmente em estudo “uma optimização do layout da plataforma de forma a tentar-se acomodar mais estacionamento de aeronaves”.

 

Ainda segundo Aníbal Reis Costa, a “ANA – Aeroportos de Portugal garantiu que está verdadeiramente empenhada numa operação de atração de operadores”, devido à escassez de slots no Aeroporto Humberto Delgado, e que pretende tirar partido das “condições únicas de Beja”, nomeadamente, a facilidade de desembarque e o estacionamento de carros de passageiros.

 

David Simão, presidente do Nerbe/Aebal, que também integra o Conselho Consultivo do Aeroporto de Beja, considerou a reunião como “muito positiva” e realçou e “existência da possibilidade de negócios”. Apesar de ter ficado “animado com a atitude dos dirigentes da Vinci presentes na reunião”, David Simão insiste que a “conclusão das acessibilidades”, ferroviárias e rodoviárias, são fundamentais para o desenvolvimento da infraestrutura: “Beja é uma capital de distrito e como tal merece ter acessibilidades em condições”, reclama.

 

Paulo Arsénio, citado pelo “O Atual”, também defendeu o alargamento do aeroporto de Beja. “Aquilo que pode parecer uma estrutura com alguma grandiosidade é, na realidade, uma estrutura muito pequena e que se esgota com facilidade”. No entanto, acredita que tem um “futuro promissor” nas áreas da logística, manutenção e carga, “sem deixar de ter aproveitamento comercial no apoio a Lisboa e Faro”.

 

O autarca de Beja revelou ainda que o município “está a tentar fortalecer os laços económicos entre a zona industrial de Sines e o aeroporto de Beja de forma a potenciar mais oportunidades” para a utilização da pista do Baixo Alentejo.

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