A Câmara Municipal de Beja aprovou o orçamento de 42,8 milhões de euros para este ano, proposto pela gestão PS, com as abstenções dos vereadores comunistas e da coligação liderada pelo PSD, que o consideraram “pouco ambicioso”.
A proposta orçamental, aprovada em reunião de câmara, na quinta-feira (13/01), é de 42.860.000 euros, mais 3.921.438 euros do que o orçamento de 2021, confirmou o presidente socialista Paulo Arsénio.
Segundo o autarca, a proposta foi aprovada com votos a favor dos três eleitos da gestão PS e as abstenções dos restantes quatro, sendo três da CDU e um da coligação liderada pelo PSD e composta também por CDS-PP, PPM, Iniciativa Liberal e Aliança.
Paulo Arsénio frisa que a proposta terá ainda de ser votada, no dia 24 deste mês, pela Assembleia Municipal, onde, juntas, a CDU, com 13 eleitos, e a “Beja Consegue”, com quatro, têm maioria em relação aos 16 do PS.
O autarca diz tratar-se de uma proposta de orçamento “nos termos do que foi prometido” pela candidatura do PS que liderou e permitiu a sua reeleição nas últimas eleições autárquicas. Sendo, uma proposta que “não desvirtua as opções de quem venceu” as eleições e que “incorpora contributos de quem não exerce funções executivas em regime de permanência”, ou seja, dos vereadores da CDU e do “Beja Consegue”, vinca.
O presidente garante que esta “responde à necessidade de execução” da autarquia para este ano, “apostando na valorização e na competitividade do concelho” e que é “um documento em que as rubricas não estão suborçamentadas e vai ao encontro, em termos de receita e de despesa, das possibilidades do município”, vinca.
O autarca explica que a subida do valor da proposta de orçamento para este ano em relação à de 2021 deve-se ao final da execução e ao lançamento de concursos e empreitadas de projetos com financiamento no âmbito do Portugal 2020.
Entre os investimentos previstos, o autarca destaca o lançamento de várias obras, como as do Fórum Romano de Beja e das segundas fases do projeto de criação de percursos acessíveis e da Zona de Acolhimento Empresarial Norte.
A proposta inclui também o aumento do apoio às coletividades e associações do concelho e “o reforço de verbas para elaboração de projetos que possam ser úteis” no âmbito do novo quadro financeiro plurianual e do Plano de Recuperação e Resiliência.
Os vereadores da CDU na Câmara de Beja referem que o orçamento proposto pelo PS “é demasiado limitado e pobre, muito pouco ambicioso e não garante uma resposta efetiva às muitas necessidades” do concelho.
Segundo os comunistas, “faltou” à gestão PS “ambição, planeamento, estratégia, visão e sensibilidade” para que áreas “determinantes para o desenvolvimento do concelho” tivessem “verbas mais robustas” no orçamento.
Os vereadores da CDU frisam que se preocuparam em dar contributos e sugestões para serem “acolhidos” no orçamento, os quais foram “parcial e timidamente” integrados no documento final.
O vereador social-democrata Nuno Palma Ferro considera o orçamento proposto pelo PS “pouco ambicioso e de continuidade com os anteriores”. Lamentando que a gestão PS liderada por Paulo Arsénio continue a não ter “uma linha de definição estratégica clara que possa promover o crescimento do concelho”.
Contudo, Nuno Palma Ferro afirma que se absteve pelo “benefício de dúvida” que tem de dar à gestão PS para “cumprir com o acordado”. Mas frisa que “não deixa de ser um voto crítico, porque Beja precisa de muito mais”, e “um forte sinal para que em futuros orçamentos se apresentem melhores e mais estratégicas soluções para o concelho”.