Texto José Serrano
Três perguntas a Luís Miguel Ricardo presidente da Assesta-Associação de Escritores do Alentejo
Estão abertas, até 31 de dezembro, as inscrições para a terceira edição do Prémio Literário Joaquim Mestre. Quais as expetativas da Assesta para esta edição?
As expectativas são otimistas. Ambicionamos que seja melhor do que as edições anteriores e pior do que as posteriores. No final de cada edição, a equipa que torna viável o concurso (Assesta, Direção Regional de Cultura do Alentejo, Município de Beja e elementos do júri) faz o balanço da mesma e procura identificar o que correu menos bem, com o objetivo de, na edição seguinte, colmatar essas lacunas. Assim, mais quantidade e mais qualidade de originais a concurso são as expectativas que norteiam a terceira edição do Prémio Literário Joaquim Mestre.
De que forma tem contribuído este prémio para a diversidade cultural do Alentejo, um dos pressupostos deste concurso?
As iniciativas de cariz cultural, sobretudo as que apelam a uma participação aberta de autores residentes em todo o país, acabam sempre por promover o surgimento de perspetivas originais e singulares sobre a diversidade cultural do território Alentejo. Socorrendo-me dos relatos da última vencedora do prémio – Maria Luísa Santos –, a autora, natural de Vila Nova de Gaia, fez uma expedição de dez dias por terras alentejanas, recolheu as suas impressões sobre as geografias físicas e humanas com quem interagiu e partilhou na ficção, na obra “Eu Solidão”, aquela que foi a sua visão criativa da identidade da região Alentejo.
Que outros objetivos, inerentes a este prémio literário que homenageia o romancista e contista alentejano Joaquim Mestre, têm sido valorizados através das obras apresentadas a concurso?
Colocar o Alentejo no mapa dos prémios literários nacionais é um dos objetivos da iniciativa – um objetivo que tem sido alcançado, pois recebemos originais provenientes de todo o país. Outros objetivos valorizados com o prémio: estimular a escrita e, simultaneamente, a leitura; promover o surgimento ou a afirmação de autores; suscitar o interesse pela região, suas gentes e tradições; propor visões diferenciadas do território e do seu património.